Vacina da meningite B: para que serve, quando tomar

Saúde
20 de Janeiro, 2022
Vacina da meningite B: para que serve, quando tomar

Logo que os bebês chegam ao mundo, já tomam sua primeira picadinha no braço. Ainda na maternidade, a primeira vacina dos bebês é a BGC e a Hepatite B. Ao completarem três meses de vida, chega a hora de tomar a vacina da meningite B. Mas você sabe para que ela serve? Confira!

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A meningite B

Em geral, a meningite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas, ou também por processos não infecciosos, sendo que o meningococo B é um dos principais causadores da meningite bacteriana no mundo. 

O meningococo B é responsável por uma doença bacteriana que provoca a inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ter evolução mais rápida e grave que os demais tipos de meningites.

Do ponto de vista da saúde pública, as meningites bacterianas são as mais preocupantes, pois têm potencial para causar surtos e consequências graves. No Brasil, a doença é considerada endêmica, o que significa que novos casos são esperados ao longo de todo o ano. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, possíveis surtos e epidemias ocorrem apenas ocasionalmente.

Dessa forma, a vacina da meningite B é muito importante, tendo em vista que a infecção é de fácil contágio. Além disso, mesmo se houver recuperação do paciente, a doença pode deixar sequelas como surdez e problemas neurológicos.

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Sintomas da meningite B

A principal característica da meningite meningocócica é sua rápida evolução. Dessa forma, os principais sintomas aparecem quando o quadro já está avançado, podendo evoluir para óbito em poucas horas.

Os principais sintomas da meningite são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Vômitos
  • Náuseas
  • Rigidez na nuca
  • Manchas vermelhas na pele

Em bebês menores de um ano, os sintomas podem não ser tão evidentes. Por isso, é necessário ficar atento para outros sintomas, tais como moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente e rigidez corporal com ou sem convulsões.

A vacina da meningite B: quando tomar?

As primeiras doses da vacina contra a meningite B foram aplicadas no Brasil em 2016. Até então, não havia nenhum tipo de imunização contra ela no Brasil. No entanto, vale destacar que ela está disponível apenas em clínicas particulares.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacina da meningite B deve ser tomada nas seguintes doses:

  • Crianças entre 3 e 11 meses: doses aos 3 e 5 meses de idade (intervalo mínimo de 2 meses), com um reforço entre 12 e 15 meses de idade.
  • Entre 12 e 23 meses: duas doses (intervalo mínimo de 2 meses) e uma dose de reforço com intervalo de 1 a 2 anos após a última dose.
  • Crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos: duas doses (intervalo mínimo de 1 mês e ideal de 2 meses). Não foi estabelecida a necessidade de reforços.

Adultos com até 50 anos devem tomar a vacina em situações específicas, como aqueles que irão viajar para algum destino onde há risco aumentado da doença. De qualquer forma, deve haver recomendação médica. Para crianças mais velhas que não foram vacinadas, o esquema de doses varia conforme a faixa etária, por isso, deve-se consultar o pediatra.

Lembrando que a vacina não é indicada para pessoas que tiveram anafilaxia após uso de algum componente da vacina ou após dose anterior. Por fim, vale frisar que a vacina da meningite B pode ser aplicada no mesmo momento em que a vacina Meningite ACWY, também conhecida como vacina tetravalente, que protege contra os meningococos dos sorogrupos A, C, W, Y.

Possíveis efeitos adversos

As vacinas que protegem contra a meningite B são produzidas a partir da membrana externa do meningococo B. Portanto, não causam infecções. Como qualquer outra vacina, podem causar reações adversas. 

Em crianças menores de dois anos, pode ocorrer febre alta com duração de 24 a 48 horas; naquelas de até 10 anos, pode causar perda de apetite, sonolência, choro persistente, irritabilidade, diarreia, vômitos, erupções na pele, sensibilidade no local da aplicação e reações no local onde foi aplicada a vacina (dor, calor, vermelhidão ou inchaço). Em casos raríssimos, pode-se observar urticária e outras reações alérgicas.

Por fim, em crianças maiores de 11 anos, pode ocorrer cefaléia, náuseas, dor nos músculos e articulações, mal-estar e reações locais, como inchaço, endurecimento, vermelhidão e dor.

Se a criança estiver com febre, o ideal é adiar a aplicação da vacina até que ela esteja bem. Se sentir dor após a vacinação, faça compressas frias no local da aplicação. Além disso, se notar qualquer sintoma grave ou inesperado após a aplicação, notifique a clínica que fez o procedimento, haja vista que qualquer efeito adverso que se prolongue por mais de 14 horas requer atendimento médico.

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Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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