Quem tem gastrite pode comer ovo? Especialista explica

Alimentação Bem-estar Saúde
31 de Julho, 2024
Quem tem gastrite pode comer ovo? Especialista explica

A alimentação é uma das abordagens para prevenir crises de gastrite, que é a inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago. Isso pode gerar dúvidas sobre quais alimentos podem ser consumidos: afinal, quem tem gastrite pode comer ovo, que é considerado uma das melhores proteínas para ser consumida no dia a dia?

No caso da gastrite, a condição surge quando há uma produção excessiva de ácido no estômago, o que acaba prejudicando a parede interna do órgão. Portanto, é essencial evitar alimentos que elevem a acidez estomacal, pois eles também estimulam uma maior produção de suco gástrico — agravando a inflamação da mucosa. 

Entre as principais orientações, é preciso evitar o consumo de alimentos fritos, ricos em gorduras, conservantes e condimentos, por exemplo. No caso do ovo, embora seja uma excelente fonte de proteína, a preocupação ocorre devido à presença da gordura na gema. Ele contém cerca de 200 miligramas de colesterol, o que corresponde a uma parte significativa do valor diário recomendado de 300 mg. 

Conversamos com um especialista e explicamos se pessoas com gastrite podem comer ovo, o método ideal de preparo e os principais cuidados. 

Afinal, quem tem gastrite pode comer ovo? 

De maneira geral, a resposta é sim. O ovo possui um alto valor nutritivo e é classificado como uma proteína completa, pois contém todos os aminoácidos — além de vitaminas essenciais para a saúde. No entanto, existem ressalvas. 

De acordo com Jô Furlan, médico e nutrólogo com especialização em Nutrologia pela Abran, o ovo oferece uma fonte de proteína de alta qualidade, mas também contém gordura, principalmente na gema. 

Essa gordura pode exigir que o estômago aumente a produção de ácido clorídrico para melhorar sua digestão e pode, temporariamente, aumentar a acidez do estômago durante a digestão do ovo. No caso de pessoas com gastrite, isso pode intensificar o desconforto e a dor causada pela condição, segundo o especialista. 

Por isso, a moderação é a principal orientação quanto ao consumo do alimento. Limitar a digestão a 1 ou 2 ovos por semana é a abordagem mais prudente para pessoas com gastrite, mas isso pode variar dependendo de como o corpo reage. 

Qual a melhor forma de comer ovo?

Primeiramente, a maneira mais saudável de consumir o ovo é na forma cozida ou pochê, que exige apenas o uso de água no preparo. Além disso, é importante combiná-los com outras fontes de nutrientes, como vegetais, frutas e grãos integrais. Veja o que comer com gastrite. 

Por outro lado, o ovo frito é a pior alternativa para pessoas com gastrite, também em função do óleo de cozinha utilizado, que pode levar ao aumento da acidez estomacal e dificultar a digestão — aumentando o risco de irritação e sintomas associados à gastrite.

Alimentação para gastrite: cuidados necessários

Além das orientações, é fundamental que pessoas com gastrite observem a maneira como o corpo reage após o consumo do ovo. Segundo Jô, se você notar sintomas como azia, desconforto gástrico ou flatulência após comer ovo, o recomendado é evitá-lo até que a gastrite esteja controlada.

Em casos que não é possível adicionar o ovo na rotina alimentar, Jô aponta que proteínas mais magras, como carne vermelha magra, frango ou peixe, são boas opções para substituí-lo. Para alternativas de origem vegetal, você pode optar por tofu ou soja

Leia mais: Alimentos ricos em proteína para substituir o ovo de manhã

É fundamental que pessoas com gastrite adotem um estilo de vida mais saudável para auxiliar no tratamento. Isso inclui evitar bebidas que podem irritar o estômago, como café, álcool e refrigerantes, não fumar e manter uma alimentação rica em nutrientes. 

Por fim, é importante realizar acompanhamento regular com um médico ou nutricionista para monitorar a evolução da gastrite e ajustar a alimentação com base nos sintomas e reação aos alimentos. 

Fontes

Dr. Jô Furlan, médico e nutrólogo com especialização em Nutrologia pela Abran – Associação Brasileira de Nutrologia.

Referências

Yuan Li, Zeqi Su, Ping Li, Yicong Li, Nadia Johnson, Qi Zhang, Shihao Du, Huali Zhao, Kexin Li, Chi Zhang, and Xia Ding. Association of Symptoms with Eating Habits and Food Preferences in Chronic Gastritis Patients: A Cross-Sectional Study. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7368216/ 

Sara-Bethany S. Weir; Hossein Akhondi. Bland Diet. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538142/ 

Sobre o autor

Susana Targino
Jornalista da Vitat

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