Bebê pode comer canela? E castanhas?
A introdução alimentar é uma fase de muitas descobertas – tanto para os pequenos, quanto para os pais. Isso porque enquanto a criança está conhecendo novos sabores e texturas, os adultos também aprendem formas mais seguras e estimulantes de oferecer os alimentos. Não à toa, nessa fase também surgem inúmeras dúvidas. Por exemplo: o bebê pode comer canela? E castanhas?
A questão levanta discussões porque alguns ingredientes têm potencial alergênico. Isso inclui não só a canela e as castanhas (como amendoim e amêndoas), mas também o ovo, o leite de vaca, a soja, o trigo… Com medo de que o pequeno desenvolva uma reação, muitos responsáveis e cuidadores evitam dar esses itens nas refeições. Contudo, essa não é a prática mais indicada, sabia?
Leia também: Bebê pode tomar água de coco? Veja quando e como oferecer
Bebê pode comer canela e castanha sim!
De acordo com a nutricionista materno infantil Franciele Loss, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que quanto antes você introduzir alimentos com potenciais alergênicos no cardápio do pequeno, melhor.
“80% das alergias alimentares ocorrem com a ingestão de leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, peixes e crustáceos, mas isso não significa que esses itens não devem ser oferecidos para o bebê. Ele deve experimentar todos ainda na introdução alimentar. O risco não é zero, mas é muito menor com seis meses”, pontua.
É claro que isso deve ser feito com alguns cuidados. Uma dica importante, por exemplo, é não dar nenhum desses ingredientes pela primeira vez ao bebê se ele estiver doente ou com alguma condição que o deixe mais suscetível a efeitos adversos. E não oferecer todos esses itens de uma vez, é claro.
Além disso, é importante lembrar que a canela em pó e a castanha podem provocar asfixia e engasgos. Por isso, no caso da primeira, é indicado misturá-la dentro de preparos em vez de polvilhar em cima de algum outro alimento. Já as nuts precisam ser picadas e podem compor receitas como bolinhos naturais.
Leia também: Novas diretrizes da OMS sobre a introdução alimentar: o que muda?
Meu filho teve alergia, e agora?
A especialista conta que as manifestações de alergia podem variar, mas as mais comuns são:
- Cutâneas: urticária, angioedema e dermatite atópica;
- Orais: edema, hiperemia, prurido e sensação de queimação nos lábios, língua, palato e garganta;
- Gastrintestinais: náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia;
- Respiratórias: broncoespasmo e coriza;
- Sistêmicas: anafilaxia e choque anafilático.
Caso a criança apresente alguma reação alérgica, o ideal é contatar o pediatra que a acompanha. Ele deve orientar sobre as possibilidades de alergia, os benefícios da apresentação dos alergênicos e traçar um plano específico caso o bebê seja alérgico. “No entanto, em situações mais graves, é orientado procurar um pronto-socorro para evitar complicações sérias”, recomenda.
Fonte: Franciele Loss é nutricionista materno infantil à frente do @bebedenutri.