Vaginose bacteriana: o que é, causas, sintomas, tratamento e mais

Saúde
17 de Março, 2023
Vaginose bacteriana: o que é, causas, sintomas, tratamento e mais

Qualquer mulher, seja sexualmente ativa ou não, pode apresentar vaginose bacteriana em algum momento de sua vida. Mas não há com o que se preocupar com isso. Isso porque a vaginose é uma infecção bacteriana comum, porém incômoda, que inspira cuidados para ser tratada adequadamente. A seguir, saiba mais sobre a condição e como se prevenir.

Leia mais: Perfume nas partes íntimas: especialista alerta se há riscos

O que é a vaginose bacteriana?

Todas as mulheres têm uma colônia de diversas bactérias que habitam a microbiota vaginal. Algumas delas, como os lactobacilos, possuem a função de proteger o organismo. 

Assim, quando a produção desses micro-organismos sofre uma baixa, algumas bactérias nocivas, como a Gardnerella vaginalis ou a Gardnerella mobiluncus, se proliferam excessivamente e desequilibram a microbiota.

Quais são as causas da infecção?

O desequilíbrio da microbiota vaginal se dá por diversas razões. São elas:

  • Sexo sem proteção.
  • Ter diversos parceiros ou parceiras sexuais.
  • Uso de dispositivo intrauterino (DIU).

No caso do DIU, o motivo é que o método pode afetar a reprodução desordenada das bactérias responsáveis pela vaginose. Contudo, nem toda mulher que possui o dispositivo enfrentará a infecção, embora seja um fator de risco.

Além disso, mulheres virgens também podem se deparar com o problema, já que a alteração na microbiota íntima pode ser resultado do sistema imunológico enfraquecido. 

Sintomas da vaginose bacteriana

A mulher pode apresentar sintomas como, desconforto ao urinar, que se manifesta em forma de ardência e coceira persistente. Além disso, outros sinais da vaginose bacteriana são corrimento amarelado, esverdeado ou cinza e com forte mau cheiro.

O forte odor torna-se mais predominante durante a menstruação, quando a ação das bactérias é mais ativa. 

Diagnóstico e tratamento

De forma geral, a identificação da vaginose é algo simples. Consiste na análise dos sintomas, e o médico analisa no próprio consultório o aspecto do corrimento, por meio de exame físico. Ao observar cor e cheiro, o ginecologista consegue confirmar o diagnóstico. 

Para verificar se há a presença de outras infecções, pode ser necessário um exame de imagem pélvico. Outra medida é a coleta de líquido do colo do útero, com o objetivo de avaliar se há infecções sexualmente transmissíveis.

Contudo, o diagnóstico da infecção é algo simples. Ou seja, consiste apenas no exame físico, porém exige avaliação médica. Confirmado o problema, são prescritos antibióticos e outros medicamentos para aliviar os desconfortos, que desaparecem em alguns dias de tratamento.

Em relação ao tratamento, o uso de antibióticos é essencial. Dentre as opções, o médico pode prescrever metronidazol ou clindamicina. O primeiro possui a forma de comprimidos, cujo tratamento demora 7 dias e é mais indicado para mulheres que não estão grávidas.

Já a segunda alternativa, a clindamicina, pode ser de uso tópico, com aplicador por 7 dias. Nesse cenário, os médicos recomendam para gestantes, por gerar menos efeitos colaterais. 

Por fim, existe um outro antibiótico, o secnidazol. De dose única, não requer reforço e apresenta ação rápida. 

Perguntas frequentes

Qual a diferença entre vaginose bacteriana e candidíase?

É muito comum confundir ambas as infecções. Elas podem se manifestar com frequência e surgem a partir da desarmonia entre as bactérias da vagina. No entanto, existe uma diferença clara entre elas. A candidíase é causada por um fungo, a Candida albicans.

Por sua vez, a vaginose tem origem bacteriana, por meio da Gardnerella vaginalis ou a Gardnerella mobiluncus.

Os sintomas também são distintos. Enquanto a candidíase provoca um corrimento esbranquiçado e sem cheiro, a vaginose causa uma secreção amarelada, cinza ou esverdeada, com um forte odor. 

Essa diferenciação ocorre no consultório médico, observando as características do corrimento. 

Com o tratamento, os sintomas da infecção demoram para desaparecer?

Se a mulher seguir todos os cuidados e administrar o medicamento corretamente, a vaginose bacteriana geralmente se resolve em poucos dias.

Todavia, é importante se prevenir depois do episódio, pois a vaginose se repete com facilidade. Se isso acontecer muitas vezes, talvez seja necessário tomar antibióticos por um longo períodos.

Já tive vaginose outras vezes. Posso seguir o tratamento por conta própria?

Mesmo com as experiências anteriores, nunca busque a automedicação. Isso vale para quem nunca teve o problema — afinal, o autodiagnóstico pode prejudicar a sua saúde.

Consumir um medicamento inadequado é capaz de piorar os sintomas e dificultar o sucesso do tratamento assertivo. Portanto, fale sempre com seu médico. 

Como evitar a vaginose bacteriana

  • Mantenha a alimentação equilibrada e variada, pois o desequilíbrio ocorre principalmente quando o sistema imunológico está enfraquecido.
  • Evite situações de estresse e tente controlar a ansiedade, pois a saúde mental está ligada à saúde física.
  • Beba água para urinar com frequência e evitar o acúmulo de toxinas, inclusive bactérias.
  • Além disso, evite duchas vaginais, que alteram o pH da região e a microbiota. Como resultado, a área íntima fica mais suscetível a infecções.
  • Aliás, dispense calcinhas fio dental, pois facilitam o contato entre o ânus e a vagina, o que colabora para a proliferação cruzada de bactérias.
  • Por fim, faça consultas e check-ups periódicos com seu ginecologista.

Fonte: Ana Paula Mondragon, médica ginecologista e obstetra pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especialista em Medicina Fetal pelo Centro de Estudos Fetus, em São Paulo. 

 

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

frutas mais saudáveis do mundo
Alimentação Bem-estar Saúde

5 frutas mais saudáveis do mundo, segundo a ciência

Limão e morango são alguns dos itens presentes no ranking de frutas mais saudáveis do mundo. Veja a lista completa!

Vape e insuficiência cardíaca
Saúde

Vape e insuficiência cardíaca: uso aumenta risco em 19%, diz estudo

Segundo pesquisa, o uso de vape tem efeitos nocivos à saúde do coração

Controlar estresse
Bem-estar Equilíbrio Saúde

Controlar estresse melhora qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca

Pesquisa brasileira avaliou o impacto de técnicas de meditação; estresse é considerado fator de risco para doenças cardiovasculares