Dieta saudável no início da gravidez reduz risco de diabetes gestacional
O resultado positivo para um teste de gravidez pode ser um momento muito feliz para algumas mulheres. Contudo, uma série de preocupações começam a surgir. De acordo com uma pesquisa do Instituto March of Dimes, 78% das grávidas consideram a maior preocupação delas o nascimento de um bebê com malformação. Além disso, as futuras mães costumam sentir receio de terem prejudicado o feto antes de saberem da existência dele — por meio de hábitos não saudáveis. O diabetes gestacional, por exemplo, afeta quase 17% das grávidas ao redor do mundo e pode gerar complicações para a criança no futuro. Perigoso, né? Mas um estudo revelou que é possível reduzir o risco de diabetes gestacional caso seja feita uma dieta saudável no início da gravidez.
A pesquisa, publicada no European Journal of Nutrition, buscou analisar a ingestão de nutrientes em 351 mulheres com sobrepeso ou obesas. Os dados coletados foram divididos em “padrão alimentar saudável” e “padrão alimentar não-saudável”.
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Dieta saudável no início da gravidez faz a diferença?
Os resultados mostraram que as mulheres que tinham mais adesão ao “padrão alimentar saudável”, com o consumo de hortaliças e pão de centeio, tinham menos chances de desenvolver o diabetes gestacional.
Já aquelas que se aproximavam de uma alimentação pró-inflamatória, isto é, com ingestão em excesso de gordura total e pouco nutritiva, mostraram ter um risco 27% maior de desenvolver diabetes gestacional mellitus.
Ou seja, a atenção para uma dieta saudável é essencial na vida da gestante que busca evitar o surgimento da condição.
Diminuir a quantidade de gorduras saturadas a fim de esquivar-se de um quadro inflamatório é um dos primeiros passos rumo a uma alimentação ideal. Aliás, não somente no início da gravidez, mas em toda a gestação e por toda a vida.
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O que é o diabetes gestacional?
A doença é uma alteração específica da gravidez. Contudo, possui o mesmo mecanismo do diabetes tipo 2. Ou seja, causa aumento nos níveis de glicose (carboidrato utilizado como fonte de energia) no sangue da gestante.
Isso acontece porque o organismo da mãe sofre algumas alterações hormonais pelo desenvolvimento do bebê.
Logo, boa parte da glicose que está na corrente sanguínea da mulher precisa ir para o feto. E quanto mais ele cresce, maior é a sua demanda, sobretudo a partir do segundo trimestre. Dessa forma, a mãe fica mais suscetível a episódios de hipoglicemia (glicose sanguínea baixa) em jejum ou durante o sono.
Se isso for frequente, o pâncreas precisa produzir mais insulina em até 50% para conseguir equilibrar a quantidade de glicose no sangue da mãe. Só que em alguns casos, o órgão não é capaz de suprir a fabricação de insulina — e eis que surge o diabetes gestacional.
Risco para a mãe e o bebê
Se você não está por dentro dos riscos do diabetes gestacional, leia com atenção: a falta de diagnóstico e controle adequado pode prejudicar a gestação. O bebê pode nascer com malformações variadas (problemas cardíacos e respiratórios, alterações na visão), e macrossomia. Ou seja, quando a criança vem ao mundo com 4 kg ou mais. Além disso, a gestação pode ter complicações que podem levar à prematuridade ou ao aborto.
Para a mãe, o risco de intercorrências e morte no parto é maior, pois o diabetes gestacional pode influenciar a hipertensão, e vice-versa.
Como evitar o diabetes gestacional
Ao pensar na saúde da gestante e do bebê, alguns alimentos devem fazer parte da rotina. No primeiro trimestre da gravidez, é interessante ingerir alimentos ricos em ferro e ácido fólico com o intuito de evitar um quadro de anemia. Já no segundo trimestre, além do ferro, é importante atentar-se ao consumo de alimentos ricos em proteínas, fibras e carboidratos.
Nos últimos meses, a hidratação se torna ainda mais fundamental para diminuir os desconfortos causados pela retenção de líquidos.
Veja alguns alimentos que você deve apostar:
- Suco verde;
- Ovo;
- Iogurte;
- Sanduíche natural;
- Frutas secas;
- Verduras e vegetais de coloração verde-escura.
Além disso, cuidado para não exagerar no consumo de alimentos ultraprocessados, guloseimas, refeições cruas (como a comida japonesa) e bebidas alcoólicas.