Influência da mídia na dieta de adultos pode ser perigosa

Alimentação Bem-estar
20 de Abril, 2022
Influência da mídia na dieta de adultos pode ser perigosa

Somos bombardeados por estímulos e informações nas redes sociais a todo o tempo. Horas do dia são investidas em assistir stories no Instagram e em rolar o feed dos aplicativos. Cada vez mais, influenciadores digitais ganham notoriedade nas plataformas ao compartilharem suas rotinas. O lifestyle saudável é um dos nichos mais explorados pelos criadores de conteúdo. Tais perfis costumam falar sobre hábitos saudáveis, alimentação equilibrada e bem-estar. Entretanto, apesar de muitos influenciadores terem responsabilidade e comprometimento com as informações que divulgam na internet, alguns não têm esse mesmo cuidado. O perigo está na projeção e no impacto que a mensagem causa nos usuários. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Arla, mais de um terço dos adultos fazem escolhas sobre a sua dieta por conta de influência da mídia.

Chás milagrosos, dietas restritivas, receitas para emagrecer. Você já deve ter se deparado com alguma dessas promessas na internet. Além do Instagram, que conta com uma série de criadores de conteúdo seguidos por milhares de pessoas, o TikTok também funciona como um meio de propagar essas dicas de alimentação. A diferença é que pessoas anônimas e com poucos seguidores podem alcançar muitos outros usuários da plataforma a depender de questões do algoritmo. 

No aplicativo de vídeos, por exemplo, virou tendência ingerir o pré-treino sem água com a promessa de que tal prática garantiria efeitos mais rápidos. Entretanto, os especialistas não indicam o consumo sem o líquido, já que ele ajuda a diminuir a concentração do pó e faz com que seja assimilado aos poucos.

A pesquisa publicada no The Sun envolveu 2000 adultos. Além de um terço ter admitido adotar dietas a partir de dados das redes sociais, apenas 28% dos pesquisados afirmaram que conferem se há respaldo científico naqueles métodos.

Influência da mídia: restrições alimentares

Dentre as principais mudanças que os participantes do estudo fizeram após entrarem em contato com alguma informação na internet, beber água em vez de lanches, estabelecer limites de ingestão e cortar todos os lanches foram as primeiras da lista.

A influência da mídia ainda fez com que mais de um quarto dos entrevistados parassem de consumir pão. Além disso, mais de 20% deles cortaram totalmente os laticínios. Dietas restritivas, que impedem o consumo de determinados alimentos não são tão indicadas por especialistas. Isso porque muitos pacientes que utilizam esse método para emagrecer recuperam o peso perdido por não conseguirem sustentar esse estilo de vida.

Por isso, antes de retirar completamente alguns alimentos da dieta, é importante consultar um profissional para entender as consequências e se é indicado ou não. O pão, por exemplo, é visto como um grande vilão por algumas pessoas que desejam emagrecer. 

O alimento é associado a um alto ganho de peso. É verdade que ele é rico em carboidratos e, na maioria das vezes, em farinhas refinadas. Entretanto, isso não significa que é preciso cortá-lo da dieta para conseguir perder alguns quilos. Afinal, o que causa o ganho de peso não é o consumo do pão em si, mas a quantidade ingerida. Além disso, é possível fazer escolhas mais conscientes e optar por opções integrais e consumi-los juntamente com uma gordura boa ou uma proteína.

Leia mais: Como escolher o melhor nutricionista para o seu objetivo

Soluções milagrosas

De acordo com o levantamento Actions & Intervations for Weight Loss realizado pela Ipsos em 2021, 45% dos 22 mil participantes (de 30 países diferentes) estavam tentando emagrecer. Desse número, 48% dos brasileiros, que ao todo correspondiam a 1000 entrevistados, tentavam perder peso.

Seja qual for a motivação, saúde ou estética, um grande número de pessoas luta contra a balança para alcançar o corpo desejado. No entanto, em nome desse objetivo, algumas tomam decisões equivocadas. A pressa fala mais alto do que a preocupação com a saúde e, assim, receitas emagrecedoras e chás milagrosos ganham popularidade e influência na mídia.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já proibiu a venda de mais de 100 tipos de chás. Em fevereiro, a enfermeira Mara Abreu foi internada após tomar cápsulas de um chá emagrecedor. Ela teve complicações após realizar o transplante de fígado e não resistiu. 

Fake news das dietas

Na era das fake news, suspeitar das informações encontradas nas redes sociais nunca é demais. Promessas boas demais para serem verdade, emagrecimento rápido e sem exercício físico ou dietas radicais exigem um grau de desconfiança do usuário. Na dúvida, sempre consulte um especialista e lembre-se: a perda de peso está atrelada a hábitos saudáveis e uma vida equilibrada.

Recentemente, Rebel Wilson, atriz de A Escolha Perfeita e Megarromântico, emagreceu 35 quilos e chamou a atenção dos fãs com a sua nova aparência. Canais de comunicação divulgaram que a artista conseguiu perder peso após realizar a dieta conhecida como método Mayr. 

De acordo com o Healthline, aqueles que adotam esse tipo de alimentação devem, durante 14 dias, ficar longe da cafeína, glúten, laticínios e alimentos processados. Além disso, o plano recomenda refeições maiores pela manhã. A partir das 19h, é preciso parar de comer. A atriz se posicionou de maneira enfática ao afirmar: “Esta NUNCA foi minha dieta, por favor, pare de escrever essas coisas”.

Além disso, ela fez questão de destacar que nunca incentivou nenhuma pílula de dieta ou pílula mágica para perda de peso. “Se você vir coisas como essa online, por favor, denuncie como uma farsa – não me envie como DM – denuncie no site de mídia social em que você vê quando vê”, pediu aos seguidores.

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