Chocolate pode ter salmonella?
Recentemente, dezenas de casos de infecção por salmonella foram registrados na Europa. As suspeitas, então, logo se voltaram para produtos da marca Kinder, fabricados na Bélgica. Eles precisaram ser retirados do mercado pela fabricante Ferrero. O que gerou a dúvida: chocolate pode ter salmonella?
Diante dos acontecimentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, na quinta-feira (14/04), a comercialização, a distribuição, a importação e o uso de chocolates da marca. A medida ocorreu mesmo com o Brasil não vendendo os produtos indicados. “A Agência considerou prudente publicar a medida preventiva com o objetivo de informar à sociedade e de evitar que o produto seja consumido ou trazido de fora do país por pessoas físicas ou importadoras”, declarou.
Em nota, a Ferrero, detentora da marca, disse que “a marca Kinder reitera que a Resolução-RE nº 1.233, divulgada pela Anvisa na noite de quinta-feira (14) refere-se exclusivamente aos produtos Kinder fabricados em Arlon, na Bélgica e que não são distribuídos pela Ferrero do Brasil. A marca Kinder informa que seus chocolates e ovos de Páscoa vendidos pela Ferrero do Brasil no País são seguros para consumo.”
Chocolate pode ter salmonella?
A salmonella é muito relacionada ao ovo de galinha e ao frango cru ou mal cozido. Mas a verdade é que esse micro-organismo também pode contaminar outros alimentos, como o próprio chocolate, frutas e vegetais, leite não pasteurizado e até frutos do mar (dependendo de como e onde foram capturados).
No caso do chocolate, a salmonella geralmente está presente no grão do cacau, e sobrevive a todas as etapas de processamento até a obtenção do doce. Ela não se multiplica devido à pequena quantidade de água presente no alimento. Contudo, pode permanecer no local e, mesmo em um número pequeno, é capaz de causar doenças.
Um dos meios de eliminar a salmonella é com a cocção do alimento em altas temperaturas. No caso da sobremesa, entretanto, esse método se mostra ineficaz por conta da sua alta concentração de gorduras, que acabam protegendo os bichinhos indesejados.
Casos de salmonella em chocolates são considerados raros. Além disso, a própria Anvisa confirmou que, nos últimos anos, não houve episódios no país que indicassem a contaminação do alimento.
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O que é a samonella?
Ao contrário do poliovírus, causador da poliomielite, a salmonella pode causar dois tipos de doença, dependendo do sorotipo: salmonelose não tifoide e febre tifoide.
No geral, os sintomas desencadeados pela bactéria incluem febre, diarreia, calafrios, dor abdominal ou nos músculos, fadiga, perda de apetite e dores de cabeça. E, além disso, na febre tifoide: hemorragia interna, irritação com pequenos pontos avermelhados, irritação na pele e perda de peso.
Apesar da possível seriedade dos casos, em geral, a infecção causada pela salmonella não exige internação ou outras intervenções médicas. Nesses casos, o tratamento é feito em casa, por meio de repouso, ingestão de bastante água para manter a hidratação e controle dos sintomas. Em casos graves, a reposição eletrolítica (para fornecer eletrólitos perdidos pelo vômito e pela diarreia) e reidratação intravenosa são indicados.
O tratamento com antibióticos não é recomendado para casos leves ou moderados em indivíduos saudáveis. Porém, pode ser utilizado em grupos de risco, como bebês, idosos e pacientes imunocomprometidos. Vale lembrar, ainda, que existe vacina para febre tifoide, indicada apenas em áreas endêmicas, ou seja, onde a doença é mais comum.
Por fim, larvar as mãos antes de comer ou cozinhar, higienizar adequadamente os alimentos, cozinhar carnes em temperaturas adequadas e armazenar ovos na geladeira são algumas medidas que ajudam a prevenir a questão.