Alimentação para quem sofre de enxaqueca: o que priorizar (e o que evitar)

Alimentação Bem-estar
28 de Março, 2022
Alimentação para quem sofre de enxaqueca: o que priorizar (e o que evitar)

Quem sofre com enxaqueca sabe o quanto tal condição pode atrapalhar a rotina e trazer prejuízos para atividades do dia a dia. As dores de cabeça são extremas e frequentes. Apesar de acometer pessoas geneticamente predispostas, as crises de enxaqueca podem aparecer por conta de determinados gatilhos. TPM, período pós-estresse ou noites de sono ruins podem ser os motores responsáveis pelo surgimento de uma crise de enxaqueca. Além disso, outro fator que perpassa essa condição é a alimentação. Afinal, existem alimentos que causam enxaqueca? Qual é a alimentação ideal para quem sofre de enxaqueca?

De acordo com Danielle Lodetti, nutricionista e especialista em neuronutrição, existe sim uma relação expressiva entre a alimentação e a enxaqueca. Ela destaca que cada indivíduo apresenta um quadro específico e, por isso, não é tão fácil estabelecer quais itens podem ocasionar uma crise. 

“Como cada indivíduo tem uma particularidade, às vezes tem um alimento que é teoricamente inofensivo, mas que para aquela pessoa causa enxaqueca. Então, tem gente que tem enxaqueca quando come coentro, cebola, abobrinha. É a reação daquele organismo, isso precisa ser visto, e o alimento deve ser retirado”, afirma.

Entretanto, alguns grupos de alimentos costumam causar mais reações em quem tem enxaqueca. Dessa forma, é importante atentar-se à forma com a qual você se relaciona com a comida (sobretudo se já sofrer com crises) e evitar algumas combinações.

Alimentos que causam enxaqueca

É importante frisar que alguns alimentos têm maiores chances de gerar enxaqueca do que outros. Mas, como já foi apontado pela especialista, algumas pessoas que convivem com o distúrbio consomem tais alimentos e não possuem nenhum tipo de reação. Em suma, as consequências variam de acordo com cada organismo. Por isso, é sempre importante se autoconhecer e ter acompanhamento profissional.

Entre os alimentos causadores de crises de enxaqueca, Danielle destaca aqueles que têm aminas biogênicas em sua composição. Elas são substâncias formadas por bactérias quando o alimento passa pelo processo de fermentação. “Os alimentos ricos em aminas biogênicas são aqueles que não são frescos, que são fermentados, tipo o leite fermentado, a carne de sol, o próprio queijo, o vinho, a cerveja. Tudo que é fermentado”, pontua a nutricionista.

Já em relação às frutas, apesar de parecerem “inocentes” por serem consideradas saudáveis, algumas não são indicadas para quem sofre com a enxaqueca. As cítricas, como laranja, tangerina e toranja, não são recomendadas, segundo a profissional.

Alimentação para quem sofre de enxaqueca: o que evitar

O consumo de alimentos de difícil digestão, com mais gordura e conhecidos como “pesados”, também é associado a um maior risco de crises de enxaqueca. “Nesses casos, o estômago e o intestino trabalham muito no processo de digestão”, diz.

Alimentos pró-inflamatórios, ou seja, ricos em gordura animal e saturada não devem ser consumidos por pessoas que têm enxaqueca. Além disso, os que elevam muito a glicose no sangue, como açúcar, massas, biscoitos recheados e cereais refinados, precisam ser evitados.

“Existem alguns aditivos alimentares que também podem ser gatilhos para enxaqueca, por exemplo, o adoçante aspartame, ele aumenta no cérebro a quantidade de um neurotransmissor chamado glutamato, e isso pode ser gatilho para enxaqueca. Assim como o conservante ácido benzóico, que é muito comum nos alimentos industrializados e também está associado à enxaqueca”, completa Danielle.

Alimentação para quem sofre de enxaqueca: O que comer

Apesar de não ter cura, a enxaqueca pode ser controlada por meio de uma alimentação adequada. Assim, existem diversos alimentos que são indicados para aliviar o distúrbio. Acima de tudo, adotar uma dieta anti-inflamatória, com gorduras mono e polinsaturadas, é muito importante. Além disso, o ômega-3, justamente por ter uma ação anti-inflamatória, também é essencial.

De acordo com Danielle: “é interessante escolher carboidratos de índice glicêmico moderado a baixo. Aqueles carboidratos que não elevam o nível de açúcar no sangue, tipo cereal integral, batata-doce, frutas com a fibra sem serem peneiradas, aveia, quinoa”.

Alimentos ricos em magnésio também são opções recomendadas pelos profissionais da área. Alguns exemplos são: semente de abóbora, gergelim, abacate, nozes, amêndoa, chocolate amargo e peixes. “Quando a gente tem qualquer processo de dor, seja enxaqueca, fibromialgia, osteoartrite, dor crônica em si, é importante o magnésio porque ele auxilia na modulação da dor”, afirma a nutricionista.

Por fim, alimentos ricos em cisteína, aminoácido que possui importantes funções antioxidantes e detoxificantes, também devem ser ingeridos nas refeições do dia. Repolho, couve-manteiga, couve-de-bruxelas, nabo, rabanete, couve-flor e brócolis possuem tal componente.

Leia também: Enxaqueca com aura: o que é, causas, sintomas e como evitar

Suplementos

Uma outra alternativa que deve ser levada em consideração é o uso de suplementos — indicados por um profissional da área. Danielle afirma que tal prática é muito indicada para casos de pacientes com enxaqueca. “Hoje, a gente já tem suplementos de vitaminas do complexo B, magnésio, coenzima q10, alguns fitoterápicos e ômega-3. Eles todos sendo associados a menores chances de o indivíduo entrar em crise de enxaqueca”, explica.

Hábitos 

Por fim, é importante beber bastante água, já que a desidratação pode causar crises de enxaqueca e buscar, acima de tudo, identificar os hábitos precursores da chegada da dor de cabeça intensa.

É imprescindível que haja, com a ajuda de um especialista, a identificação dos motivos pelos quais a crise se intensifica. Como Danielle afirma: “o básico, na maioria das vezes, funciona”. Por isso, procure manter uma rotina saudável e equilibrada. Dessa forma, as chances do surgimento de uma crise se mantêm menores.

Fonte: Danielle Lodetti, nutricionista e especialista em Neuronutrição.

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