Psoríase: tudo sobre a doença de pele e como tratá-la
- 1. Causas da psoríase
- 2. Tipos e sintomas da psoríase
- 3. Locais mais afetados pela inflamação
- 4. Psoríase e depressão
- 5. Diferenças entre psoríase e dermatite
- 6. O que acontece se a psoríase não for tratada?
- 7. Tratamento da psoríase
- 8. Medicamentos para psoríase
- 9. Alimentação para psoríase: o que evitar e o que comer
- 10. Programa Linhas de Cuidado Vitat - Corpo Saudável
- 11. É possível prevenir a psoríase?
- 12. Especialidades médicas que diagnosticam e tratam a psoríase
- 13. Perguntas frequentes sobre psoríase
- 14. Links úteis
A psoríase é uma doença inflamatória, crônica e não contagiosa que ataca a pele. Nela, lesões avermelhadas, cobertas por escamas secas e esbranquiçadas, se espalham pelo corpo, causando coceira e queimação.
Além disso, um incômodo de quem convive com a enfermidade é o preconceito devido à aparência, pois as manchas causadas pelo acúmulo de células mortas costumam ficar expostas e chegam a sangrar por conta do ressecamento no local.
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Causas da psoríase
Embora seja uma doença conhecida e amplamente estudada, não existe uma causa definida. Mas acredita-se que sua origem é multifatorial, como alterações no sistema imunológico, a incidência genética e as interações com o meio ambiente podem influenciar no surgimento dos sintomas. Às vezes, os sinais agem de forma cíclica, sumindo e voltando em determinados períodos.
Entretanto, alguns fatores podem contribuir para a pessoa desencadear psoríase ou agravar seu quadro clínico. Por exemplo:
- Altos níveis de estresse, preocupação e ansiedade podem debilitar o sistema imunológico.
- Banhos quentes e ressecamento da pele no tempo frio pioram as escamas das lesões.
- Acredita-se que entre 30% e 40% dos pacientes possuem histórico familiar.
- O excesso de peso e as dobras na pele podem desencadear o tipo invertida.
- Bebidas alcoólicas e tabagismo também possuem ligação com a imunidade e intensificam as inflamações.
Tipos e sintomas da psoríase
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a enfermidade atinge cerca de 125 milhões de pessoas ao redor do mundo e desse total, cerca de 5 milhões são brasileiras. Porém, há diversos tipos de psoríase, cujos principais incômodos são inchaço e rigidez nas articulações que podem surgir dependendo do perfil e da gravidade da condição:
Psoríase em placas
Também conhecida por psoríase vulgar, é a manifestação mais comum da doença. As placas com escamas prateadas ou esbranquiçadas causam coceira e dor, e podem podem atingir qualquer área do corpo, inclusive genitais.
Couro cabeludo
As manchas avermelhadas apresentam escamas espessas semelhantes à caspa. Como resultado, deixam flocos de pele morta no cabelo e nos ombros.
Gutata
Mais comuns entre crianças e jovens, esse tipo se manifesta após infecções bacterianas, com pequenas lesões com cobertura fina, em forma de gota, que surgem no tronco, nos braços e nas pernas.
Psoríase artropática
A mancha espessa com escamas vem acompanhada de uma forte dor nas articulações. Dessa forma, pode atingir dedos dos pés e mãos, quadril e coluna.
Pustulosa
Podem surgir bolhas ou pústulas pelo corpo. As lesões com pus secam em alguns dias, mas podem vir acompanhadas de febre, coceira e fadiga. À primeira vista, as principais vítimas desse tipo de psoríase são as mulheres.
Ungueal
Afeta as unhas das mãos e dos pés, fazendo com que elas cresçam mais grossas, com outra cor e até deformadas.
Psoríase invertida
Lesões vermelhas e inflamadas que aparecem principalmente em áreas úmidas e abafadas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais.
Eritodérmica
O corpo fica com manchas vermelhas que podem coçar ou arder. Pode ser desencadeada por queimaduras ou infecções, mas é o tipo mais raro de manifestação.
Artrite psoriásica
Mais rara, esse tipo combina dois distúrbios, que são a artrite e a psoríase. Mas acredita-se que a predominância dessa artrite seja entre pessoas brancas, com maior sensibilidade dérmica (tanto homens quanto mulheres). Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite psoriásica tem os sintomas de ambas as doenças, e em geral a psoríase se manifesta antes dos primeiros sinais de artrite.
Locais mais afetados pela inflamação
As áreas acometidas pela psoríase são variadas. Em contrapartida, algumas regiões do corpo são mais vulneráveis, tais como:
- Pernas e joelhos.
- Mãos, braços (dobra das articulações) e cotovelos.
- Fundo das costas.
- Órgãos genitais.
- Axilas.
- Barriga e umbigo.
- Couro cabeludo.
Psoríase e depressão
Segundo a Fundação Nacional de Psoríase dos Estados Unidos, pessoas com a condição são duas vezes mais propensas a ter depressão do que o resto da população. Às vezes, o indivíduo recebe olhares alheios que afetam sua autoestima, e isso é capaz de trazer ou agravar outros transtornos de saúde mental, como ansiedade e distorção de imagem.
Diferenças entre psoríase e dermatite
Apesar de muitos sintomas serem parecidos, como o fato de serem crônicas e muito incômodas, cada uma desencadeia complicações distintas para a saúde. Por exemplo, a psoríase pode afetar as articulações e está ligada a doenças como obesidade, pressão alta, doença de Parkinson, além de problemas cardiovasculares e renais. Já a dermatite possui relação com outras condições, como asma, febre do feno, uso de medicamentos e diferentes tipos de infecções cutâneas.
O que acontece se a psoríase não for tratada?
A falta de controle da doença acarreta em diversos prejuízos para a saúde. Consequentemente, as crises podem causar coceiras que provocam incômodos como a dor e o sangramento. Assim, a pessoa enfrenta dificuldades para dormir, se concentrar e se socializar. Outra sequela são as cicatrizes na pele que podem ficar profundas e manchadas. Por essa razão, é importante ter hábitos que ajudem a amenizar o estresse e apoio médico para o uso de medicamentos e terapias.
Tratamento da psoríase
Em primeiro lugar, é preciso descobrir o tipo de psoríase e o estágio de inflamação no indivíduo. Mas normalmente o tratamento consiste em duas etapas: ação contra as lesões e manutenção da pele após o controle da psoríase. Nesse meio tempo, conforme a inflamação apresenta melhoras, é comum que a pessoa negligencie a segunda etapa. No entanto, é importante visitar o dermatologista nos retornos solicitados para avaliar a condição da pele e prescrever medidas que evitem a recidiva do problema.
Por exemplo, em casos leves os sintomas desaparecem com hidratação da pele e medicamentos tópicos, como cremes e pomadas. O tratamento de fototerapia, uma cabine com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B (banda estreita), é indicado para o grau moderado. Por outro lado, a combinação de medicamentos diminui a sensibilidade da pele à luz e reduz os sintomas; já os casos graves partem direto para medicação oral e injetável para alívio da dor ou incômodo.
Medicamentos para psoríase
A prescrição dos medicamentos dependerá do tipo e estágio da lesão. Geralmente são indicados remédios de uso tópico, como pomadas e cremes sobre a área afetada. Os mais comuns são as receitas à base de corticoides, que possuem alto poder anti-inflamatório. Ou seja, alguns tipos recomendados pelo médico em uma crise de psoríase são clobetasol em creme ou solução capilar a 0,05% e a dexametasona creme a 0,1%. Outro remédio é o calcipotriol, que reduz a formação das placas psoriásicas e é utilizado junto com a pomada com corticoides.
Também é possível aplicar compressas de babosa, cuja seiva tem propriedades calmantes e anti-inflamatórias. Contudo, todos os medicamentos, naturais ou não, exigem orientação médica, pois algumas pessoas possuem hiperssensibilidade ou outro tipo de contraindicação às substâncias.
Alimentação para psoríase: o que evitar e o que comer
Seguir uma dieta balanceada ajuda muito a controlar os sintomas no decorrer e após tratamento. Como a psoríase é um processo inflamatório, a primeira providência é reduzir ou cortar alimentos com esse potencial. Por exemplo:
- Excesso de açúcar e gorduras, como doces e frituras devem ser consumidos com moderação.
- Opções ultraprocessadas, como alimentos enlatados e embutidos, que possuem diversas substâncias químicas com grande poder alérgeno e inflamatório.
- Bebidas alcoólicas.
- Carnes vermelhas, pois elevam os níveis de colesterol e o potencial inflamatório.
- Alimentos fontes de lactose e o próprio leite, que também pode aumentar os riscos de inflamação do organismo.
- Cardápio repleto de alimentos ricos em carboidratos simples, que estimulam o alto índice glicêmico.
Os melhores alimentos para incluir na dieta
Seguir uma dieta rica em fibras e com o mínimo de alimentos industrializados é uma boa estratégia não só para controlar os episódios de psoríase, mas para evitar outros problemas de saúde. Veja o que incluir e peça ajuda profissional para elaborar um plano alimentar personalizado.
- Cereais integrais.
- Frutas.
- Alimentos ricos em ômega-3, como atum e sardinha.
- Sementes.
- Legumes e leguminosas.
Programa Linhas de Cuidado Vitat – Corpo Saudável
Embora algumas pessoas tenham receio de se movimentar na frente de outras, o exercício é um pilar para o tratamento e prevenção da psoríase, pois traz mais autoconfiança e combate o estresse emocional, uma das causas do agravamento da doença dermatológica.
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É possível prevenir a psoríase?
Basicamente a prevenção está no estilo de vida da pessoa. Descoberto o tipo e feito o tratamento para amenizar as crises, é necessário manter hábitos que evitam recaídas para a doença. Em síntese:
- Hidrate-se: beber bastante água e passar cremes recomendados pelo seu médico — de preferência sem cheiro ou substâncias que podem irritar a pele — é uma medida para conter a psoríase. Afinal, a pele ressecada é um fator que desencadeia as lesões da doença.
- Vista roupas com tecidos de algodão ou com tecnologias que favorecem a respirabilidade, pois evitam a exposição ao suor.
- Pratique exercícios e atividades aliadas do gerenciamento do estresse, como meditação, yoga e corrida.
- Siga uma alimentação equilibrada e com o consumo mínimo de açúcares e ultraprocessados.
Especialidades médicas que diagnosticam e tratam a psoríase
Normalmente, o médico dermatologista é o primeiro profissional contatado para avaliar e fazer o diagnóstico clínico. Porém, um clínico geral é qualificado para reconhecer os sintomas e dar as primeiras orientações para o caso, que posteriormente será encaminhado ao dermatologista. No decorrer do tratamento, ter o apoio de um psicólogo pode ajudar a conviver melhor com as crises e oferecer caminhos para melhorar a autoestima e a relação com as pessoas.
Perguntas frequentes sobre psoríase
A psoríase tem cura?
Apesar de não ter cura, existe o controle adequado em que se evita e minimiza os episódios da enfermidade. Portanto, é preciso descobrir as possíveis origens do desconforto e aplicar as medidas mais assertivas para tratá-lo e evitá-lo.
Tenho psoríase e os sintomas demoram a desaparecer. É normal?
A princípio, cada pessoa responde ao tratamento de formas diferentes, e dependendo do tipo da psoríase e de sua intensidade, os desconfortos demoram de semanas a meses para cessar completamente. Por isso, é importantíssimo relatar o progresso de seu tratamento ao dermatologista.
Afinal, quem tem psoríase pode passá-la para outras pessoas?
Ao contrário do que muitos pensam, a doença não é contagiosa e não há motivo para preconceito ou preocupação com terceiros. Assim, é fundamental conscientizar as pessoas sobre a condição para que não façam comentários ou intimidem quem convive com o problema.
Tenho depressão e ansiedade. Meu estado emocional influencia as crises?
Certamente as emoções são umas das maiores responsáveis pela psoríase. Logo, o estresse emocional pode agravar o quadro, pois provoca mais coceira e dor que atrapalham a vida do indivíduo — sem mencionar a autoestima, que fica abalada com o receio de julgamentos e comentários sobre as lesões.
Links úteis
Sociedade Brasileira de Dermatologia