Enxaqueca com aura: o que é, causas, sintomas e como evitar

A enxaqueca é uma doença neurológica, muito comum, em que a dor de cabeça é o sintoma predominante. Mas existe também um subtipo do problema: a enxaqueca com aura.

Para entender melhor, a enxaqueca é caracterizada por uma dor pulsátil, intensidade de moderada a intensa, geralmente de um lado da cabeça. Além disso, pode surgir sensibilidade à luz e som, náuseas e/ou vômitos, com duração de quatro a 72h, e piora da dor durante atividade física.

Na enxaqueca com aura, o indivíduo tem alterações em sua visão, enxergando pontos brancos, flashes de luz, pontos cintilantes e outras alterações, seguido por uma dor de cabeça forte e constante. 

A enxaqueca com aura ocorre em 20 a 30% das pessoas que têm enxaqueca comum, principalmente em mulheres.

Além disso, de acordo com Alice Leão, neurologista do Plunes Centro Médico, a enxaqueca com aura está associada a um aumento do risco de acidente vascular cerebral isquêmico (AVC). Em pacientes tabagistas e que usam anticoncepcionais orais combinados o risco é ainda maior.

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Sintomas da enxaqueca com aura

Os sintomas mais comuns de aura são incluem:

• Alterações visuais como pontos brilhantes ou pontos pretos em um campo visual;
• Visão turva;
• Flashes luminosos do tipo zigue-zague;
• Formigamentos ou dormência de um lado do corpo;
• Dificuldade para falar;
• Vertigem;
• Paralisia de um membro. 

Esses sintomas têm início gradual e costumam durar em média de cinco minutos até uma hora.

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Causas

As causas da enxaqueca com aura ainda não são totalmente esclarecidas. Mas a Dra. Natália Longo, médica neurologista e neurofisiologista, explica que a aura ocorre quando numa parte do cérebro, os neurônios trabalham de uma forma muito acelerada. 

“Assim, eles gastam muita energia e isso exige um maior fluxo de sangue nesta região, fazendo com que as pessoas tenham sintomas nas áreas do corpo correlacionados com a região do cérebro que ocorreu este fenômeno (visuais, fala ou sensitivos)”, diz a especialista.

Além disso, a predisposição genética ocorre em até 80% dos casos, sendo mais frequente em parentes de primeiro grau. 

Segundo Alice Leão, outros fatores também podem atuar como gatilhos para ter enxaqueca com aura. Saiba quais são eles:

• Estresse;
• Oscilações hormonais;
• Mudança climática;
• Alimentação;
• Estímulos luminosos intensos;
• Odores;
• Jejum prolongado;
• Alterações do sono;
• Ingestão de bebida alcoólica.

Diferenças entre enxaqueca com aura e deslocamento da retina

Muitas vezes, ao sentir as alterações na visão, as pessoas podem confundir a enxaqueca com um deslocamento da retina, pois os sintomas são semelhantes. 

“A diferença é que as auras visuais são transitórias (com duração de até 60 minutos) totalmente reversíveis e estão associadas a dor de cabeça (podendo aparecer antes ou durante a dor). Enquanto o deslocamento de retina, dificilmente está associado à dor e os sintomas visuais não são transitórios”, ressalta Dra. Natália.

Tratamento e como evitar 

Apesar de não existir um tratamento específico para a enxaqueca com aura, existem diversas formas de aliviar as dores. Mas o ideal é consultar um médico para que o tratamento seja feito de acordo com a intensidade e causa da doença. 

“Para controle adequado da enxaqueca com aura, a recomendação é a mesma da enxaqueca sem aura. Ou seja, controle do estresse, sono adequado, alimentação saudável, atividade física regular, evitar jejum prolongado e evitar bebida alcoólica. Se ainda assim tiver 3 ou mais episódios de enxaqueca por mês nos últimos 3 meses procure ajuda de um Neurologista para realização de um tratamento profilático e melhor controle dos sintomas”, complementa a médica neurologista Alice Leão.

Fontes: Alice Leão – médica neurologista do Plunes Centro Médico, de Curitiba;

Dra. Natália Longo –  neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP.