O número cada vez mais alto de pessoas com obesidade levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificar a obesidade como pandemia mundial do século XXI. E as estatísticas mostram que a doença não atinge somente adultos, sendo comum também na infância. A previsão do órgão, inclusive, é de que 75 milhões de pequenos nessa faixa etária tenham obesidade em 2025. Por isso, é muito importante aprender a cuidar da alimentação de crianças acima do peso.
Isso porque a dieta é fundamental em todas as etapas da vida, sendo ainda mais relevante nos primeiros anos, considerados decisivos para o crescimento e desenvolvimento de qualquer indivíduo. Nessa fase, são garantidos nutrientes essenciais para o organismo e formados os hábitos alimentares que vão impactar o organismo até as idades mais avançadas.
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A nutróloga Marcella Garcez, mestre em Ciências da Saúde, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, explica que, para alcançar o bem-estar na vida adulta e ficar longe de efeitos negativos à saúde, a rotina saudável deve ter início logo na primeira infância.
“A manutenção do peso saudável é importante, pois crianças acima ou muito abaixo do peso têm mais chances de se tornarem adultos com alterações metabólicas”, argumenta. Como consequência, aumenta o risco de desenvolver patologias que podem se estender por toda a vida, como diabetes, disfunções ortopédicas, doenças cardiovasculares e metabólicas e também distúrbios psicológicos e sociais, por exemplo.
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A médica lembra que crianças e adolescentes estão em fase de crescimento e, por isso, os critérios para determinar o peso adequado variam conforme a faixa etária. Dessa forma, o crescimento e o ganho de peso de menores de 2 anos devem ser acompanhados a partir de indicadores por idade.
Já a partir dos 2 anos usa-se o Índice de Massa Corporal (IMC) para fazer o cálculo. “Esse é o indicador mais importante quando o assunto é sobrepeso e obesidade, porque vai apontar como a criança está de acordo com a estatura que ela tem (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade)”, detalha. Além disso, existem tabelas específicas para avaliar o IMC, mas elas devem ser preenchidas e avaliadas individualmente.
Quanto à estratégia para ajudar as crianças a perderem peso, Marcella diz que deve ser multifacetada e direcionada à toda a família e ao contexto educacional e social em que vive. “É necessário apoiar hábitos alimentares saudáveis, incluindo a redução no consumo de alimentos e bebidas ricos em calorias e com poucos nutrientes. Além disso, hábitos como beliscar constantemente, especialmente após a escola e o jantar, devem ser desencorajados e os pais devem ser incentivados a planejar refeições regulares para toda a família.”
Ademais, aumentar o nível de atividades físicas é um fator crítico para crianças acima do peso. Nesse sentido, são indicados, no mínimo, 20 a 60 minutos diários de exercícios vigorosos, pelo menos cinco dias por semana. Manter uma rotina saudável de sono também é primordial, bem como observar quaisquer impactos psicológicos que, muitas vezes, acompanham a obesidade.
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Para auxiliar a criança a parar de engordar ou emagrecer, a nutróloga afirma que elas devem consumir, sobretudo, alimentos saudáveis, como frutas, vegetais e laticínios. Tudo isso contribui para a saciedade e, como resultado, leva à perda de peso.
Ela também elenca algumas orientações que devem integrar a rotina de todos na família e não apenas da criança, “pois ela engorda por equívocos de comportamento coletivo”. Veja as recomendações a seguir:
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Confira o cardápio que Marcella indica para ajudar crianças de 6 a 12 anos a perderem peso:
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Fonte: Dra. Marcella Garcez, nutróloga e mestre em Ciências da Saúde, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.