Chá para gordura no fígado realmente funciona?
A gordura no fígado (esteatose hepática) é um assunto cercado por diversas soluções e receitas milagrosas. Uma delas, por exemplo, diz respeito ao chá para gordura no fígado: basta uma rápida pesquisada na internet para descobrirmos diferentes preparações que prometem resultados fáceis e rápidos. Mas será que é mesmo assim que a coisa funciona? Saiba mais:
O que é a esteatose hepática?
De acordo com a médica nutróloga Dra Letícia Lucas, trata-se do acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado. “Nem sempre apresenta sintomas, mas pode causar desconforto abdominal, fadiga e perda de apetite em casos mais graves”, ela diz.
As principais causas da condição estão relacionadas ao sobrepeso, à obesidade e ao estilo de vida – como consumo excessivo de álcool, má alimentação e sedentarismo.
Leia também: Gordura no fígado: o que é, causas, sintomas e tratamentos
Chá para tratar gordura no fígado funciona?
Chá verde, de boldo, de alcachofra, de alho… Muitas são as ervas, plantas e especiarias supostamente boas para tratar a gordura no fígado. Contudo, a médica nutróloga afirma que nenhuma delas possui comprovação científica.
“Embora alguns chás, como o chá verde e o de cardo-mariano possam ter propriedades benéficas para o fígado, eles não são uma solução única para tratar a esteatose hepática”, explica.
O tratamento efetivo para o problema envolve uma série de mudanças, como a adoção de uma dieta balanceada, a prática regular de atividades físicas, o controle do peso e o manejo de condições como diabetes e hipertensão. Por isso, apenas beber um chá (mesmo que diariamente) e não apostar em nenhum desses hábitos provavelmente não terá efeito sobre o organismo.
Além disso, a nutróloga alerta para o consumo de receitas e substâncias sem orientação médica. Mesmo que naturais, algumas ervas trazem riscos, isto é, podem interagir com medicamentos, apresentar reações adversas e ser contraindicadas para grupos específicos. “É essencial consultar um profissional de saúde antes de adotar qualquer tratamento alternativo.”
Fonte: Dra Letícia Lucas, médica, graduada pela FAME – JF (Faculdade de Medicina de Juiz de Fora).