Dor pélvica crônica: o que é, causas e como tratar
A dor pélvica crônica causa um desconforto na região da pelve, que pode incomodar por mais de seis meses. A dor é intensa e tem o poder de interferir negativamente em atividades do dia a dia.
O diagnóstico pode ter relações com a menstruação, mas existem ainda diversos motivos, como problemas no sistema gastrointestinal, urinário, reprodutor, neurológico, endócrino e musculoesquelético.
Diante de tantas possibilidades, o diagnóstico não é fácil e pode ser necessário aguardar um bom tempo para chegar a uma conclusão. Por isso, para resolver o problema, o paciente pode lidar com tratamento clínico ou cirúrgico em alguns casos específicos. Entenda melhor a condição.
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Quais são os sintomas da dor pélvica crônica?
De acordo com o Dr. Gustavo Barisan, ginecologista do hospital Santa Catarina, a doença pode apresentar os seguintes sintomas:
- Dor na relação sexual, bem como dor para urinar e evacuar;
- Aumento da frequência urinária;
- Sangramento para evacuar;
- Distensão abdominal;
- Diarréia.
A ginecologista Juliana Ribeiro acrescenta as principais causas da doença:
- Síndrome do cólon irritável;
- Constipação crônica ;
- Hérnias;
- Cistite intersticial;
- Cálculo renal;
- Desordens psicológicas;
- Fibromialgia;
- Alterações musculoesqueléticas.
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Quais são os fatores de risco da dor pélvica crônica?
Assim como a dor pélvica pode ter causas distintas, os fatores de risco também são variáveis. Assim, uma das principais doenças que causa a dor pélvica é a endometriose, que tem como principal fator de risco a maior exposição estrogênica (exposição hormonal). Além disso, existem outros grupos que têm mais chances de ter o problema, de acordo com o Dr. Gustavo Barisan:
- Mulheres que menstruam precocemente;
- Pacientes que têm a menopausa mais tardiamente;
- Mulheres que tardam o início de sua vida reprodutiva, pois elas podem ter mais risco de desenvolver a endometriose, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico?
A princípio, o diagnóstico é feito de acordo com os sintomas que são listados pelo paciente. Além disso, em casos que necessitam de mais estudos, o profissional analisa a história clínica detalhada e faz um exame físico minucioso.
No entanto, é fundamental deixar claro que, em alguns casos, os exames complementares podem ser recomendados, como o ultrassom com preparo intestinal (para pesquisa de Endometriose) e as cistoscopias (exame do interior da bexiga).
Dessa forma, uma equipe multidisciplinar composta por urologistas, gastroenterologistas e cirurgiões vasculares também pode ajudar na avaliação.
Como é feito o tratamento da dor pélvica crônica?
O objetivo do tratamento da dor pélvica crônica é melhorar a qualidade de vida do paciente. Assim, ele pode variar de acordo com as necessidades de cada indivíduo ou conforme a patologia diagnóstica. “O tratamento do fator inflamatório da pelve, por exemplo, muitas vezes pode fazer uso de medicações, como os anti-inflamatórios e analgésicos. No caso da endometriose, medicações hormonais também podem também ser utilizadas. Existe ainda um papel muito importante da fisioterapia pélvica, já que muitos distúrbios de assoalho pélvico podem estar relacionados à dor pélvica crônica”, explica o ginecologista.
Já nos estágios mais avançados da endometriose, a cirurgia pode ser executada para melhorar a qualidade de vida do paciente. A médica Juliana Rabelo destaca ainda outros tipos de tratamentos para a doença:
- Injeções com medicamentos para administração da dor em pontos gatilho;
- Terapia miofascial pélvica, com fisioterapia pélvica, estímulos elétricos, treinamento da musculatura pélvica, entre outros;
- Terapia com psicólogos ou psiquiatras;
- Acupuntura;
- Atividades físicas, como yoga ou pilates;
- Mudanças na alimentação, ou seja, a retirada de alimentos sabidamente inflamatórios, que podem aumentar a intensidade do desconforto.
Por fim, é fundamental procurar um profissional de sua confiança para que orientá-la em relação ao melhor tratamento para o cenário de cada paciente.
Fonte: Dr. Gustavo Barisan, Ginecologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.