Pelos de animais pela casa? Como proteger a saúde respiratória
A troca de pelos dos animais de estimação pode acabar prejudicando pessoas com problemas respiratórios. De acordo com Iryna Hirata Prist, otorrinolaringologista da Clínica Imong, os pelos de cachorros e gatos podem agravar doenças respiratórias porque são alérgenos que provocam uma reação inflamatória no organismo de pessoas propensas. O resultado? Congestão e secreção nasais, pruridos (coceira) e espirros.
“Isso ocorre pela participação de anticorpos Ige a antígenos específicos em indivíduos geneticamente determinados. Esse fenômeno é chamado de rinite alérgica. E os pelos de cachorro e de gato podem atuar como antígenos, desencadeando tal processo. É importante lembrar que a rinite é um conjunto de sintomas (uma síndrome) que pode ou não ter causa alérgica. Existem alguns tipos de rinites que não são desencadeadas por pelos ou outros componentes como poeira ou pólen. Neste caso, é preciso uma investigação mais aprofundada, que inclui uma série de exames para fechar o diagnóstico correto”, explica.
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Prist conta que o importante neste período de troca de pelos é evitar que eles atinjam a mucosa nasal. Por fim, algumas dicas podem ajudar a diminuir essa irritação em pessoas com doenças respiratórias:
- Higienizar com frequência o ambiente;
- Remover os pelos de sofás;
- Trocar a roupa de cama com frequência;
- Ademais, evitar que os animais entrem nos quartos e subam nas camas durante os períodos de troca.
Tratamentos para doenças respiratórias
Para essas crises e irritações, tratamentos médicos específicos podem ajudar a diminuir os incômodos. “Antialérgicos, corticoides nasais ou imunoterapia, por exemplo, podem ser prescritos pelos médicos para auxiliar no controle da rinite alérgica. Além disso, outra recomendação importante é fazer a lavagem nasal com frequência (ao menos duas vezes ao dia e quando ocorrer contato íntimo com pelos ou pets). Dessa maneira, você hidrata a mucosa”, afirma.
Em caso de crise, a indicação é se afastar do ambiente com pelos, reforçar a lavagem nasal e fazer o uso de um antialérgico oral, sempre prescito por um médico. Por fim, caso os sintomas sejam de falta de ar, chiado no peito ou desconforto respiratório, é ideal procurar atendimento profissional.
Entendendo a troca de pelos
Thais Matos, médica veterinária da DogHero, explica que algumas raças de cachorros, como Golden Retriever, Chihuahua, Labrador, Beagle e Pug, são conhecidas por perderem pelos em grandes quantidades. Além disso, a especialista conta durante a mudança de estações, como entre o outono e o inverno, ou a primavera e o verão, é normal que os cães tenham essa perda de pelos acentuada.
“No entanto, a perda de pelos do pet pode ser um sinal de problemas de saúde, como alergias alimentares, estresse, falta de nutrientes adequados, fungos e até parasitas — como pulgas e carrapatos. Além da queda de pelos, quando existem problemas de saúde, a pelagem dos cães também pode ser afetada de outras formas”, diz. Por isso, também é importante ficar de olho na saúde dos pets!
Com relação aos ácaros e às bactérias, Matos afirma que, geralmente, as doenças são transmitidas por animais que não estão sendo cuidados adequadamente, ou que vivem em locais com saneamento precário. Ou seja, em primeiro lugar, para manter tanto a saúde dos pets quanto a saúde de quem convive com doenças respiratórias, a solução básica é cuidar muito bem do animal.
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Outros cuidados
“A alergia é uma das principais situações relacionadas a pelos de animais. Os sinais e sintomas de alergia respiratória são espirros, inchaço das pálpebras dos olhos, problemas respiratórios e até mesmo asma em algumas pessoas. Além disso, alguns pets podem ter infecção de pele causada por fungos, que também podem ser transmitidos, em alguns casos, para as pessoas, sendo necessário realizar o tratamento antifúngico tanto no pet quanto na pessoa”, completa Matos.
Dica útil: Para ajudar na queda de pelos dos pets, escove regularmente o animal. Nos gatos, escovas próprias para os bichanos devem ser usadas e a escovação pode ser feita em dias alternados. Contudo, em gatos de pelo longo, ela deve ser feita diariamente.
Fontes: Iryna Hirata Prist, otorrinolaringologista da Clínica Imong (CRM 169177), Thaís Matos, médica veterinária da DogHero.