Parasitoses humanas: o que são e como diagnosticar?

Já ouviu falar sobre as parasitoses humanas? Se ainda não, continue lendo para saber o que são as parasitoses, tipos existentes, como diagnosticar, entre outras dúvidas comuns relacionadas com essa doença parasitária. Confira a seguir!

O que são parasitas?

Antes de tudo, precisamos explicar o que são as parasitas. Em resumo, parasita é todo e qualquer organismo que vive em associação com outro organismo e estabelece uma relação de parasitismo com ele.

Nesse sentido, o parasitismo é um tipo de relação ecológica interespecífica, ou seja, entre espécies diferentes. Sendo assim, apenas um dos indivíduos é beneficiado, enquanto o outro é prejudicado.

Afinal, o que são parasitoses humanas?

Para explicar o que são parasitoses humanas, conversamos com o Dr. Fernando Bray, coloproctologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. De acordo com o especialista, as parasitoses humanas são doenças relacionadas a ação direta e indireta de um organismo que vive em associação com um hospedeiro humano.

Portanto, a parasitose humana é provocada por parasitas de outras espécies no ser humano. Nesse sentido, podemos destacar as parasitoses causadas por vírus ou vermes, como protozoonoses, bacterioses, verminoses e viroses. 

Quais os tipos de parasitas? 

Atualmente, existem aproximadamente 200 espécies de parasitas de diversos tipos. Assim, os parasitas podem ser classificados como hospedeiro, classificados como obrigatórios, facultativos ou protelianos. Em resumo, de acordo com o Dr. Fernando, são eles: 

• Parasitas obrigatórios: que só sobrevivem se estiverem em um hospedeiro; 
• Parasitas facultativos: que podem parasitar um organismo ou se manter em vida livre, ou seja, não dependem de um organismo para parasitar;
• Parasitas protelianos: possuem uma fase larval que, necessariamente, precisam estar dentro de um hospedeiro. No entanto, quando chegam na fase adulta tornam-se livres.

O que são parasitas diretos e indiretos?

O Dr. Fernando Bray diferencia os parasitas diretos e indiretos para não restarem dúvidas sobre a classificação de cada um deles. Confira: 

• Parasitas diretos: são aqueles que possuem somente um hospedeiro no seu ciclo de vida.
• Parasitas indiretos: são aqueles que têm mais de um hospedeiro ou hospedeiros intermediários.

No entanto, existem também os hospedeiros definitivos, aquele que o parasita coloniza na fase adulta ou perto de atingir essa idade, e os hospedeiros intermediários, aquele que o indivíduo parasitado na fase inicial do ciclo de vida.

Quais são as parasitoses humanas?

A lista de parasitoses humanas é enorme. Sendo assim, o nosso especialista consultado listou quais são as mais comuns. Veja abaixo:

Giardíase

A giardíase é uma infecção parasitária intestinal que causa dores abdominais, diarreia e náuseas, provocada pela giárdia.

Tricomoníase

A tricomoníase é uma infeção causada por tricomonas, como tricomoníase genital e intestinal. Ou seja, essa doença atinge a parte externa do aparelho genital feminino, como vulva e uretra. 

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais.

Doença de Chagas

A doença de Chagas é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Portanto, na sua fase aguda, pode ser sintomática ou não, já na fase crônica, pode se manifestar nas formas indeterminadas (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.

Malária

A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas do sangue do gênero Plasmodium, transmitida ao homem pelo mosquito anófele.

Teníase

Doença produzida pela tênia, um verme parasita do tubo digestivo dos vertebrados, que pode atingir 8 metros de comprimento e causar perturbações digestivas e nervosas.  

Cisticercose

A cisticercose é uma infecção provocada por cisticercos, um verme intestinal da família das tênias, presente nas fezes do indivíduo com teniose.

Parasitoses comuns: esquistossomose

A esquistossomose é uma infecção causada por um esquistossomo, gênero de vermes trematódeos parasitas dos mamíferos e das aves.

Escabiose 

A escabiose, conhecida popularmente como sarna, causa uma afecção cutânea e contagiosa produzida por um ácaro.

Pediculose 

A pediculose causa uma infestação de piolhos, como pediculose do couro cabeludo ou pediculose pubiana. Além disso, podemos citar ainda outras parasitoses conhecidas popularmente, como a aids, caxumba, dengue, gripe, sarampo, entre outras.

Quais as doenças causadas pelas parasitoses?

De acordo com o médico coloproctologista, os sintomas mais comuns associados as parasitoses humanas são:

• anemia;
• déficit nutricional e desnutrição;
• carência de nutrientes;
• sangramento intestinal;
• infecções;
• doenças de pele;
• flatulência;
• doenças no coração e cerebrais.

Como diagnosticar se um paciente tem parasitoses?

Agora, como saber se estou contaminado por uma parasitose humana? Essa dúvida é muito comum entre pessoas que suspeitam logo após algum contato com material ou animal transmissível. 

Contudo, para o Dr. Fernando Bray, a maioria dos quadros de todas as verminoses não causa nenhum sintoma nas pessoas. “O paciente pode ter verme e não saber, mas isso também não é um problema. Caso sinta algum sintoma, o médico poderá pedir um exame de fezes para diagnosticar”, tranquiliza.

Todavia, o diagnóstico para descobrir se um paciente tem parasitose pode ser realizado por sorologia (exame de sangue) ou via exame parasitológico de fezes. 

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Tratamento da parasitoses

O tratamento pode variar de acordo com cada caso e tipo de parasitose. Contudo, o médico coloproctologista comenta que os tratamentos mais comuns são efetuados com antibióticos, antiparasitários, medicamentos que aumentam a imunidade e até mesmo cirurgia. 

Sendo assim, os tratamentos devem ser feitos com o apoio de medicamentos específicos indicados por um especialista. 

Como evitar a contaminação?

Por fim, o Dr. Fernando Bray conta como evitar a contaminação com as parasitoses humanas: “como tem correlação direta com falta de higiene, condições precárias de saneamento e alimentos sem armazenamento adequado, para evitar a contaminação é preciso investir em infraestrutura e educar a população com bons hábitos de higiene”, finaliza.

Fonte: Dr. Fernando Bray, coloproctologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.