O principal tipo de câncer que pode atingir o rim, e que corresponde a aproximadamente 75% dos casos, é o câncer de rim. No Brasil, a incidência estimada é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
Os rins são os principais órgãos excretores do corpo, filtrando 170 litros de sangue por dia e produzindo até 2 litros de urina diariamente. De lá, a urina segue pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada. Além disso, os rins regulam o equilíbrio ácido-base do organismo, a produção de glóbulos vermelhos (através de um hormônio chamado eritropoietina), o volume de sangue e a pressão arterial.
Quando detectado precocemente, o câncer tem grandes chances de cura. Para detectar as alterações na função renal, são necessários exames de sangue e de urina, comuns no check up médico.
Primeiramente, vale dizer que os cânceres podem ser causados por mutações no DNA que, ao sofrerem alterações, causam crescimento celular fora de controle. Dessa forma, para o desenvolvimento de um câncer, são necessárias alterações em muitos genes diferentes.
O câncer renal pode estar relacionado a fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Os principais fatores de risco modificáveis são: tabagismo, obesidade, aumento da pressão arterial e exposição a substâncias carcinogênicas.
Já os fatores de risco que não podem ser modificados são: síndromes genéticas (Von Hippel-Lindau), idade (a maioria ocorre após os 50 anos), histórico familiar, doença cística renal adquirida ou insuficiência renal crônica.
Nos estágios iniciais da doença, geralmente o câncer renal é assintomático. No entanto, conforme vai avançando, pessoas com diagnóstico de câncer de rim podem ter:
Além disso, em pacientes com doença avançada, os sintomas podem estar relacionados ao acometimento de outros órgãos pela doença, tais como falta de ar e tosse (acometimento pulmonar), dores ósseas ou fraturas (acometimento ósseo) e sintomas neurológicos (se acometimento sistema nervoso central).
A avaliação inicial dos pessoas com suspeita de câncer renal passa pela realização de exames de imagem, como tomografia do abdome ou ultrassonografia do abdome. Dessa forma, é possível avaliar a massa renal suspeita. Porém, quando os exames são inconclusivos, é necessário o uso da ressonância magnética de abdome para melhor visualização da massa renal.
Em pessoas com a doença localizada, ou seja, restrita ao rim, e que apresentem massa renal suspeita nos exames de imagem, o diagnóstico é realizado durante o ato cirúrgico. Conhecida como nefrectomia, na cirurgia é possível fazer a retirada total ou parcial do rim afetado. Posteriormente, o órgão é encaminhado para análise histopatológica (biópsia).
Por outro lado, pessoas com a doença avançada que não irão se submeter à cirurgia, a biópsia pode ser realizada com a retirada de um pedaço de tecido de alguma localidade com metástase, como o pulmão, por exemplo.
O tratamento do câncer renal depende do estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Dessa forma, nos estágios iniciais, o tratamento é cirúrgico, ou seja, é realizada a cirurgia parcial ou total. Já em pacientes com tumores pequenos e não candidatos à cirurgia, pode ser realizada a crioterapia ou radioablação. Já pacientes idosos com múltiplas comorbidades e que apresentem lesões pequenas podem ficar em acompanhamento com monitorização contínua, também chamado de vigilância ativa.
Além disso, pacientes com doença avançada devem receber tratamento sistêmico com terapia alvo molecular, imunoterapia, quimioterapia ou a combinação das duas modalidades terapêuticas. Na terapia alvo molecular, por exemplo, o tratamento visa genes específicos do câncer, proteínas ou ambiente tecidual que contribuem para o crescimento e sobrevivência da doença.
Por outro lado, na imunoterapia o objetivo é aumentar as defesas naturais do corpo, restaurando a função do sistema imunológico para combater o câncer. Por fim, a quimioterapia é usada em subtipos específicos de câncer renal e visa destruir as células tumorais, geralmente impedindo que elas cresçam, se dividam ou se multipliquem.
Fontes: Dra. Lilian Carrano de Albuquerque, Médica Oncologista e Dr. Artur Malzyner, Consultor Científico. Ambos atuam na Clinonco São Paulo.