Teste de Cooper: o que é, como é feito e quais os resultados?

Bem-estar Movimento
15 de Fevereiro, 2022
Teste de Cooper: o que é, como é feito e quais os resultados?

Você já sentiu um cansaço e ficou bastante ofegante após fazer uma corrida? Pois saiba que é possível realizar um teste para avaliar como está a sua capacidade cardiorrespiratórial. Conheça, agora, o teste de Cooper, indispensável para classificar as suas condições físicas.  

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O que é o teste de Cooper?

Pernas bambas, respiração ofegante, coração disparado e pulmão ardendo. Quem nunca sentiu uma dessas sensações após realizar um exercício físico, principalmente aquela corridinha básica?

Essas sensações podem ser sentidas logo após um treino leve ou pesado, mas também podem ser utilizadas para classificar a nossa capacidade cardiorrespiratória

De acordo com o Dr. Hélio Castello, cardiologista e intervencionista do Grupo Angiocardio, “o teste de Cooper é uma forma de avaliar a capacidade cardiorrespiratória de uma pessoa através da análise da performance em uma corrida ou caminhada ininterrupta de 12 minutos”. 

A origem do teste

Em 1968, o médico e preparador físico norte-americano Dr. Kenneth Cooper criou um teste de corrida de 12 minutos para classificar o nível de aptidão física dos integrantes das forças armadas americanas.

O nome “Cooper” foi usado em homenagem ao criador do teste. Posteriormente, o nome passou a ser usado para avaliar atletas e pacientes que desejavam entender melhor seu condicionamento físico. Além disso, a expressão “fazer um cooper” também se tornou um sinônimo de “fazer uma corrida”.  

Esse teste consiste em uma corrida em velocidade constante que varia de acordo com o sexo, faixas etárias e seu desempenho (profissional ou amador). 

Como é feito o teste de Cooper?

O cardiologista Dr. Hélio Castello explica que para ser realizado o teste de Cooper, a pessoa avaliada precisa correr ou caminhar em superfície plana, ou em uma esteira por 12 minutos sem interrupção. 

“Após este tempo, é avaliada a distância percorrida e aplica-se uma fórmula matemática para chegar ao cálculo do VO2 máx, ou seja, a capacidade máxima que o indivíduo tem em consumir oxigênio. Este é um parâmetro muito usado para avaliar capacidade cardiorrespiratória”, complementa.

Além de uma esteira plana ou com leve inclinação, também é necessário que o avaliador tenha marcadores, folhas de registro e cronômetro para realizar o teste com sucesso.

Possíveis resultados

A sigla VO2 máximo significa Volume de Oxigênio Máximo e expressa a capacidade que o corpo tem de captar o oxigênio da atmosfera e fazer chegar aos músculos durante um esforço físico.

Segundo o especialista, o resultado do VO2 máximo deve ser avaliado pelo médico ou educador físico com outros dados como composição física e nível de hemoglobina. 

“Medimos a distância percorrida pelo indivíduo em 12 minutos de corrida para obter os valores que irão determinar se uma pessoa tem ótima capacidade física variam de acordo com a idade”, diz Dr. Hélio.

Para chegar no resultado do VO2 máximo, é preciso usar a calculadora do teste de Cooper com a seguinte equação: 

VO2 máximo = (Distância – 504) / 45

A partir desse resultado, o cardiologista explica que a capacidade cardiorrespiratória pode ser classificada como muito fraca, fraca, média, boa ou excelente. Entenda melhor na tabela abaixo: 

O que é VO2 máximo?

O cálculo do VO2 máximo está associado ao teste de Cooper e causa algumas dúvidas aos avaliados. O Dr. Hélio Castello esclarece que o VO2 máximo indica a capacidade que o corpo tem de captar oxigênio do ar e conduzi-lo até os músculos durante o exercício.

“Ele representa o volume de oxigênio consumido pela pessoa durante a realização de uma atividade física aeróbica, que pode ser caminhada ou corrida, por exemplo. É usado para avaliar condicionamento físico e capacidade cardiorrespiratória aeróbica”, informa Castello. De acordo com o cardiologista, quanto maior for VO2, maior será a capacidade de utilizar bem o oxigênio captado do ar no exercício.

Vantagens e desvantagens do teste de Cooper

Por ser um teste de corrida intensa e ininterrupta, muitas pessoas se questionam sobre os pontos positivos e negativos para realizar o teste de Cooper. Para o cardiologista, as maiores vantagens do teste de Cooper é que ele é simples, barato e fácil de reproduzir. “Pode-se avaliar um número grande de pessoas ao mesmo tempo e de várias faixas etárias”, acrescenta.

Porém, as principais desvantagens apontadas pelo especialista estão ligadas ao fato de que o teste de Cooper depender de outros fatores além da simples capacidade cardiorrespiratória, pois varia com as condições do meio e com a motivação para a corrida. “Além disso, eles têm um valor comparativo mais fiel ao longo do tempo”, lembra Castello.

Cuidados ao realizar o teste

O Dr. Hélio Castello lembra alguns cuidados que o avaliado deve tomar ao realizar o teste de Cooper: “Ideal que esteja com equipamento correto para a corrida, que mantenha um ritmo regular e ininterrupto por 12 minutos e que faça o exercício em superfície plana regular ou esteira”, aconselha.

Além disso, o cardiologista lembra ser possível fazer o teste de Cooper na esteira em casa, mas, habitualmente, esse teste se faz sob indicação do preparador físico ou médico para avaliar a capacidade cardiorrespiratória.

Por fim, qualquer pessoa que deseja avaliar sua aptidão cardiorrespiratória pode fazer o teste de Cooper com supervisão de especialistas, podendo ser aplicado a pessoas de todos os níveis de condicionamento físico e com idades entre 13 a mais de 50 anos. Mas, geralmente, esse tipo de teste é mais utilizado por atletas profissionais que necessitam de um maior suporte para possíveis eventualidades durante as competições e nas avaliações físicas de militares.

Fonte: Dr. Hélio Castello, cardiologista e intervencionista do Grupo Angiocardio.

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