Fernanda Gentil teve paralisia de Bell. O que é a condição?

Saúde
27 de Fevereiro, 2024
Fernanda Gentil teve paralisia de Bell. O que é a condição?

A jornalista Fernanda Gentil, de 37 anos, contou recentemente que já teve paralisia de Bell em um vídeo publicado no seu canal do YouTube. A condição, também conhecida como paralisia facial, acomete cerca de 80 mil brasileiros ao ano, e se manifesta principalmente pela boca torta e pela dificuldade de movimentar o rosto. Apesar de a maioria dos casos ser transitória, é necessário tratamento adequado e acompanhamento médico imediato. Saiba mais:

Fernanda Gentil teve paralisia de Bell

No vídeo compartilhado, Fernanda começa falando sobre como surgiram os primeiros sintomas. Ela disse que tudo começou no dia que reencontrou o seu filho caçula, de sete anos, que estava viajando com o pai. “Quando ele chegou, eu obviamente agarrei, abracei, beijei, espremi e senti que fiquei com a boca meio dormente. Passou aquela euforia toda, esqueci, distraí.”

Contudo, no dia seguinte ela acordou com sinais mais intensos. “Comecei a mandar vários beijos e não saía, a boca não firmava. Percebi que o lado esquerdo, que era justamente o que estava incomodando a minha boca, não estava correspondendo como o lado direito.”

Logo, a apresentadora buscou atendimento médico, e o profissional logo descartou a possibilidade de um AVC (acidente vascular cerebral). “[O médico] me diagnosticou com Paralisia de Bell, que é essa paralisia parcial do rosto. Não tem uma origem certa do que pode causar, tem várias opções. Estresse pode ser uma delas, mas também é uma possibilidade o vírus da herpes, que eu tenho”, complementou.

Ao fim da publicação, Fernanda faz um alerta: não devemos ignorar os sinais que nosso corpo dá. “Então, se você tem uma coisa que não está legal, vai procurar uma ajuda, uma orientação médica, para investigar.”

O que é a paralisia de Bell? 

Na maioria das vezes, a paralisia de Bell é reversível. Só que é preciso rapidez no diagnóstico – conforme explica o Dr José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especializado neste tipo de atendimento.

“A paralisia facial idiopática, também chamada de paralisia de Bell, é uma emergência médica e deve fazer o paciente procurar um pronto-socorro para o primeiro atendimento o quanto antes. A precocidade do diagnóstico e tratamento é fator crucial no resultado de melhora ou cura”, destaca o especialista, ao explicar que esse tipo de alteração está diretamente associada à inflamação ou ao inchaço do nervo facial.

“Quando afetado por alguma razão, esse nervo provoca sintomas como boca torta, dificuldade para movimentar o rosto e/ou falta de expressão em uma parte da face, o que também pode alterar de forma marcante a comunicação e a autoestima das pessoas”, enfatiza o médico.

As causas, entretanto, podem ter diferentes naturezas: estresse, baixa imunidade, mudança repentina de temperatura, doenças neoplásicas ou até mesmo idiopáticas – ou seja, sem causas definidas.

Leia também: Paralisia facial: por que (e quando) acontece?

Tipos

Dr. Testa explica que há dois tipos principais de paralisias da face: as centrais — ou seja, do sistema nervoso central, que são decorrentes de AVC (acidente vascular cerebral), doenças degenerativas ou tumores; e as paralisias faciais periféricas, que podem ser traumáticas, infeciosas, congênitas, tumorais, metabólicas e também idiopáticas — conforme já destacado anteriormente.

“Cada uma tem um tipo específico de tratamento que deve ser orientado pelo médico. Alguns pacientes necessitam de exames auxiliares, como audiometrias e impedanciometrias, exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) e eletrofisiológicos, além de exames laboratoriais, até chegar ao diagnóstico exato”, observa o especialista.

Na maioria das vezes, contudo, o diagnóstico da paralisia facial é feito por meio da observação médica. “O sintoma que mais chama a atenção é a perda súbita, parcial ou total dos movimentos de um lado da face, mal que pode agravar-se durante alguns dias seguidos.”

O médico também chama a atenção para sinais como boca torta, mais evidente quando se tenta sorrir; incapacidade de fechar completamente um dos olhos, de levantar uma das sobrancelhas ou de franzir a testa; dor ou formigamento na cabeça ou na mandíbula; e aumento da sensibilidade do som em um dos ouvidos, além alterações do paladar.

Leia também: Síndrome de Moebius: a condição genética que causa paralisia facial

Tratamentos para a paralisia de Bell

De acordo com o especialista, a maioria dos casos de paralisia facial é transitória e existem vários tratamentos possíveis, a depender das causas. “O tratamento da paralisia facial periférica é sintomático e inclui o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Não existe uma conduta terapêutica padrão à doença. Depende de cada caso.”

A melhora, por sua vez, pode depender do tipo e da extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente. Em grande parte dos casos, a paralisia facial costuma regredir à medida que o inchaço do nervo diminui espontaneamente.

Nesse contexto, segundo o médico, a fisioterapia e fonoterapia são importantes aliadas para estimular a musculatura da mímica facial e da fala, bem como evitar contraturas e atrofia das fibras musculares.

Fonte: Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

mulher grávida comendo um pote de iogurte com frutas na cozinha
Alimentação Bem-estar Gravidez e maternidade Saúde

Quantas calorias a gestante deve consumir por dia?

Especialista afirma: mais importante do que a quantidade de calorias, é a qualidade da alimentação durante a gestação

benefícios do limão
Alimentação Bem-estar Saúde

Conheça os 10 benefícios do limão para a saúde (mais receitas)

O limão é aliado da boa imunidade, além de ser eficiente na saúde digestiva. Veja outros benefícios da fruta!

Doença renal
Saúde

Doença renal crônica deve se tornar a quinta causa de morte no mundo

Especialistas alertam que epidemia silenciosa exige prevenção e diagnóstico precoce