Sarna humana: O que é, como identificar e prevenir?

Saúde
13 de Dezembro, 2021
Sarna humana: O que é, como identificar e prevenir?

No início de outubro, o estado de Pernambuco registrou um aumento nos casos de coceira e feridas na pele. Logo, o acontecimento gerou a desconfiança de se tratar da escabiose, popularmente conhecida como sarna humana. Contudo, uma investigação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelou que o verdadeiro culpado não era o ácaro causador da sarna. Mas sim, as asas de uma mariposa.

De acordo com a nota técnica divulgada pela entidade no início de dezembro, a reprodução das mariposas do gênero Hylesia é comum nesta época do ano e pode causar as dermatites vistas no Nordeste do país. Ao se debaterem contra os focos de luz, os animais liberam “cerdas corporais minúsculas. Que, por sua vez, penetram profundamente na pele humana e causam a intensa dermatite observada”, destacam os especialistas.

Ainda segundo a entidade, a hipótese de se tratar da escabiosa era “absurda”, visto que a forma de transmissão é diferente, bem como a distribuição e o aspecto das lesões cutâneas eram distintos. “Nenhum ácaro foi achado em muitas amostras de exame direto e exames histopatológicos [análise dos tecidos]”, completa a nota.

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O que é a sarna humana?

Provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei variedade hominis, a sarna humana é transmitida por contato direto do indivíduo com conhecidos infectados. Ou, então, com roupas contaminadas, segundo explica Valéria Zanela Franzon, médica dermatologista e professora da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

A fêmea do ácaro, depois que o macho morre, penetra na pele humana e cava uma espécie de túnel, onde permanece por cerca de um mês, segundo informações da SBD. Lá, deposita os ovos e as larvas se liberam, retornando à superfície.

Essa movimentação interna dos ácaros gera os sintomas, como a coceira, que aparece principalmente à noite. Outros sinais são:

  • Erupções na pele que se assemelham a bolinhas;
  • Inchaço;
  • Crosta nas dobras, como abaixo das mamas, virilhas, dedos dos pés e mãos, e nas axilas.
  • Escoriações.

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Como evitar o contágio?

Portanto, para diminuir o risco de contágio, deve-se evitar ambientes insalubres, onde o ácaro possa estar presente, e garantir condições adequadas de moradia. Ademais, manter sempre uma boa higienização das mãos e do corpo também ajuda.

Tratamento para a sarna humana

Pomadas ou sabonetes com formulações que sejam capazes de eliminar o ácaro e os ovos são indicadas como tratamento da escabiose humana. Além das medidas de higiene, como a troca da roupa de cama a cada três dias e lavagem das roupas.

Medicamentos orais podem ser recomendados aos pacientes com uma imunidade comprometida. Em geral, o tratamento é indicado apenas às pessoas que receberem o diagnóstico da doença ou aos indivíduos que convivam na mesma casa. “Se alguém teve contato com uma pessoa que tem sarna, é recomendado tratar. Muitas pessoas não manifestam a doença, mas carregam o ácaro na pele”, destaca Egon Luiz Rodrigues Daxbacher, coordenador do departamento de doenças infecciosas e parasitárias da SBD.

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Ivermectina e sarna humana

Quando ainda se especulava se os casos identificados em Pernambuco poderiam ser escabiose humana, surgiu a dúvida. Afinal, o uso sem controle da ivermectina estaria associado a um possível surto da doença?

Ao longo da pandemia da Covid-19, a medicação usada contra infestações por piolho, sarna e outros parasitas também foi analisada contra o coronavírus, e a última recomendação da Organização Mundial da Saúde – publicada em março de 2021 – indica o não uso fora dos estudos clínicos.

Ainda assim, o consumo foi significativo. Em 2020, cerca de 56 milhões de caixas do medicamento foram vendidas. No ano anterior, em 2019, foram vendidas 7,8 milhões.

O uso excessivo poderia levar a uma resistência ao medicamento da mesma forma que se discute a resistência aos antibióticos e o surgimento das “superbactérias”. No caso, surgiriam “superparasitas”.

“O uso de outras substâncias não tem uma relação explicada, mas pode levar a uma resistência do ácaro, causando uma dificuldade no tratamento. Pode ter focos de transmissão que não conseguem ser contidos, mas não necessariamente seja a causa de uma epidemia ou surtos”, explica Egon Luiz Rodrigues Daxbacher, dermatologista.

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(Fonte: Agência Einstein)

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