Tuberculose na gravidez: conheça os sintomas e como tratar

Uma das doenças mais antigas do mundo é a tuberculose. Mesmo com os avanços da medicina ao longo dos anos, ainda hoje, a condição atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo por ano. Contudo, a condição é especialmente perigosa para gestantes, já que os sintomas podem ser confundidos com o próprio desenvolvimento da gestação. Ou seja, sintomas comuns para a tuberculose e para a gravidez, como cansaço e fadiga podem se misturar e dificultar o diagnóstico precoce.

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Tuberculose na gestação

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. De acordo com a Dra. Marina Levy, médica ginecologista e obstetra, a condição pode oferecer uma gestação de risco, já que debilita a parte respiratória da mãe e pode causar danos ao bebê. Portanto, a tuberculose gestacional está relacionada ao aumento de mortes perinatais, riscos de parto prematuro, bebês com baixo peso e transmissão congênita da doença para a criança.

Como identificar a tuberculose na gravidez?

Embora o diagnóstico de tuberculose seja mais difícil na gravidez, alguns sintomas podem acender o alerta, confira quais são: 

• Tosse persistente (com muco ou sem);
• Febre constante e vespertina, ou seja, final da tarde, início da noite;
• Enfraquecimento;
• Dificuldade para realizar as tarefas; 
• Cansaço; 
• Emagrecimento.

Além do mal estar e do cansaço, a tuberculose pode causar sudorese e perda de apetite. Com isso, a perda de peso da mãe pode dificultar o aporte nutricional do bebê, o que prejudica o seu desenvolvimento. Portanto, ao identificar qualquer um dos sintomas é importante procurar um médico para avaliar a fundo a causa, evitando que o diagnóstico da doença seja tardio e impacte no sucesso do tratamento. Além disso, é importante que a gestante siga o tratamento por completo até o final, evitando que a doença retorne.

Tratamento de tuberculose na gravidez

Apesar de ser um quadro potencialmente grave, a boa notícia é que a tuberculose tem cura. Segundo a Dra. Mariana Levy, o tratamento para tuberculose em gestantes é o mesmo utilizado em não gestantes. Portanto, o tratamento inclui, além de medicamentos, mudanças no estilo de vida. A médica ressalta que não fazer o tratamento é muito mais prejudicial para a mãe e para o bebê, do que fazê-lo. Confira como o tratamento é feito.

Medicamentos

O tratamento da tuberculose é feito com quatro tipos de medicamentos, também disponibilizados pelo SUS, uma vez que é uma doença de notificação compulsória, por ser uma questão de saúde pública. Assim, esse tratamento dura 6 meses e deve ser monitorado a cada mês pela conversão da cultura do escarro: de positivo para negativo.

O grande problema hoje em dia é que pela falta de aderência ao tratamento, abandono e uso de outros remédios que interferem na absorção desses medicamentos, há uma grande complicação com a resistência da Mycobacterium às drogas utilizadas. Como consequência, têm crescido os casos de resistência primária MDR (“Multidrug-resistant”) e XDR (“Extensively drug-resistant”).

Por essa razão, foi iniciado no Brasil – também pelo  SUS – o tratamento diretamente observado, ou seja, o paciente recebe a medicação no posto de saúde diariamente, pelo menos na fase inicial da doença. Existe também a possibilidade de vacina como proteção, entretanto, a vacinação infantil com BCG protege apenas as formas graves da doença, que são a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar disseminada. 

Alimentação

Já que um dos sinais de tuberculose é a queda de apetite, uma das consequências imediatas é a redução de peso, que pode, inclusive, evoluir para a desnutrição e restringir o crescimento do bebê. Por isso, o ideal é procurar um nutricionista para balancear a alimentação. Apesar de não ter restrições alimentares, quanto mais saudável for a alimentação, mais benefícios irá trazer à saúde, de uma forma geral. Dessa forma, o ideal é escolher alimentos com alta densidade calórica e nutricional. Por exemplo, aposte em boas fontes de gorduras, como azeite, óleo de coco, oleaginosas, abacate, gordura natural das carnes e ovos, entre outros.

Além disso, frutas, inclusive secas, grãos integrais e boas fontes de proteínas também são boas opções. Pode ser útil, também, algum tipo de suplemento nutricional para atingir as necessidades protéico calóricas, principalmente na falta de apetite. No entanto, somente um médico pode prescrever suplementos.

Tuberculose na gravidez: amamentação 

De acordo com a Dra. Mariana, a amamentação pode acontecer normalmente. Porém, as mães devem utilizar uma máscara cirúrgica de proteção. Além disso, um teste para tuberculose também deve ser aplicado no bebê após o nascimento.

Como prevenir o bebê da tuberculose 

Se o bebê não foi contaminado pela doença de forma congênita, ou seja, dentro da barriga da mãe, a melhor forma de protegê-los é com a vacina BCG. O imunizante diminui a incidência das formas graves da doença, como por exemplo meningite tuberculosa e tuberculose miliar.

Inalar gotículas infectadas de familiares ou funcionários do berçário, também pode favorecer a contaminação. Portanto, é necessário ter muito cuidado durante as primeiras horas de vida do bebê. Além disso, as mães devem evitar lugares fechados e úmidos e sem ventilação.

Fonte: Dra. Marina Levy, médica ginecologista e obstetra.

Referência: Ministério da Saúde.