Como a alimentação saudável garante a eficácia da vacina da Covid-19 em idosos
Conforme envelhecemos, a nossa imunidade vai ficando cada vez mais comprometida, limitando a resposta do corpo a patógenos e a vacinas. Contudo, o que pouca gente sabe é que a eficácia da vacina contra a Covid-19 em idosos está relacionada não apenas à idade, mas também à alimentação saudável.
De acordo com a nutricionista Adriana Stavro, a falta de nutrientes diminui as defesas imunológicas do organismo, tornando o indivíduo mais suscetível a doenças. Assim, uma resposta imune eficaz requer um estado nutricional adequado.
A especialista ainda ressalta que estudos feitos em idosos associaram deficiências nos marcadores imunológicos a baixos níveis de vitaminas B6 e C e de minerais zinco e ferro. “Um sistema imunológico saudável precisa de vários micronutrientes, incluindo vitaminas A, D, C, E, B6 e B12. Além disso, minerais como folato, zinco, ferro, cobre e selênio devem estar presentes. Isso porque todos eles desempenham um papel vital para a resposta imune” afirma Adriana.
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O que dizem os estudos
Existem diversas pesquisas que comprovam a importância de uma alimentação nutritiva para garantir a eficácia das vacinas em idosos. Veja alguns exemplos, indicados pela nutricionista:
- Uma revisão sistemática de nove estudos envolvendo 2 367 indivíduos encontrou taxas de soroproteção mais baixas para o vírus influenza A (subtipo H3N2) e para o vírus influenza B naqueles com deficiência de vitamina D;
- Outra revisão, que incluiu 28 estudos, avaliou a insuficiência de minerais no organismo de 7 203 idosos vivendo de forma independente, e de 2 036 vivendo em instituições. Assim, a deficiência de zinco foi observada em 31% das mulheres que viviam por conta própria e 49% dos homens na mesma condição. A ingestão de selênio foi igualmente comprometida, com deficiência presente em 49% das mulheres e 37% dos homens independentes e 44% das mulheres e 27% dos homens nas instituições. Além disso, insuficiências de ferro, iodo e cobre foram observadas em ambas as populações;
- A Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição de 2019 mostrou piora na ingestão alimentar e escassez crônica de vários dos nutrientes envolvidos no apoio às funções imunológicas. Estes incluíam vitaminas A, B12, C e D, zinco, selênio e cobre. Sendo assim, essas deficiências de micronutrientes podem limitar a eficácia das vacinas de Covid-19.
Alimentação saudável e vacina em idosos
Os alimentos a seguir devem estar presentes na alimentação de todos os maiores de 60 anos. Dessa maneira, vale priorizar uma alimentação mais equilibrada por pelo menos duas semanas antes de receber a vacina e por no mínimo duas semanas depois da dose.
- Vitamina A: fígado, gemas de ovos, leite, frutas e legumes amarelos e alaranjados (como manga, mamão, cajá, caju maduro, goiaba vermelha, abóbora, tomate e cenoura);
- Complexo B: leite e derivados, carne, ovos, carne vermelha, peixes, leveduras, cereais integrais, brócolis, cenoura, tomate, soja e castanhas;
- Vitamina E: semente de girassol, amendoim, amêndoas, nozes, óleos de milho e soja, azeite de oliva, fígado e gema de ovo;
- D: para ser sintetizada, precisa da exposição da pele aos raios ultravioleta do sol;
- Vitamina C: camu-camu, acerola, laranja, limão, mamão, morango, abacaxi, brócolis, couve e pimentão;
- Zinco: amendoim, amêndoa, camarão, carne vermelha, castanhas, chocolate amargo, feijão e grão-de-bico;
- Selênio: peixes, carnes de boi, frango, queijos, leite, ovos e castanhas-do-pará;
- Ferro carne bovina, carne suína, frango, peixes; feijão, espinafre, brócolis e couve.
Fonte: Adriana Stavro, Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta, Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis e Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.