Tratamento da canelite: o que fazer para combater a dor na canela?

Saúde
12 de Maio, 2023
Tratamento da canelite: o que fazer para combater a dor na canela?

Você está com uma dor na região da canela, que incomoda ao descer escadas, pular, correr ou até mesmo ao caminhar? Pode ser que seja canelite, nome popular para a síndrome do estresse tibial medial, que exige atenção e tratamento para melhorar. Esse tipo de lesão é muito comum entre pessoas que praticam corrida ou atividades com salto (como pular corda), mas que pode se tornar um grande problema.

Veja também: Como correr sem parar? Dicas para evoluir na corrida com segurança

O que causa a canelite?

De acordo com Fábio Bessa, fisioterapeuta da Care Club unidade Ibirapuera, a canelite costuma ter alguns motivos. “Por exemplo, excesso de volume de treino entre corredores que começaram a correr, ou aqueles que correm sem orientação de um treinador; falta de descanso adequado, e sobrecarga na região da panturrilha”, fala o especialista, que cita mais fatores que favorecem o quadro:

Má postura ao correr: o modo como corremos influencia no impacto muscular. Geralmente os corredores sofrem muito com a sobrecarga da panturrilha, que pode inflamar e estender esse processo para a tíbia.

Alterações no metabolismo ósseo: mais comum entre as mulheres, a canelite pode surgir se houver alterações hormonais e até alimentação inadequada.

Como reconhecer a canelite?

A inflamação da tíbia tem diferentes estágios. “No início geralmente não dói durante todo o treino. Quando estamos aquecidos, a dor desaparece e conseguimos continuar a correr. Além disso, a dor é perceptível quando apalpamos a canela, na região mais próxima do tornozelo”, diz o especialista.

Contudo, a inflamação em progresso causa dores durante o todo o treino, e variam de intensidade. Logo depois do exercício, ela permanece sem a necessidade do toque, incomodando ao caminhar e até em repouso.

Como são o diagnóstico e tratamento da canelite?

“O diagnóstico é clínico nas fases iniciais e pode ser complementado por exames de imagem (ressonância magnética) para excluir possíveis lesões mais sérias — as fraturas de estresse, por exemplo”, informa o fisioterapeuta.

Já o tratamento depende do estágio da canelite, na avaliação de Fábio. Primeiro, é importante descobrir a causa do problema e corrigi-lo. Então, se o problema está na postura, o indivíduo deverá apostar em exercícios educativos para melhorar a maneira de correr. Para isso, o teste de biomecânica pode ser útil para mapear esses erros.

“Em casos iniciais, fazemos pequenos ajustes no volume e intensidade do treino de corrida. Assim, o corredor fica em uma zona segura para os sintomas não se agravarem”, orienta.

Além disso, é fundamental fazer sessões de fisioterapia, que incluem técnicas de analgesia, com uso de laser, ondas elétricas, liberação miofascial e outros recursos para aliviar a dor e acelerar a recuperação.

Tratamento da canelite também pode exigir repouso absoluto

Muitos corredores lidam com a dor por semanas e seguem treinando, pois não querem parar a atividade. No entanto, a decisão de ignorar o fato tem consequências que podem estender o tempo fora das pistas. Como resultado, a pessoa pode desenvolver o edema ósseo e a fratura por estresse, que pode aumentar sua extensão.

Se isso ocorrer, Fábio avisa que a interrupção da corrida pode ser de até 8 semanas, dependendo do tamanho da lesão. “Nesse momento, a pessoa pode recorrer a outras formas de manter o condicionamento sem impacto”. Ele cita bike, natação, elíptico e deep-running como opções em conjunto com a fisioterapia.

Conforme a inflamação melhora, é possível retomar os treinos aos poucos, sem exagerar no volume e na velocidade. “Não se deve ter pressa de subir o volume novamente. É importante conversar com o treinador de corrida para inserir um protocolo de retorno aos treinos de pelo menos 1 mês. Na reabilitação, a pessoa pode fazer treinos intervalados com caminhada ou com volume baixo para acompanhar  se há evolução dos sintomas”, finaliza.

Fonte: Fábio Bessa, fisioterapeuta da Care Club unidade Ibirapuera; e coordenador do Curso de Especialização em Fisioterapia Musculoesquelética e do Curso de Aprimoramento Profissional em Fisioterapia Esportiva, pelo Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

 

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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