Dieta cetogênica pode ser benéfica para aliviar os sintomas de Alzheimer: veja como
De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 1,2 milhão de brasileiros convive com a doença. A condição afeta o funcionamento do cérebro, uma vez que as conexões das células cerebrais e as próprias células se degeneram e morrem. Assim, o paciente sofre com perda de memória e tem pensamentos e comportamentos confusos. Além disso, não há cura, mas é possível utilizar algumas estratégias para aliviar os sintomas e manter uma certa qualidade de vida por mais tempo. A alimentação, por exemplo, pode ser vista como uma forma de garantir bem-estar a esses indivíduos. Um estudo descobriu que a dieta cetogênica pode ser a alimentação ideal em casos de Alzheimer.
Pesquisadores da Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos, realizaram uma intervenção com 14 idosos – todos com mais de 71 anos. Eles acompanharam os efeitos da dieta cetogênica na memória de metade desses participantes durante 12 semanas. No final, comparando-os com aqueles que não receberam a alimentação, os cientistas identificaram uma leve melhora na memória e no quadro do mal de Alzheimer.
“É algo que mais de 400 drogas experimentais não foram capazes de fazer em testes clínicos, o suficiente para justificar estudos maiores e de longo prazo sobre o impacto alimentar na função cerebral”, comenta Janson Brandt, neurologista e autor do estudo.
Leia também: Dieta cetogênica é indicada para emagrecer e desinchar; cardápio de 7 dias
O que é a dieta cetogênica?
Por defender o baixo consumo de carboidratos, a dieta cetogênica pode ser facilmente confundida com a low carb. Entretanto, existem algumas diferenças entre elas. Acima de tudo, a dieta keto aposta em quantidades ainda menores de carboidratos. Isso porque ela foi criada com o intuito de tratar doenças como o diabetes e, assim, regular a insulina. Além disso, a cetogênica recomenda o aumento da ingestão de proteínas e gorduras boas.
De qualquer forma, ela é uma dieta restritiva e, por isso, dificilmente terá recomendações a longo prazo. Geralmente, o cardápio dura de três semanas a seis meses. Nele, prioriza-se a ingestão de:
- Carne, peixe e ovo;
- Gordura e óleo (por exemplo: manteiga, azeite extravirgem e óleo de coco);
- Nozes e sementes (por exemplo: amêndoa, amendoim, noz, chia, linhaça, sementes de abóbora);
- Ervas e temperos (por exemplo: sal, pimenta, alho, gengibre).
Por outro lado, leguminosas, tubérculos, massas, doces e sucos não são bem-vindos nas refeições.
Alimentação para prevenir Alzheimer
Além de ser importante cuidar da alimentação depois do diagnóstico do Alzheimer, é necessário ficar atento às refeições também como forma de prevenção da doença. Isso porque, apesar de a demência ter influência de questões genéticas, a ciência já revelou que fatores externos contribuem para o desenvolvimento da condição.
O consumo excessivo de alimentos gordurosos, por exemplo, pode aumentar os riscos do surgimento de Alzheimer. Tal descoberta foi feita por pesquisadores da University of South Australia. O estudo, realizado em ratos, mostrou que a ingestão de alimentos gordurosos estava diretamente relacionada a um declínio cognitivo.
Além disso, um estudo da Neurology enfatizou a importância de investir em alimentos ricos em flavonoides, isto é, antioxidantes, como frutas, legumes e verduras.
Por isso, é sempre bom lembrar que o acompanhamento de um nutricionista é fundamental para definir qual a melhor estratégia alimentar no caso de um paciente com Alzheimer. Isso porque o profissional poderá levar em conta características e preferências individuais — como a presença de outras comorbidades relacionadas.