Endometriose e ovários policísticos Entenda as condições de Larissa Manoela

Saúde
20 de Setembro, 2022
Endometriose e ovários policísticos Entenda as condições de Larissa Manoela

A endometriose é uma doença relativamente comum e bastante conhecida pelos ginecologistas – estima-se que 1 em cada 10 mulheres em idade fértil sofrem com o problema. Há cerca de 1 ano, a atriz Larissa Manoela revelou que foi diagnosticada com a condição. Na época, pelas redes sociais, ela aconselhou suas seguidoras a fazerem um check-up e se informarem sobre a doença, já que, historicamente, a patologia tem sido mal diagnosticada, chegando a uma média de 7 anos entre o início dos sintomas e diagnóstico certo. Agora, a global revelou que, além da endometriose, ela descobriu que também tem a Síndrome dos Ovários Policísticos.

“Ontem, através de um ultrassom detalhado, eu descobri que, além de endometriose, eu tenho também ovário policístico. Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada. Mas estou certa de que vou encontrar o melhor tratamento para ambas as doenças!”, desabafou a jovem de 21 anos. Entenda, agora, o que são essas condições.

Leia mais: Afinal, quem tem endometriose pode engravidar? Entenda a relação

Endometriose e ovários policísticos: entenda as condições

A endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) são patologias que acometem mulheres normalmente na idade fértil. Ambas podem diminuir a fertilidade ou mesmo causar infertilidade, além de gerar incômodos e causar danos à qualidade de vida. As doenças podem acometer entre 6 e 10% das mulheres, respectivamente.

Além disso, ambas ocorrem devido às alterações hormonais. No entanto, a SOP acarreta na formação de cistos nos ovários, enquanto a endometriose leva à evasão do tecido endometrial para fora do útero, caracterizando uma reação crônica e inflamatória, sendo causas importantes de infertilidade.

“São patologias distintas, mas que podem existir de forma concomitante. O que elas tem em comum é a questão da infertilidade, já que ambas as patologias causam dificuldade para conseguir engravidar”, explica o Dr. Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra.

Endometriose

Em outras palavras, a endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento do tecido que reveste o interior do útero – ou o tecido que sustenta um órgão – para fora da cavidade uterina. Como consequência, pode causar dores pélvicas progressivas durante a menstruação, fluxo abundante, pontadas e dor durante a relação sexual, por exemplo.

“A endometriose é uma doença inflamatória. Normalmente, a pessoa já nasce com a predisposição à doença e, dependendo dos hábitos de vida, pode desenvolvê-la em alguma fase da vida”, explica o ginicologista.

Larissa Manoela já tinha comentado sobre o diagnóstico de endometriose durante um evento médico realizado em maio. “Desde o meu primeiro ciclo, tinha um fluxo muito intenso, ficava muito indisposta, sentia dores a ponto de desmaiar. Quando fui fazer exames e acompanhamentos anuais, recebi o diagnóstico (de endometriose)”, relatou.

Síndrome dos Ovários Policísticos

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), por sua vez, é uma das doenças mais comuns entre as mulheres em idade reprodutiva, atingindo de 7% a 10% da população feminina. É causada por um desequilíbrio hormonal, sobretudo o excesso de estrógeno e testosterona ou pela redução de progesterona no corpo. Mulheres com SOP têm sintomas como queda de cabelo, acne, dificuldades com a fertilidade, ganho de peso, aumento da ansiedade e depressão nos períodos menstruais.

“A síndrome dos ovários policísticos é uma síndrome plurimetabólica, ou seja, que envolve uma série de coisas, como o aumento dos hormônios androgênicos, resistência insulínica, falhas menstruais e ciclos sem ovulação. A mulher pode ficar dois, três meses sem menstruar e ter um aumento de oleosidade na pele, bem como acne, aumento de pelos no corpo, ganho de peso e dificuldade em perdê-lo”, complementa o Dr. Domingos Mantelli.

Afinal, como tratar as doenças?

De acordo com o ginecologista, a grande diferença entre a endometriose e SOP está no tratamento, já que eles ocorrem de maneira completamente diferente:

  • Endometriose: o tratamento correto depende dos sintomas e do estágio da doença. Tratamentos hormonais, como controle de natalidade, são para mulheres com dor moderada. Já a cirurgia é uma opção para mulheres com dor intensa, como foi o caso da cantora Anitta, operada recentemente. Além disso, é necessário fazer escolhas de estilo de vida que reduzem a quantidade de estrogênio no organismo. Níveis mais baixos de estrogênio podem reduzir a gravidade dos sintomas da endometriose. Assim, tente se exercitar regularmente, coma alimentos integrais e naturais e evite álcool e cafeína.
  • Síndrome dos Ovários Policísticos: segundo o ginecologista, a SOP requer uma alimentação adequada, mudança radical nos hábitos de vida (como abandonar o sedentarismo) e controle do aumento de hormônios androgênicos. Deve-se, ainda, controlar a resistência à insulina, bem como a oleosidade de pele e aumento dos pelos.

    Além disso, o tratamento também envolve medicamentos, dispensando procedimentos mais invasivos, como cirurgias. Para as mulheres com SOP que querem ser mães, o tratamento indicado é a indução da ovulação. Para aquelas que ainda não querem ter um bebê e buscam a regulação do fluxo menstrual, adotam-se as pílulas anticoncepcionais com o intuito de equilibrar as disfunções hormonais.

Fonte: Dr. Domingos Mantelli, ginicologista e obstetra.

Referência: UNIFESP – Saúde da Mulher – Síndrome dos Ovários Policísticos e Endometriose.

 

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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