Anemia megaloblástica: o que é, sintomas, causas e tratamento

Saúde
31 de Agosto, 2022
Anemia megaloblástica: o que é, sintomas, causas e tratamento

A anemia megaloblástica possui uma característica marcante: a dissociação núcleo-citoplasma. Por isso, a sua principal causa é deficiência de vitamina B12. Celso Arrais, onco hematologista do Hospital Nove de Julho explica quais são os sintomas do quadro e as formas de tratamento.

O que é anemia megaloblástica?

Segundo o especialista, a anemia megaloblástica é um tipo de anemia que ocorre por conta da diminuição de vitamina B12. “Isso faz com que exista uma diminuição da quantidade de hemácias e, consequentemente, o aumento delas. Além disso, acontece também a diminuição do tamanho de plaquetas e glóbulos brancos”, acrescenta.

Assim, é muito importante que esse tipo de anemia seja identificado e tratado conforme a orientação médica de um clínico geral ou hematologista.

Causas

O médico explica que existem duas formas dessa anemia se apresentar:

  • Por deficiência alimentar: ligada a baixa ingestão do componente;
  • Por anemia perniciosa: quando mesmo com uma alimentação adequada e rica de vitamina B12, existe no organismo a falta de uma proteína que a sintetiza e absorve.

Em alguns casos, há também o uso de medicamentos, como alguns anticonvulsivantes, que bloqueiam a síntese de DNA ou que interferem no metabolismo do ácido fólico.

Quais os sintomas da anemia megaloblástica?

Há menor quantidade de hemácias sendo produzidas como consequência da diminuição da vitamina B12. Assim, ocorre a redução da hemoglobina no sangue, dificultando o transporte de oxigênio para as células e surgindo o aparecimento dos sintomas.

De acordo com o profissional, os principais sintomas são:

  • Perda de apetite;
  • Cansaço;
  • Palidez;
  • Surgimento de manchas pelo corpo;
  • Enfraquecimento de unhas;
  • Queda de cabelo;
  • Dificuldade de concentração.

Além disso, também é possível apresentar um quadro clínico com fraqueza, dor muscular, perda de peso (consequência da perda de apetite), alterações do trânsito intestinal (com diarreia ou prisão de ventre), dor abdominal, náuseas ou formigamento nas mãos e pés.

Diagnóstico

O diagnóstico da anemia megaloblástica é feito através de um hemograma e por meio da dosagem de vitamina B12 no sistema sanguíneo. Ainda existem outros tipos de diagnósticos que podem ser realizados em exames laboratoriais. Por exemplo:

  • Análise do hemograma: para achar um VCM aumentado, característico da megaloblastose;
  • Esfregaço do sangue periférico: para encontrar a hipersegmentação dos núcleos dos neutrófilos;
  • Realização do mielograma: pode indicar uma medula óssea hipercelular e alterações morfológicas nucleares, como eritroblastos grandes com núcleos imaturos;
  • Dosagem de cobalamina sérica: quando muito reduzida sugere fortemente o diagnóstico da anemia megaloblástica;
  • Dosagem sérica de folato: como a deficiência de B12 pode ocasionar um acúmulo de folato sérico, então o folato eritrocitário pode ser dosado;
  • Dosagem de ácido metilmalônico: para mostrar se os índices estão elevados e se há deficiência de cobalamina;  
  • Dosagem de homocisteína: indica tanto a falta de B12 quanto de ácido fólico.

Leia também: Anemia hemolítica: o que é, principais sintomas e tratamento

Tratamentos da anemia megaloblástica 

Para o médico hematologista, o tratamento da anemia megaloblástica deve ser prescrito conforme a causa da anemia. “Pode ser recomendada a suplementação de vitamina B12, seja ela por vias orais ou até mesmo injeções com uma carga mais alta da VB12, e também um ajuste na alimentação do paciente com focos em alimentos estratégicos”, complementa.

Se o tratamento for direcionado para a correção da dieta alimentar, então será necessário aumentar o consumo de verduras. Além disso, pode ser necessário complementar com a administração de ácido fólico via oral na dose de 5 mg/dia até que a causa da carência tenha sido retirada.

Quais os prejuízos leves e graves da anemia megaloblástica?

O médico conta que os prejuízos mais graves ligados à anemia megaloblástica estão relacionados à qualidade de vida do paciente. “O paciente com esse tipo de anemia se torna mais atônito, cansado para as tarefas do dia a dia. Pode haver dificuldades de concentração no trabalho, estudo e outras atividades simples da vida”, lembra. 

Importante saber que algumas manifestações clínicas da deficiência de vitamina B12 podem variar de estados mais brandos até condições severas, associadas ao surgimento de sintomas neurológicos.  Apesar de rara, a deficiência de vitamina B12 pode cursar com manifestações mentais, como depressão, déficits de memória, disfunção cognitiva, entre outras.

É verdade que a anemia vira leucemia?

Infelizmente, muitas pessoas acreditam que a anemia pode virar leucemia, mas o especialista informa que esse pensamento é um mito. 

“É importante deixar claro que nenhum tipo de anemia leva à leucemia. É possível que um paciente com leucemia possua alguma anemia, devido às condições do organismo dele. Mas o contrário não, anemia não evolui para leucemia”, afirma.

Qual antibiótico causa anemia megaloblástica?

Algumas pessoas também acreditam que o uso de alguns antibióticos pode causar anemia megaloblástica, mas o hematologista diz que isso não é comum.

“É raro, mas pode acontecer com uso de alguns medicamentos que interferem na reprodução do DNA, como alguns antibióticos usados em quimioterapias”, comenta. 

Prevenção

Por fim, Celso destaca alguns hábitos que podem ajudar a prevenir a anemia megaloblástica. “Manter uma alimentação equilibrada e rica em componentes com a Vitamina B12, com ovos, peixes, frutos do mar e carnes vermelhas, por exemplo”, afirma. 

Sendo assim, para a prevenção desse tipo de anemia, o ideal é manter o organismo nutrido de vitamina B12 e ácido fólico, nutrientes presentes em diversos alimentos. Além disso, para quem é vegetariano ou vegano existem opções fortificadas sinteticamente com a vitamina B12. No entanto, o ideal é buscar orientação médica para verificar a melhor maneira de suplementar.

Fonte: Celso Arrais, onco hematologista do hospital Nove de Julho.

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