Dieta japonesa pode reduzir a gordura no fígado, aponta estudo

Alimentação Bem-estar Saúde
19 de Julho, 2023
Livia Yume Tanizaki
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 45492
Dieta japonesa pode reduzir a gordura no fígado, aponta estudo

Recentemente, cientistas descobriram uma forma interessante de retardar a progressão da gordura no fígado: utilizando a dieta japonesa. De acordo com um estudo publicado no periódico Nutrients, a comida japonesa, uma das mais nutritivas do mundo, pode atrasar a progressão da doença, além de trazer outros benefícios para a saúde como contribuir para o emagrecimento e com a digestão.  Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam 136 pacientes com gordura no fígado e que estavam fazendo tratamento em um hospital na cidade de Osaka, no Japão.

Os pacientes adotaram uma alimentação para controlar os níveis de gordura com 12 componentes da culinária japonesa, são eles: arroz, picles, soja, frutos do mar, cogumelos, algas, frutas, chá verde, café, carne de porco e de vaca, vegetais verdes e amarelos e sopa de missô Como resultados, os pesquisadores identificaram uma desaceleração da doença. Nesse caso, os pacientes que tiveram os melhores resultados foram aqueles que priorizaram alimentos como soja, frutos do mar e algas marinhas. A seguir, saiba como adotar a dieta. Veja também: Gordura no fígado: o que é, sintomas, tratamentos e causas

Gordura no fígado: como adotar a dieta japonesa?

O cardápio contém arroz cozido no vapor, peixe, tofu, alga marinha e frutas e legumes frescos, cozidos ou em conserva, mas com pouca adição de açúcar e gordura. Também pode conter alguns ovos, laticínios ou carne, embora estes constituam uma parte muito pequena do plano. 

Como fazer a dieta japonesa e melhorar a gordura no fígado

As refeições japonesas geralmente consistem em um alimento básico combinado com uma sopa, um prato principal e alguns acompanhamentos. 

  • Alimentos básicos: Arroz cozido no vapor ou macarrão sobá, lamen ou udon.
  • Sopa: Normalmente uma sopa de missô feita com algas marinhas, mariscos ou tofu e vegetais em um caldo de soja fermentada – embora sopas de legumes ou macarrão sejam outras opções populares.
  • Prato principal: Peixe, frutos do mar, tofu ou pequenas quantidades opcionais de carne, aves ou ovos.
  • Acompanhamentos: Legumes (crus, cozidos no vapor, salteados, grelhados ou em conserva), plantas silvestres, algas e frutas cruas ou em conserva.

Alimentos permitidos

  • Peixe e frutos do mar: Todos os tipos de peixes e frutos do mar podem ser incluídos, na forma cozida, assada, grelhada ou crua – como é o caso do sushi e sashimi.
  • Alimentos de soja: Os mais comuns são edamame, tofu, missô, molho de soja, tamari e natto.
  • Frutas e vegetais: Geralmente, as frutas são consumidas cruas ou em conserva, enquanto os legumes são cozidos no vapor, refogados, em conserva, cozidos em caldo ou adicionados às sopas.
  • Algas marinhas: Os vegetais do mar (crus ou secos) são uma grande parte da dieta tradicional japonesa. 
  • Tempura: Esta massa leve é ​​feita misturando farinha de trigo com água gelada ou com gás. Serve como massa para frutos do mar e legumes fritos.
  • Arroz ou macarrão: O arroz cozido no vapor é um item básico da dieta japonesa tradicional. Outras opções populares incluem macarrão sobá, lamen ou udon servidos refrigerados ou em caldo quente.
  • Bebidas: Chá verde quente e chá de cevada frio são as principais bebidas, embora cerveja e saquê possam ser servidos no jantar.

Dieta japonesa e gordura no fígado: Acompanhamento médico da doença

Ainda que a dieta japonesa tenha benefícios, o acompanhamento médico da doença é indispensável para o bem-estar do paciente. Além da boa alimentação, outras iniciativas que envolvem o estilo de vida devem ser priorizadas. Algumas delas são:

  • Controle de peso;
  • Praticar exercícios regularmente;
  • Consultar profissionais de saúde;
  • Limitar o consumo de álcool;
  • Além disso, controlar o consumo de açúcar.

Dessa forma, se não tratada corretamente, a esteatose hepática pode provocar, a médio e longo prazo, uma inflamação capaz de evoluir para quadros mais graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado. Por isso, mantenha as consultas com o seu médico em dia.

O que é gordura no fígado?

A gordura no fígado é um problema que não apresenta sintomas muito acentuados. Mas, surge quando o metabolismo sofre uma alteração como perda súbita de peso, obesidade, diabetes ou consumo excessivo de álcool. A ciência define essa condição como o acúmulo de ácidos graxos e triglicerídeos nas células do fígado.

O distúrbio causado pelo acúmulo nas células é dividido em dois tipos: doença gordurosa alcoólica do fígado (abuso do consumo de álcool) e doença gordurosa não alcoólica do fígado (quando não tem relação com a ingestão de bebidas). Assim, apesar de atingir mais as mulheres, a estimativa é que 30% da população apresentem o problema. Além disso, metade destes portadores ainda podem evoluir para formas mais graves da doença.

Causas

Por enquanto, as causas ainda não são totalmente explicadas. Mas, quando o assunto é gordura no fígado, diversos fatores podem estar relacionados com o seu surgimento. Por exemplo:

  • Hepatite viral ou doença autoimune
  • Obesidade
  • Sobrecarga de ferro
  • Consumo de substância tóxica (álcool, por exemplo).
  • Doenças autoimunes

Além disso, o mesmo vale para quem possui maus hábitos alimentares ou colesterol alto, que não praticam atividade física ou que fazem uso excessivo de bebidas alcoólicas.

Sinais e sintomas de gordura no fígado

A princípio, a gordura no fígado nem sempre causa sintomas claros no início do quadro. Geralmente, não há sinais nos estágios iniciais. Então, o paciente provavelmente não saberá que tem, a menos que seja diagnosticado durante exames realizados por outros motivos.

Em alguns casos que a doença progride e há comprometimento do fígado, é possível aparecer alguns sintomas como:

  • cansaço excessivo;
  • dor abdominal;
  • inchaço da barriga;
  • perda de apetite;
  • coceira na pele;
  • fezes esbranquiçada;
  • dor de cabeça.

Ocasionalmente, pessoas com esteatose não-alcoólica ou fibrose (estágios mais avançados de esteatose não-alcoólica) podem sentir:

  • dor no canto superior direito da barriga/abdômen (sobre o lado direito inferior das costelas);
  • cansaço;
  • perda de peso inexplicável;
  • fraqueza.

Além disso, se a cirrose (o estágio mais avançado) se desenvolver, você pode ter sintomas graves, como amarelecimento da pele e da parte branca dos olhos (icterícia), coceira na pele e inchaço nas pernas, tornozelos, pés ou barriga (edema).

Fonte: Ministério da Saúde.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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