Mastite: o que é, sintomas, tratamento e como evitar

Gravidez e maternidade Saúde
22 de Junho, 2022
Mastite: o que é, sintomas, tratamento e como evitar

Inflamação da glândula mamária, a mastite está entre os problemas mais comuns durante a amamentação. O quadro pode ser uma dor de cabeça para a mulher que está amamentando, porque costuma causar bastante incômodo. No entanto, é importante saber que ele tem solução e o aleitamento materno pode ser mantido durante o tratamento. A seguir, entenda melhor o que é mastite, como identificá-la e dicas para se cuidar.

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O que é mastite?

“Mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama. Assim, ela pode ter origem apenas inflamatória ou pode haver infecção bacteriana associada”, explica Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora de amamentação.

Embora a mastite possa acometer mulheres fora do puerpério bem como homens, o quadro acontece com mais frequência entre aquelas que estão vivendo a fase da amamentação após o nascimento do bebê. Neste caso, chama-se mastite puerperal. Segundo a pediatra Francielle Tosatti, inclusive, “é mais comum que ela ocorre na segunda ou terceira semana pós-parto”.

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Causas

Em suma, o problema está no que os profissionais de saúde chamam de estase láctea, que é o acúmulo de leite na mama. Dessa forma, há um bloqueio que impede o fluxo natural do alimento materno e cria-se um ambiente propício para a proliferação de agentes infecciosos.

A entrada de bactérias responsáveis pelo processo inflamatório das mamas também pode acontecer pela via oral do bebê. Em outras palavras, os microrganismos acabam sendo transmitidos para mãe por meio da boca, nariz ou garganta do recém-nascido enquanto ele é amamentando. A possibilidade é potencializada caso a região mamária esteja com fissuras.

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Fatores de risco

Além das causas associadas diretamente ao desenvolvimento da mastite, alerta-se também sobre fatores que contribuem para uma predisposição do quadro. Os principais são:

  • Produção de leite maior do que a demanda do bebê;
  • Histórico de mastite em um pós-parto anterior;
  • Ingurgitamento mamário, o que dificulta a amamentação;
  • Uso de roupas apertadas que comprimem os seios com frequência;
  • Cansaço e estresse excessivos;
  • Má alimentação;
  • Tabagismo.

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Sintomas

Normalmente, a mastite compromete apenas uma das mamas em vez das duas. Assim, para reconhecê-la, é preciso estar atenta aos seguintes sinais do quadro:

  • Dor, inchaço, vermelhidão e/ou calor na mama;
  • Coceira na região mamária;
  • Endurecimento da mama;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Náuseas e vômitos;
  • Mal-estar.

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Como é feito o diagnóstico da mastite?

O quadro de inflamação da glândula mamária é diagnosticado por meio da análise clínica da região por especialistas como o pediatra do bebê, mastologista ou ainda um clínico geral caso a mãe busque pelo pronto-atendimento.

Em suma, o médico irá avaliar as mamas, o histórico dos sintomas apontados pela figura materna, além de possíveis quadros anteriores de mastite. Do mesmo modo, casos na família entram na análise.

Em ocorrências de contaminação bacteriana, o médico pode vir a pedir a análise do leite materno ou da secreção expelida pela mama durante o quadro para que se descubra qual o agente infeccioso envolvido no caso.

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Tratamentos

O tratamento da mastite depende do grau da inflamação das glândulas mamária e sua causa. A tendência é que o médico receite anti-inflamatório e, em caso de infecção bacteriana, antibiótico. “Além disso, o manejo clínico da mama acometida pela inflamação é importantíssimo para a melhora do quadro, assim como para evitar recorrências”, salienta Cinthia.

Para estes cuidados com a mama, o atendimento de uma consultora de amamentação pode ajudar. As orientações, de acordo com a enfermeira, incluem o esvaziamento da mama, aumento da frequência das mamadas, massagens, repouso, aumento da ingestão de líquidos, além do uso de compressas frias para aliviar a dor.

“Também pode-se indicar o uso de laser terapêutico para cicatrização das fissuras mamárias”, completa Francielle. A pediatra também afirma que, para mulheres que produzem muito leite (hipergalactia), a recomendação é fazer apenas a ordenha de alívio. “A ampla promoverá mais descida do leite. Nos intervalos, use uma faixa justa (não compressiva)”, orienta.

Já para ajudar o bebê a mamar, é preciso checar se a pega do pequeno está correta e variar as posições do aleitamento materno. “Contudo, se a mama estiver ingurgitada, massagens circulares nos locais endurecidos no sentido aréola-axila auxiliam a deixar a mama mais macia e facilitam a pega para que o bebê possa esvaziá-la mamando”, ensina a pediatra.

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Como evitar a mastite?

“A melhor forma de prevenção é o correto esvaziamento mamário, uma vez que impedirá o ingurgitamento e o acúmulo do leite”, aponta Francielle. Mas, para isso, afirma a médica, o pequeno deve fazer a pega correta (abocanhar toda a aréola) e a mãe precisa manter a periodicidade das mamadas. “Pode-se alterar o posicionamento do bebê para que ele esvazie de forma efetiva os diferentes segmentos da mama”, completa.

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Perguntas para o médico

Afinal, é possível continuar amamentando mesmo com mastite?

Sim. Essa orientação ocorre porque o aleitamento materno é a medida mais eficaz para esvaziar as mamas. Dessa forma, a cicatrização da que está inflamada é potencializada.

Ainda de acordo com Francielle, o tratamento medicamentoso do quadro é realizado com drogas seguras para uso durante o aleitamento materno. Cinthia também lembra que o sabor do leite pode ser alterado (ele pode ficar mais salgado pelo aumento de sódio e cloreto), mas nem por isso a amamentação deve ser deixada de lado.

Quais são os riscos caso a mastite não seja tratada?

Ao passo que os primeiros sintomas da mastite aparecem, é recomendado que se procure por orientação médica para saber o que deve ser feito para curá-la. Caso contrário, o quadro pode se agravar, levando ao surgimento de abcessos nas mamas (bolsas de pus) e a necessidade de drenagem por meio de intervenção cirúrgica.

O que acontece se o bebê mamar pus?

Recomenda-se o aleitamento materno mesmo quando há pus nas mamas, porque o bebê não corre risco com este tipo de contato. Todavia, caso a mãe não se sinta confortável para seguir com a amamentação nesta circunstância, indica-se fazer a ordenha do leite materno e a sua oferta para o pequeno.

Neste momento, só é preciso atenção para a forma que o alimento será dado ao bebê. Portanto, ao invés de mamadeiras, que podem causar a confusão de bicos e o desmame precoce, indica-se o uso de um copo de vidro menor e com a boca mais grossa para não machucar o pequenino.

Fontes: Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra (Coren-SP 94015) e consultora de amamentação, e Francielle Tosatti, pediatra (CRM – 195.037 | RQE – 70482) do Hospital Infantil Sabará (SP). 

Referências:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Sociedade Brasileira de Pediatria

Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional São Paulo

Manual MSD

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