Presbiopia ou “vista cansada”: Condição surge pelo envelhecimento natural dos olhos

Saúde
06 de Janeiro, 2022
Presbiopia ou “vista cansada”: Condição surge pelo envelhecimento natural dos olhos

O processo natural de envelhecimento dos olhos leva à condição chamada de presbiopia, ou “vista cansada”. Isso acontece porque o cristalino – lente interna, localizada entre a íris e o vítreo –, perde a elasticidade e o poder de acomodação com o passar do tempo. Desse modo, os músculos ciliares, responsáveis por focalizar as imagens de perto, com nitidez, passam a não cumprir tão bem a função.

Sintomas da presbiopia

Como sintomas, o indivíduo pode ter:

  • Dificuldade em ler letras pequenas ou focar em objetos próximos;
  • Necessidade de uma iluminação mais forte durante a leitura;
  • Fadiga ocular;
  • Visão desfocada;
  • Dor de cabeça.

Os sinais são mais comuns a partir dos 40 anos, mas podem vir antes, ou mesmo depois. De acordo com Marcus Safady, membro do conselho da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, há evidências que sugerem que a exposição à luz ultravioleta ocasionaria um envelhecimento precoce do cristalino.

“A média de idade em países perto da Linha do Equador, onde há incidência máxima de ultravioleta na Terra, pode chegar a 38 anos. Fora dos trópicos, entretanto, o início [da presbiopia] é perto dos 48 ou até 50 anos. Provavelmente, o fator que determina esse aparecimento mais precoce é o ultravioleta”, explica. No Brasil, a idade média para o surgimento da condição, segundo o especialista, é aos 43 anos.

Safady acrescenta que medicamentos da classe dos ansiolíticos, antidepressivos e anti-histamínicos também podem causar problemas de acomodação precoce do cristalino, por volta dos 30 anos. “É frequente encontrar pacientes fora da faixa etária de início da presbiopia pelo uso dessas drogas.”

Leia também:H3N2: vacina contra nova cepa da gripe será distribuída em março

Medidas de correção

A presbiopia não tem cura, mas há como corrigir. A medida mais frequente é o uso de óculos ou da lente de contato multifocal. Além disso, procedimentos cirúrgicos e medicamentos não são indicados por falta de evidências científicas, segundo Safady.

“A cirurgia existe de maneira experimental, com resultados bastante limitados”, afirma o oftalmologista. “Alguns medicamentos mexem com a profundidade de foco e outros tentam melhorar a flexibilidade do cristalino. Mas são estudos. Nenhum deles se mostrou eficaz o suficiente para adotar no dia a dia”, completa.

Leia também: Atividade física pode intensificar resposta de vacinas contra covid

Presbiopia não é hipermetropia

Tanto a presbiopia como a hipermetropia têm como característica a dificuldade de enxergar objetos de perto. Porém, elas se diferenciam pela causa.

Enquanto a primeira surge pela perda de acomodação do cristalino com o avanço da idade, a segunda é um problema de visão relacionado à forma do globo ocular — o que faz com que a imagem seja focada atrás da retina.

Outro engano comum é achar que doenças oculares causam a presbiopia. Em alguns quadros inflamatórios do olho, o processo de acomodação do cristalino pode até ser afetado. No entanto, não é denominado de presbiopia, cuja única causa é o envelhecimento natural, segundo Safady.

Pessoas com diabetes ou esclerose múltipla podem ter alterações na visão, mas não se trata da presbiopia também. “O diabetes muda o índice de refração do olho, e a pessoa pode ficar mais míope e, dependendo do grau original, melhorar ou piorar a visão de perto. No caso da esclerose múltipla, o acometimento neurológico pode mexer com a acomodação. Mas não é considerado uma presbiopia”, esclarece o oftalmologista.

Fonte: Agência Einstein

Leia também:

criança pode comer chocolate
Alimentação Bem-estar Gravidez e maternidade Saúde

Criança pode comer chocolate? Entenda a idade mínima recomendada

Adorado pelos pequenos, o doce é um tanto quanto controverso quando falamos em alimentação saudável

Câncer de colo do útero
Saúde

Câncer de colo do útero: América Latina é o 2ª lugar com mais mortes

Doença é a terceira mais incidente no Brasil e a quarta causa de morte por tumores em mulheres