Teste pode prever cânceres femininos até quatro anos antes

Saúde
20 de Outubro, 2022
Teste pode prever cânceres femininos até quatro anos antes

Novas descobertas sobre o câncer trazem esperança para quem enfrenta a doença. Mas será que é possível detectar um tumor antes do paciente vir a desenvolvê-lo? Pesquisadores da University College, em Londres, descobriram que sim. De acordo com os cientistas, um novo teste pode prever cânceres femininos, como o de mama, em até 4 anos. A inovação pode significar o fim das mamografias — tradicionalmente usadas para detectar câncer de mama em mulheres com mais de 50 anos. Entenda.

Leia mais: Câncer de mama: sintomas, tipos e tratamentos 

Afinal, qual é o teste que pode prever cânceres femininos?

O teste que pode prever cânceres femininos é popular. Trata-se, então, do mesmo usado hoje para diagnosticar o vírus do papiloma humano (HPV) – responsável por 99% dos casos de câncer do colo do útero. De acordo com os pesquisadores, o exame analisa a metilação do DNA, ou seja, a camada extra no topo do DNA.

O DNA contém todos os genes que as pessoas herdam de ambos os pais. Por outro lado, a metilação do DNA diz às células quais pedaços de DNA devem ser lidos. Fatores como tabagismo, poluição, má alimentação e excesso de peso podem alterar esses marcadores e alterar o comportamento da célula. Dessa forma, ao observar atentamente a metilação do DNA, os cientistas descobriram que podem detectar câncer e até prever o risco que alguém desenvovê-lo no futuro.

Ainda segundo os cientistas, o teste pode detectar previamente câncer de mama, útero, colo do útero e ovário dentro de quatro anos. Os resultados foram publicados na revista Genome Medicine.

Como foi feita a pesquisa

A pesquisa analisou 1.254 amostras de mulheres com alterações celulares de baixo a alto risco, mulheres com HPV, mas sem alterações nas células cervicais e amostras de mulheres sem alterações nas células cervicais que desenvolveram alterações celulares de alto risco em quatro anos.

Em mais da metade dos casos (55%) de mulheres sem alterações celulares, mas que apresentavam HPV, o teste detectou que teriam alterações celulares nos próximos quatro anos. O teste também teve um desempenho melhor do que os métodos tradicionais atualmente disponíveis para detectar células cancerígenas que precisam de tratamento.

Os cientistas acreditam que, observando atentamente a metilação do DNA, eles podem detectar câncer e possivelmente prever o risco de que alguém desenvolva a doença no futuro.

“A vacinação contra o vírus que causa o câncer do colo do útero está agora amplamente implementada e está levando a mudanças na quantidade e nos tipos do vírus que circulam na comunidade. Construir novos programas de triagem holísticos e preditivos de risco em torno da coleta eficaz de amostras cervicais existentes oferece um potencial real para a prevenção do câncer no futuro”, disse Martin Widschwendter, professor do departamento de câncer feminino da University College e que vem trabalhando nesta pesquisa há duas décadas.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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