Melhores atividades para quem sofre de doenças do sistema nervoso

Saúde
26 de Novembro, 2021
Melhores atividades para quem sofre de doenças do sistema nervoso

Atualmente, a opinião médica e científica é unânime quando se trata dos benefícios da atividade física para a saúde. Isso porque o exercício é um excelente remédio para prevenir e controlar doenças de causas diversas, como as doenças do sistema nervoso. Certas atividades são terapêuticas para portadores de doenças como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e epilepsia, por exemplo. Nesse sentido, elas podem ajudar a controlar os sintomas, resgatar a autoestima e perdurar a autonomia. Confira as atividades e os cuidados necessários de acordo com a doença.

Importante: toda atividade física deve ter acompanhamento profissional. Isso porque o aval médico é primordial para a prática de exercícios, principalmente se existe algum tipo de limitação ou doença. 

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Atividades para controlar as doenças do sistema nervoso

Alzheimer

Ainda não existem respostas definitivas para a origem do Alzheimer, que deteriora os neurônios e suas sinapses. Dependendo da gravidade, o indivíduo precisa de ajuda para fazer atividades simples, pois perde a capacidade de se lembrar de pessoas, nomes de objetos e de formular frases, por exemplo. Além do estímulo cognitivo (jogos de memória, palavras cruzadas, etiquetar nomes de objetos e diálogo constante), o exercício físico pode atrasar o progresso da doença. 

Atividades indicadas para quem tem Alzheimer

Qualquer tipo de atividade física pode proporcionar mais qualidade de vida a pessoas enfermas, incluindo as que sofrem com doenças do sistema nervoso. Algumas se destacam por seu dinamismo e proposta. No caso da doença de Alzheimer, aulas de dança, principalmente a coletiva, são ótimas para trabalhar a coordenação motora e a interação com outras pessoas. Nesse sentido, confira outras recomendações:

  • Natação: é um dos esportes mais completos para mexer todo o corpo, pois melhora a força muscular e a capacidade cardiorrespiratória. O contato com a água minimiza as chances de se lesionar e ainda auxilia no relaxamento. Para quem é portador do Alzheimer, a principal recomendação é contar com um instrutor especializado e, se possível, fazer aulas com turmas menores para receber mais atenção e cuidados.
  • Pilates: seja na máquina ou no solo, o pilates exercita a musculatura profunda e aprimora a consciência corporal, importantíssima para os portadores de Alzheimer.
  • Yoga: independentemente do estilo, o yoga acolhe todos os níveis de praticantes. Suas posturas relaxam, alongam, fortalecem e desenvolvem a consciência corporal. Algumas aulas incluem meditação guiada, que estimula o praticante a exercitar sua concentração e presença. Outra modalidade que possui benefícios similares é o tai chi chuan, que trabalha movimentos delicados e estimula o sistema cognitivo.

Doença de Parkinson

Dentre as doenças do sistema nervoso, a doença de Parkinson tem como principais sintomas a perda do equilíbrio e das funções motoras. O indivíduo experimenta tremores descontrolados mesmo em repouso e, aos poucos, pode perder a autonomia para se movimentar e fazer as tarefas do dia a dia. Isso ocorre devido à queda na produção do neurotransmissor dopamina, responsável pela coordenação e precisão dos movimentos do corpo. 

Atividades indicadas para quem tem Doença de Parkinson

Além das atividades indicadas para quem é portador de Alzheimer, apostar em exercícios de força, como musculação e treinamento funcional, ajudam a desenvolver e manter a massa muscular. Da mesma forma, as atividades ajudam a trabalhar a agilidade, estabilidade e a coordenação motora, habilidades que são perdidas com a evolução do quadro. 

Esclerose múltipla

A esclerose afeta o funcionamento dos neurônios. Nesse sentido, o próprio corpo ataca as bainhas de mielina dos neurônios, que ficam deterioradas e dificultam a velocidade dos impulsos elétricos. Os sintomas dessa doença autoimune variam. Algumas pessoas podem ter espasmos musculares, bem como dores, fraqueza e tonturas que limitam a qualidade de vida e inspiram cuidados de terceiros. Além disso, a doença também é capaz de alterar o humor, causar confusão mental e levar à depressão. 

Atividades indicadas para quem tem esclerose múltipla

Esportes coletivos e aulas que incentivam a socialização são aliadas do tratamento. Sendo assim, a maioria das atividades físicas está liberada, pois causam sensação de bem-estar e melhoram a disposição. Também entram na lista musculação, yoga, Pilates, natação e treinamento funcional. Atenção à intensidade do exercício, que precisa ser dosada para não agravar a fadiga.

Epilepsia

A doença atinge pessoas de todas as idades e é marcada principalmente por uma intensa atividade elétrica do cérebro. Essa dissonância dos impulsos nervosos pode causar crises de convulsão que fazem o indivíduo se debater, salivar excessivamente e até se machucar. Em casos menos graves, o portador enfrenta períodos de ausência temporária e fica indiferente a perguntas e toques. Esses períodos de fuga geralmente são rápidos e podem ser confundidos com outros distúrbios, como o déficit de atenção, por exemplo.

Atividades indicadas para quem tem epilepsia

Todas as citadas anteriormente são indicadas, mas com ressalva para algumas devido ao risco das crises que surgem inesperadamente. Veja quais devem ser evitadas:

  • Natação, pois há possibilidade de afogamento durante uma convulsão.
  • Esportes de queda, altura e que envolvem obstáculos. 
  • Ciclismo e triathlon.
  • Lutas variadas. Isso porque caso as pancadas atinjam a cabeça, pode suscitar crises de epilepsia.

Aeróbio: bom para todos os males (até para as doenças do sistema nervoso)

Se existe uma atividade democrática, com poucos riscos e muitos benefícios para todas as doenças citadas aqui, é a aeróbia, especialmente a caminhada. Andar 30 minutos diariamente, por exemplo, é uma alternativa que mexe o corpo, trabalha a capacidade cardiorrespiratória, além de estimular o contato com a natureza (se for em parques, praças e trilhas, entre outros). A intensidade pode ser controlada e existe a possibilidade de variar o percurso com aclives e declives. 

Leia mais: Benefícios da caminhada para a mente

Fonte: Dr. Custodio Michailowsky Ribeiro, médico neurologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS)

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