Como as mudanças bruscas de temperatura afetam a sua saúde
Logo após uma forte onda de calor, as temperaturas voltaram a cair em boa parte do Brasil. Uma nova frente fria promete diminuir os termômetros e provocar fortes chuvas no final de semana, em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo. Embora o cenário traga alívio para boa parte da população, a preocupação agora é com o risco que as mudanças bruscas de temperatura oferecem à saúde. Saiba mais a seguir!
Mudanças bruscas de temperatura: os efeitos no corpo
Do verão para o inverno, do inverno para o verão, muita coisa além da temperatura muda: a forma como o nosso corpo funciona também. Afinal, você já deve ter percebido que nos sentimos mais sonolentos quando faz frio. Por outro lado, mais motivados e com menos fome quando está calor. Os efeitos dessa mudança vão além e pode impactar a saúde, veja como:
- Doenças respiratórias
Para algumas pessoas, basta o tempo mudar para a imunidade ficar mais baixa, abrindo espaço para doenças respiratórias. Assim, pacientes que já sofrem de rinites ou asma geralmente têm os seus quadros agravados.
- Pressão alta
O mesmo vale para quem sofre de pressão alta. Uma variação grande do quente para o frio é capaz de aumentar a pressão sanguínea e gerar uma crise hipertensiva, por exemplo.
- Humor
Isso sem contar, claro, nas alterações de humor decorrentes dessas mudanças — é sabido que pessoas que moram em países muito frios são mais suscetíveis a um tipo de depressão sazonal, causada, principalmente, pelos meses de outono/inverno, nos quais a exposição à luz solar é mais baixa.
- Pele e cabelo
Além disso, a pele e o cabelo também podem ser impactados. No caso da pele, por exemplo, as mudanças bruscas — pense em um dia com 30ºC e outro com 15ºC — podem ser responsáveis por desequilibrar o seu pH, facilitando reações de hipersensibilidade, como vermelhidão, e alergias.
Podem, ainda, predispor e exacerbar doenças como acne, rosácea e dermatites, além de causar quadros extremos de excesso de oleosidade ou até ressecamento.
“Durante as mudanças climáticas, características como umidade do ar e temperatura podem afetar a nossa pele e interferir na sua hidratação. Podem, por exemplo, interferir na produção sebácea, aumentando ou diminuindo a oleosidade, e na sensibilidade e reatividade da pele”, explica a dermatologista Dra Fernanda Porphirio.
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Como evitar as interferências do clima na saúde?
O primeiro passo é buscar manter uma rotina saudável e que cubra diferentes frentes. Manter o corpo sempre hidratado, por exemplo, é importante independentemente da temperatura. O mesmo vale para uma dieta equilibrada — o essencial, nesse caso, é adaptar as refeições para o clima, buscando pratos mais quentes no inverno (como sopas e caldos) e outros mais frios para o verão (como saladas).
Em especial, as doenças respiratórias merecem ainda mais atenção. De acordo com o Dr. Dewton de Moraes Vasconcelos, alergologista do Hcor, manter o ambiente sempre limpo e arejado e lavar as narinas são ótimos meios de melhorar a respiração.
“Utilizar o soro fisiológico para a irrigação das narinas ajuda muito a reduzir os sintomas da alergia. É possível utilizar um spray nasal ou seringa para fazer a lavagem e, assim, evitar que substâncias alergênicas se instalem nas vias respiratórias. Remédios para alergia também costumam funcionar na redução dos sintomas”, explica o especialista.
Outro ponto importante é manter uma rotina eficaz de cuidados com a pele, certificando-se que ela receba os cuidados e nutrientes necessários de acordo com cada estação do ano.
“Para isso, é importante não só conhecer a sua pele, mas também conhecer os produtos utilizados. Dessa maneira, é possível fazer escolhas conscientes baseadas na necessidade de cada momento”, explica a dermatologista.
Esses hábitos, aliás, não devem ficar restritos às mudanças climáticas, eles devem ser cultivados a longo prazo. Isso porque trazem benefícios não só em relação à adaptação do organismo às diferentes estações do ano, mas também em qualidade de vida.
No entanto, caso você já perceba os efeitos do clima na sua saúde, o ideal é buscar um médico para fazer o correto acompanhamento e tratamento, dependendo da condição — mas tudo volta para o autoconhecimento e a auto-observação, pontos essenciais para o reconhecimento de algo fora do comum.
“Entender o funcionamento da sua pele e a ação de cada produto da sua rotina vai facilitar o manejo dos cuidados quando houver algum contratempo”, explica a Dra Fernanda. “E são muitas as possibilidades de alterações na pele com as mudanças climáticas. Consultar um médico, não exagerar no uso dos produtos e conseguir entregar o que é realmente necessário para sua pele naquele momento vai ajudar no controle desses sinais e sintomas.”
Fonte:
- Dra Fernanda Porphirio, médica dermatologista.
- Dr. Dewton de Moraes Vasconcelos, alergologista do Hcor