Como os hormônios podem alterar a saúde do seu cabelo
Muito além dos fatores emocionais e até da alimentação, os hormônios do corpo também podem alterar a saúde do cabelo. Estrogênio, progesterona e até substâncias produzidas pela tireoide têm uma influência direta no crescimento e na queda capilar ao longo da vida. Mas é difícil perceber exatamente como essas influências funcionam e de que forma elas interferem no dia a dia do seu cabelo.
De acordo com a dermatologista Ana Carina, o cabelo pode ser influenciado por alterações nos hormônios conhecidos como “sexuais”, que incluem, principalmente, metabólitos e derivados da testosterona. “Esses hormônios, quando em excesso, aumentam a oleosidade do couro cabeludo e dos fios. Além disso, podem intensificar o processo de afinamento e rarefação capilar que ocorre na calvície genética (alopecia androgenética), induzindo a miniaturização do pelo e reduzindo o seu crescimento”, explica ela.
De forma simples, quando a testosterona está em falta ou em excesso no organismo, o resultado é uma conversão prematura dos fios da fase de crescimento para a fase de queda, ocasionando uma queda de cabelo excessiva — o chamado eflúvio telógeno.
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Como saber se o cabelo não está saudável?
Por mais que não seja possível detectar a olho nu se são os hormônios que estão causando qualquer tipo de alteração na saúde do cabelo, é perceptível quando ele não está saudável. Segundo a médica, se o cabelo estiver caindo em excesso, o couro cabeludo estiver muito oleoso, avermelhado e/ou com descamação, coceira ou sensibilidade, se apresentar fios muito finos, quebrados, com textura alterada, “frisada”, porosos (que secam e absorvem produtos muito rapidamente), fique atento: esses são alguns dos sinais de que o cabelo e o couro cabeludo não estão bem e precisam de avaliação médica.
Caso a queda seja muito acima do normal, a atenção deve ser redobrada para disfunções hormonais. “Em média, é considerado normal caírem até 120 fios ao dia. Contudo, isso varia, e o mais importante é levar em conta qual era o padrão de queda regular de cada indivíduo”, explica a Dra. Ana. “Além disso, se juntamente com a queda ocorrer outros sintomas, como oleosidade na pele e couro cabeludo, lesões de acne na pele, excesso de pelos no corpo, cansaço, indisposição, entre outros sintomas, deve-se investigar o status hormonal daquele paciente”.
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Tratamento e manutenção da saúde do cabelo
A boa notícia é que mesmo as alterações hormonais são reversíveis. Mas o primeiro passo é o correto diagnóstico — ou seja, descobrir a causa da alteração para, então, iniciar o tratamento adequado. “Esse tratamento geralmente inclui tomar remédios à base de hormônios, praticar atividade física regularmente e seguir uma dieta balanceada“, continua.
Por outro lado, quando se fala em tratamentos capilares, é preciso muita paciência. De acordo com a especialista, tudo o que envolve alterações no ciclo capilar demora para ser totalmente resolvido. Em média, o tempo mínimo para regularização desse ciclo varia de 2 a 3 meses. Já para o nascimento de novos fios e o aumento do volume capilar, o tempo é de, no mínimo, 5 meses.
E, mais, o cuidado não acaba com o fim do tratamento. Na verdade, é preciso fazer a manutenção para que as alterações não voltem e o ciclo capilar não se desregule novamente. Para isso, a Dra. Ana explica que são necessárias lavagens frequentes (diária para cabelos oleosos ou em dias alternados para cabelos secos) com produtos adequados ao tipo de cabelo, evitar procedimentos químicos em excesso e iniciar o uso de qualquer tipo de hormônio apenas sob orientação e avaliação médica”, completa.
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Fonte: Ana Carina, dermatologista expert em medicina capilar.