Anemia hemolítica: o que é, principais sintomas e tratamento

Saúde
31 de Agosto, 2022
Anemia hemolítica: o que é, principais sintomas e tratamento

A anemia hemolítica é uma condição autoimune capaz de fazer com que os anticorpos do organismo destruam os glóbulos vermelhos. O médico cardiologista Diogo Umann explica quais são os principais sintomas da condição e como tratá-la.

O que é anemia hemolítica?

De acordo com o especialista, a anemia hemolítica é caracterizada pela redução do ciclo de vida das hemácias por conta da ação do sistema imune do organismo do portador da doença. 

“O sistema de defesa do corpo atua, sobretudo, para reduzir o ciclo de vida das hemácias que, em situação normal, é de cerca de 120 dias. As hemácias de um portador da anemia hemolítica apresentam ciclo de vida inferior devido a sua destruição prematura”, explica.

Causas

De forma geral, as causas das doenças autoimunes ainda são uns dos grandes desafios da medicina. Isso porque se trata, geralmente, de doenças multifatoriais que podem surgir de diferentes formas e em diferentes contextos. 

Além disso, o cardiologista informa que a anemia hemolítica pode ser classificada como extrínseca ou intrínseca: “A primeira acontece quando a fonte da destruição das hemácias se encontra fora delas. Já a intrínseca quando a origem desses danos se encontra nas hemácias”.

No primeiro caso, anemia hemolítica extrínseca, a causa pode estar ligada à reação a determinados fármacos, alterações imunológicas, infecções, hiperatividade celular e presença de toxinas como chumbo ou cobre. Assim, Diogo comenta que, esse tipo de anemia, pode ser causado pelo contato com determinados agentes infecciosos. 

“Já no caso da anemia hemolítica intrínseca, a causa costuma ser hereditária, ou seja, genética, causada por uma alteração no nosso DNA”, lembra. 

Quais são os sintomas da anemia hemolítica?

Os principais sintomas da anemia hemolítica, de acordo com o especialista, são os mesmos vistos em outros tipos de anemia. Por exemplo:

  • Tontura;
  • Palidez;
  • Fadiga;
  • Aumento do tamanho do baço;
  • Icterícia (amarelamento da pele);
  • Icterícia conjuntival (amarelamento da membrana que cobre os olhos).

Já nas crises hemolíticas, ou seja, nos casos agudos e graves (mais raros), pode ocorrer também: 

  • Febre;
  • Dor lombar;
  • Dor abdominal;
  • Calafrios;
  • Choque;
  • Prostração. 

“Pode haver também, nesses casos, a mudança na cor da urina, que pode se tornar mais avermelhada ou vermelho-amarronzada”, completa.

Como confirmar o diagnóstico?

O diagnóstico da anemia hemolítica é feito por meio da consulta médica e exames clínicos. Os exames mais importantes nesse caso são o esfregaço de sangue periférico e a contagem de reticulócitos. 

O cardiologista acrescenta que o teste de antiglobulina também pode ajudar a identificar a causa. “O que é importante, já que o tratamento depende do tipo de hemólise, ou seja, de sua causa”, diz. O teste indireto de antiglobulina (TIA), por sua vez, é usado principalmente para determinar se uma anemia é provocada por anticorpos ligados a elas. 

Tratamento

Existem algumas formas de tratamento da anemia hemolítica que devem reduzir o grau de destruição dos glóbulos vermelhos, gerando, assim, elevação dos níveis de hemoglobina e melhora dos sintomas. 

De acordo com o profissional, para a anemia hemolítica quente, são geralmente utilizados glicocorticoides, esplenectomia ou imunossupressores. Já para a anemia hemolítica fria costuma-se fazer a proteção contra o frio

Além disso, o conselho do médico é que o paciente se mantenha aquecido mesmo durante o verão, principalmente as extremidades do corpo (cabeça, pés e mãos). Dessa forma, a escolha do tratamento depende do tipo de anemia hemolítica, dos sintomas apresentados e da gravidade da doença de cada paciente.  

Como é realizado o tratamento?

O especialista confirma que o tratamento da anemia hemolítica depende do tipo de anemia hemolítica identificado. 

“Por isso, só o diagnóstico individualizado determinará qual o tratamento adequado. Em alguns casos, pode recorrer ao uso de corticoides, por exemplo, em outros, recomenda-se o tratamento com transfusões de sangue”, explica. 

Aliás, em algumas situações, o cardiologista lembra que pode ser necessária uma cirurgia de retirada parcial ou total do baço. Geralmente, a remoção cirúrgica do baço, chamada de esplenectomia, é uma opção quando o paciente não responde bem ao tratamento. 

Se for o caso de realizar a cirurgia para remover o baço, indica-se a aplicação de vacinas como a antipneumocóccica e antimeningocóccica, uma vez que o risco de infecção é alto para quem vive sem esse órgão.

Medicamentos mais usados

Em alguns casos, Diogo informa que é possível usar alguns tipos de medicamentos, como glicocorticoides, esplenectomia ou imunossupressores. “Mas nem sempre é recomendado o tratamento com medicamentos, depende do caso e do tipo de anemia hemolítica”, alerta.

Além disso, somente um médico pode dizer qual o melhor medicamento para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. 

Fatores de risco

Existem alguns fatores de risco que podem agravar o quadro clínico do paciente com anemia hemolítica. Segundo o especialista, o contato com determinados fármacos, toxinas ou a presença de infecções e hiperatividade celular são alguns deles. “Isso porque o mecanismo de desenvolvimento de doenças autoimunes é complexo e muito amplo”, comenta.

Além da exposição a determinados produtos químicos, drogas e toxinas, as infecções também podem agravar o quadro clínico.

Existe prevenção?

Por fim, o cardiologista lembra que, por se tratar de uma doença genética, não há formas conhecidas de se prevenir contra a anemia hemolítica. 

Qual médico procurar ajuda?

Alguns especialistas podem diagnosticar a anemia hemolítica. São eles: clínico geral, endocrinologista, cardiologista, hematologista, imunologista e infectologista.

Na primeira consulta, o paciente deve relatar os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, além de levar o histórico médico, incluindo as condições que o paciente tem e os medicamentos ou suplementos que ele costuma tomar com regularidade.

Fonte: Diogo Umann, médico cardiologista, formado no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Diretor Clínico e Responsável Técnico da iMEDato Consultas e Exames

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