Câncer de bexiga: Roberto Justus revela diagnóstico da doença

Saúde
07 de Novembro, 2022
Câncer de bexiga: Roberto Justus revela diagnóstico da doença

O câncer de bexiga é uma doença que figura em 7º lugar no Brasil dentre os tipos de tumores mais comuns na população. Seu principal fator de risco é o tabagismo, e o sintoma característico é a presença de sangue na urina.

No último domingo (6), o apresentador Roberto Justus, de 67 anos, revelou que descobriu que estava com câncer de bexiga durante um check-up anual. 

“Durante um check-up que eu faço rigorosamente em dia, todos os anos, eu descobri um divertículo na bexiga, um cisto que tinha uma coisa sólida dentro. Dr. Gustavo Caserta Lemos, meu urologista, aliás, médico fantástico, resolveu que tínhamos que operar imediatamente que podia ser um tumor maligno”, afirmou em um vídeo publicado no Instagram.

Após a cirurgia, continuou Justus, ele recebeu o difícil diagnóstico. “Eu tinha um câncer de bexiga invasivo, só que foi tirado a tempo porque eu peguei em um exame. E porque quando a gente trata de um assunto precocemente, o câncer não é uma sentença de morte para ninguém. 70, 80% dos casos de câncer precocemente tratados têm cura, é só você pesquisar.”

A doença é até três vezes mais comum em homens do que mulheres, sendo que 90% dos casos são diagnosticados após 55 anos. Conheça agora as causas, sintomas e tratamentos mais indicados para o câncer de bexiga.

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As causas do câncer na bexiga

Não há uma causa específica para o câncer de bexiga, mas sim alguns fatores de risco. Assim, o principal é o tabagismo, que representa, em média, de 50 a 70% dos casos. Além disso, pessoas que fumam têm o risco de ter a doença quatro vezes maior do que não fumantes. Além disso, outro fator de risco importante é a baixa ingestão de líquidos.

Do mesmo modo, a exposição a diversos componentes químicos também é um fator de risco. Quem manipula, por exemplo, aminas aromáticas, corantes, benzeno, benzidina e derivados do petróleo têm mais chance de desenvolver a doença, assim como trabalhadores de setores como agricultura, indústria têxtil, produtos de borracha, plásticos e sintéticos, couro, dentre outras categorias profissionais. 

Outra causa comum para o surgimento do câncer de bexiga é tomar, durante bastante tempo, uma droga antineoplásica conhecida como Ciclofosfamida. A exposição a tratamento de radioterapia em áreas próximas à bexiga também podem causar a doença. Por fim, fatores hereditários – como o diagnóstico da doença em algum parente de 1º grau – também causam o câncer de bexiga.

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Quais são os sintomas e como diagnosticar o câncer de bexiga?

O primeiro sinal de alerta para a investigação do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina, também chamado de hematúria. O sintoma pode ser microscópico, ou seja, invisível a olho nu, ou macroscópica, quando é visível. A intensidade, por sua vez, depende da extensão da doença. 

Além disso, outros sintomas comuns incluem urgência miccional, aumento da frequência das micções e sensação de dor ou queimação ao urinar. 

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de urina ou imagem, como tomografia, ultrassonografia ou ressonância magnética da região pélvica. Além disso, caso haja a presença de lesões suspeitas, elas devem ser confirmadas por exame de Cistoscopia ou RTU. Nesse caso, um instrumento é introduzido via uretra para visualizar as lesões e realizar as biópsias do tumor.  

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Quais as formas de tratamento?

As opções de tratamento do câncer de bexiga dependem do risco de recorrência ou progressão de doença, que pode ser classificada em grupos de baixo risco, intermediário, alto e muito alto. Dessa forma, o tratamento é feito de três maneiras: 

  • Cirurgia para remoção do tumor, da lesão ou de toda a bexiga.
  • Terapia intravesical, que pode ter duração de até 12 meses. Nesse caso, medicamentos são administrados diretamente na bexiga, através de um cateter, em vez de utilizar a via oral ou venosa. O medicamento permanece na bexiga por até 2 horas. Também podem ser utilizados quimioterápicos
  • Quimioterapia sistêmica: utilizada em casos de metástases ósseas, pulmonares ou outras.

No caso de Roberto Justus, ele vai precisar fazer quimioterapia. “O Dr. Fernando Maluf disse que eu vou fazer um tratamento preventivo pra evitar que alguma célula [cancerígena] tenha escapado pro meu organismo. Fiz ontem um exame geral e não apareceu nada, estou limpo. Porém, pode ter escapado do exame. Então vou fazer uma quimioterapia preventiva durante 12 semanas, apenas 8 sessões. Isso é muito importante pra eliminar qualquer risco e poder garantir uma cura duradoura”, detalhou.

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É possível prevenir a doença?

Embora não seja possível evitar o surgimento do câncer de bexiga, é possível evitar os fatores de risco. O principal é parar de fumar, seguido do aumento na ingestão de líquidos durante o dia, principalmente durante estações quentes.

A falta de água não só favorece o surgimento do câncer de bexiga, como também pode aumentar as chances de ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, pouca água no organismo dificulta a recuperação, caso ocorra o derrame. 

Por fim, Justus fez questão de incentivar exames preventivos entre seus seguidores: “Então faça um check-up regular, principalmente aqueles que já passaram dos 40 anos de idade. Essa força física que eu tenho, essa determinação que eu tenho, vão ser muito importantes aliados para mim, para eu me livrar desse problema”, contou.

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Fonte:  Dra. Walkiria Tamelini, Oncologista Clínica no Hospital e Maternidade São Cristóvão.  

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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