Transplante fecal: Reino Unido indica tratamento para infecções intestinais

Saúde
01 de Setembro, 2022
Transplante fecal: Reino Unido indica tratamento para infecções intestinais

Recentemente, no Reino Unido, o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE, em inglês) passou a recomendar o transplante fecal como um tratamento eficaz contra infecções intestinais. De acordo com a nota oficial sobre o assunto, a prática é indicada principalmente quando o paciente já teve dois ou mais casos recorrentes causados pela bactéria Clostridium Difficile.

Ainda segundo o documento, essa orientação se dá porque o transplante fecal tende a ser mais efetivo do que antibióticos no combate dessa bactéria. Inclusive, a Clostridium Difficile pode se tornar ainda mais resistente devido a esses remédios e, como resultado, fica ainda difícil combatê-la.

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Mas, afinal, o que é o transplante fecal?

Como o próprio nome dá a entender, esse tratamento consiste na transferência das fezes de um doador saudável para um outro indivíduo. No entanto, ao contrário do que se pensa, o foco não é o cocô em si. Mas a passagem de bactérias boas por meio dele, que ajudarão a regular a microbiota do paciente que as receberam.

“Dessa forma, é possível transferir a microecologia do intestino do doador como se fosse um órgão. Mas sem o risco de causar resposta imune ou rejeição”, explicou Magaly Teixeira, coloproctologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, em entrevista anterior sobre o assunto à Vitat.

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Saiba quando o transplante fecal é indicado

Além da recomendação vista no Reino Unido, Magaly esclarece que se indica o transplante de fezes principalmente quando o paciente apresenta colite membranosa refratária bem como colite ulcerativa. Portanto, ele é uma alternativa para restabelecer a flora intestinal quando o tratamento convencional, com medicamentos, probióticos e alimentação, não funciona.

Além disso, estudos também começam a associar os benefícios do tratamento a condições como obesidade, síndrome metabólica, autismo, depressão, doença de Alzheimer e síndrome do intestino irritável. No entanto, pesquisas mais robustas mostram-se necessárias para que o transplante de fezes comece a ficar ainda mais sólido.

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Como o transplante de fezes é feito?

O maior desafio em relação ao transplante fecal está em encontrar um doador em que o receptor não apresentará complicações devido ao material recebido. “Inclusive, o candidato [que vai doar as fezes] precisa fazer testes para várias doenças potencialmente transmissíveis pelo método”, lembra Magaly.

Já o processo em si não é complicado: ele dura em torno de 15 a 30 minutos. Para realizá-lo, as fezes são diluídas e transplantadas dentre uma dessas quatro formas:

  • Via sonda nasogástrica, nasoduodenal ou nasojejunal;
  • Via oral, em forma de cápsulas;
  • Por colonoscopia ou retossigmoidoscopia;
  • Por enemas.

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