Câncer de endométrio: sangramento irregular indica alerta

Saúde
29 de Março, 2022
Câncer de endométrio: sangramento irregular indica alerta

O câncer de endométrio é um dos tumores ginecológicos mais comuns, cujas principais vítimas são mulheres acima de 60 anos. De acordo com Alexandre Pupo, médico ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês e Albert Einstein, o sangramento irregular é o primeiro sinal de suspeita da doença. “Por atingir mais mulheres que já passaram pela menopausa, sangramentos sem uma causa que não sejam menstruação incentivam a procura rápida por ajuda médica”, afirma Pupo.

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O que é o câncer de endométrio?

O endométrio é tecido que reveste o interior do útero, onde a placenta se firma durante a gravidez para viabilizar a troca de fluidos e nutrientes entre mãe e bebê. Quando não há gestação, o endométrio é expelido durante a menstruação. Ou seja, o tecido se renova a cada ciclo menstrual para receber um possível bebê dentro do útero.

No entanto, quando há um crescimento exacerbado das camadas do endométrio, geralmente é um sinal de câncer. Além do sangramento vaginal (inclusive fora do período menstrual, entre mulheres que ainda menstruam) e em intensidades diferentes, o câncer de endométrio pode causar dor ou sensação de sobrecarga na bacia. No caso de mulheres que já enfrentaram a menopausa, um corrimento vaginal branco ou amarelado precede o sangramento.  

Diagnóstico e tratamento

Segundo Pupo, a detecção do câncer de endométrio é feita por meio de exames de imagem, como ultrassom transvaginal, ressonância magnética e histerossonografia acompanhada de biópsia. Em síntese, todos conseguem identificar anormalidades no endométrio, tais como o engrossamento e crescimento exagerado do tecido e possíveis tumores e cistos. “É importante que a descoberta seja realizada no estágio inicial do câncer, pois evita a proliferação da doença em outras partes do corpo. Afinal, o sucesso do tratamento está relacionado à eficiência do diagnóstico”, ressalta o médico.

Já o tratamento irá depender do avanço do câncer para outras áreas e das condições de saúde da mulher. “A princípio, pode ser feita a cirurgia de remoção do local afetado. Se a mulher já constituiu família, a equipe médica prioriza a retirada completa do útero, das trompas e dos ovários, pois são áreas com potencial de metástase do câncer. Também podem ser removidos os gânglios da pelve, que são outro risco para a migração do câncer”, descreve o ginecologista.

Outra faceta do tratamento é a quimioterapia e outras terapias com o objetivo de conter a disseminação do câncer para outras áreas, caso o útero e outros órgãos do aparelho reprodutor tenham sido retirados. Feito o tratamento adequado, as chances de cura são otimistas, sobretudo se o diagnóstico for precoce.

Equipe que diagnostica e trata o câncer de endométrio

Normalmente, o primeiro especialista que avalia a presença do câncer é o médico ginecologista, responsável por cuidar da saúde feminina. Detectada a doença, haverá o envolvimento de outros profissionais, como o médico oncologista, equipe de cirurgia e até psicólogo, essencial para o suporte emocional à mulher.

Perfil de risco

A maioria das mulheres que enfrentam esse tipo de câncer já estão no período pós-menopausa. Contudo, é possível que mulheres mais jovens sejam afetadas pela enfermidade, e alguns fatores são determinantes para a manifestação da doença. Por exemplo:

  • Ovários policísticos.
  • Obesidade.
  • Alterações hormonais.
  • Nunca ter tido filhos (nuliparidade).
  • Diabetes.
  • Hipertensão arterial.
  • Menopausa tardia.
  • Histórico familiar com doenças relacionadas ao sistema reprodutor feminino.

Como se prevenir

Embora certos cuidados sejam essenciais para evitar o câncer de endométrio e problemas relacionados, é difícil blindar-se contra esse tipo de enfermidade. Portanto, realizar check-ups regulares, levar uma vida saudável e sempre consultar um especialista quando houver qualquer sintoma fora do habitual fazem parte do conjunto de bons hábitos preventivos.

Fonte: Alexandre Pupo, médico ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês e Albert Einstein; e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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