Transmissão por superfície: o que se sabe sobre a Varíola dos Macacos

Saúde
24 de Agosto, 2022
Transmissão por superfície: o que se sabe sobre a Varíola dos Macacos

Com o relatório divulgado na última sexta-feira (19), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, reforçou a possibilidade de contágio da varíola dos macacos por meio da transmissão por superfície do vírus.

Iniciou-se essa discussão após a análise de dois casos de monkeypox em maio de 2022. Os envolvidos moravam juntos, sem nenhuma outra pessoa. Após oito dias do início dos sintomas da doença, como febre, fadiga e dores no corpo, o paciente A apresentou lesões penianas. Em seguida, por volta do décimo dia, elas se espalharam para os lábios, mãos, pernas, tórax e couro cabeludo. Já o paciente B teve uma lesão no pé que se estendeu para o dedo e para a perna a partir do 11º dia da enfermidade.

Desde o começo dos sinais da varíola dos macacos, o paciente A levou 30 dias para ficar curado. Em contrapartida, o paciente B recuperou-se em torno de 22 dias.

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A análise da transmissão por superfície da doença

Nesse meio tempo, coletarem-se amostras de 30 objetos de nove ambientes diferentes da casa em que os dois pacientes moravam e permaneceram em isolamento. Em princípio, 21 testaram positivo para monkeypox, representando 70% do material recolhido. No entanto, nenhuma apresentou cultura do vírus, ou seja, outra pessoa não seria infectada caso tocasse no local contaminado.

Vale ressaltar que foram analisadas superfícies tidas como porosas, não porosas e mistas. Assim, o vírus da varíola dos macacos foi identificado em sofá, cobertor, corrimão, interruptor, descarga, privada, maçanetas de diferentes cômodos e até mesmo em tubos de pomadas.

O relatório do CDC destaca que, embora todos esses itens tenham sido contaminados, os pacientes tinham uma rotina de limpeza significativa enquanto estavam doentes. Por exemplo, eles tomavam de um a dois banhos diariamente, higienizavam as mãos por volta de 10 vezes ao dia e lavavam roupas de cama e pessoais semanalmente. Além disso, tinham o cuidado de higienizar superfícies de alto contato com um spray de descontaminação.

Dessa forma, o órgão estadunidense ressalta que o resultado das amostras confirma que o ambiente doméstico foi contaminado pela monkeypox em certo nível. No entanto, como as amostras não acusaram positivo para cultura do vírus, as medidas de higiene tendem a ter sido efetivas.

“Embora ambos os pacientes fossem sintomáticos e isolados em casa por mais de três semanas, suas práticas de limpeza e desinfecção durante esse período podem ter limitado o nível de contaminação dentro da casa”, destaca o CDC.

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Cuidados para evitar a transmissão da varíola dos macacos

Assim, no final do relatório, a agência reguladora dos Estados Unidos reforça as principais formas de transmissão do vírus da varíola dos macacos. São elas:

  • Contato direto com as feridas causadas pela doença bem como com fluídos corporais e secreções respiratórias de uma pessoa contaminada;
  • Tocar em objetos e superfícies com o vírus, e em seguida levar as mãos à boca e olhos;
  • Dividir objetos pessoais, como talheres, copos, pratos, toalhas, roupas de cama e calçados;
  • Relações sexuais com pessoas contaminadas, devido ao contato muito próximo com gotículas de suor, saliva e possíveis lesões.

Portanto, para se proteger do vírus da monkeypox, recomenda-se o uso de máscara, evitar tocar em locais possivelmente contaminados para não ocorrer a transmissão por superfície, além de higienizar corretamente as mãos. É preciso manter-se atento também à desinfecção doméstica.

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