Terceiro trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

Gravidez e maternidade Saúde
15 de Março, 2023
Terceiro trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

O terceiro trimestre de gravidez, ou seja, da 25ª até a 42ª semana, é um momento de grande expectativa para as futuras mamães. É nessa fase que o barrigão fica ainda mais aparente, o que também acontecem com alguns sintomas, como o inchaço e a dificuldade para dormir, que ficam ainda mais acentuados. 

No entanto, juntamente com a ansiedade para conhecer o rostinho do bebê, é preciso realizar exames e ter cuidados exclusivos nessa reta final.

Leia mais: Primeiro trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

Terceiro trimestre de gravidez: mudanças no corpo

Para a futura mamãe, o terceiro trimestre pode ser bem incômodo, principalmente próximo à data do parto, pelo crescimento da barriga. O rápido crescimento do bebê, que triplica de peso nos últimos meses, contribui para que a gestante ganhe mais peso. 

Além disso, o volume de sangue circulando no corpo é de 30 a 40% maior, exigindo que o sistema circulatório trabalhe mais. No final da gravidez, o útero comprime as veias da região do abdome e dificultam a passagem do sangue, causando inchaço e o aumento das varizes, que aparecem principalmente nas pernas, mas também podem surgir ao redor da vagina e do ânus (hemorróidas).

O útero também pode ficar durinho por instantes, o que não causa dores apenas uma leve sensação de endurecimento. Pode sair, ainda, um líquido amarelado do peito. É o colostro, que vai alimentar o bebê nos primeiros dias de vida. Por fim, essa é uma época de ansiedade com o parto. O medo do desconhecido é natural. Por isso, procure conversar com quem possa lhe passar confiança e deixá-la mais tranquila.

Sintomas mais comuns

O terceiro trimestre traz desconfortos característicos que, somados à ansiedade, podem deixar a gestante ainda mais sensível. O final da gestação é o momento em que tanto a mãe quanto o bebê se preparam para uma grande mudança. O bebê tem menos espaço dentro da barriga, o que dá a sensação de peso
e desconforto. Por isso, é a gestante pode sentir menos sono. Confira outros sintomas normais e esperados:

  •  Azia, má digestão, refluxo e outros desconfortos gastrointestinais.

  • Inchaço nos pés e pernas, além de câimbras e varizes. 

  • Dores nas costas: o crescimento da barriga desloca o eixo da gravidade, projetando o corpo para frente, o que costuma causar dores nas costas, principalmente na região lombar.

  • Dores na virilha, sintoma comum da preparação do parto, quando o bebê pressiona a pelve.

  • Falta de ar: o crescimento da barriga também comprime os pulmões, então é comum que a futura mamãe sinta dificuldade para respirar.

  • Insônia e dificuldade para dormir, causadas, frequentemente, por ansiedade, falta de posição, entre outros fatores.

  • Vontade constante de fazer xixi: o útero comprime também a  bexiga, reduzindo sua capacidade de armazenamento.

  • Contrações de Braxton Hicks, ou contrações de treinamento

Leia mais: Segundo trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

Quais sintomas NÃO são comuns?

A partir do 3º trimestre, porém, os movimentos fetais tornam-se facilmente identificáveis, muitas vezes até visíveis através da barriga da mãe. Nesta fase, as grávidas conseguem dizer facilmente quando o seu bebê está acordado e quando está dormindo.

Uma redução abrupta nos movimentos do feto pode ser um sinal de complicação da gravidez. Por esse motivo, alguns obstetras recomendam que você gaste algum tempo do dia contando os chutes do seu bebê. Você pode escolher uma hora do dia em que seu bebê costuma estar ativo. Conte quantos “chutes” o bebê dá em hora para você ter uma ideia do quão ativo ele costuma ser.

Se você começar a sentir o seu bebê mais quieto que o habitual e o número de chutes dele nas próximas 2 ou 3 horas for muito abaixo do esperado, entre em contato com o seu obstetra. Mas antes de se desesperar, lembre-se que o bebê pode estar apenas dormindo. O ideal é você saber a que horas do dia ele costuma estar mais agitado.

Desenvolvimento do bebê

Nos últimos três meses da gestação, a maioria dos bebês se coloca de cabeça para baixo. Ele tem o próprio ritmo de dormir e acordar e começa a dar sinais de querer nascer, com o surgimento das primeiras contrações. De 27 a 30 semanas ele pode pesar 1 kg e medir cerca de 32 cm. Já percebe a luz fora do útero, abre e fecha os olhos. Escuta e identifica vários sons, como vozes e músicas, e pode se assustar com barulhos altos e repentinos.

O espaço dentro do útero vai ficar cada vez mais justo. Com 32 semanas já pesa 2 kg. Sua pele fica coberta por um tipo de creme branco, o vérnix, que traz proteção e o ajudará a se deslizar pelo
canal do parto. Ele já está todo formado, mas não está maduro. Falta pouco… É preciso ter paciência para esperar o tempo certo de nascer.

Os principais cuidados no terceiro trimestre de gravidez

Os cuidados no terceiro trimestre são essenciais nessa reta final. As consultas, que até então eram mensais, tornam-se quinzenais ou semanais. É importante também que a futura mamãe tenha definido o plano de parto. Conforme o esperado dia se aproxima, ela deve evitar estresse e situações de risco, mas ela pode – e deve! – manter-se ativa e trabalhar – desde que ela esteja disposta e a gestação não seja de risco. 

Além disso, a futura mamãe pode continuar as atividades físicas, porém deve optar por exercícios mais moderados e práticas mais tranquilas. É importante evitar ficar muito tempo em pé para que os pés e pernas não fiquem muito inchados. A alimentação equilibrada e saudável deve ser mantida, assim como a hidratação. É importante fazer refeições regulares e em quantidades menores para evitar a azia e o refluxo. Viagens longas, principalmente de avião, devem ser evitadas. O ideal é que você siga à risca as recomendações do seu obstetra para que a chegada do seu bebê seja segura e tranquila.

Exames essenciais

  • No terceiro trimestre o obstetra pode repetir alguns exames laboratoriais já realizados, como hemograma, glicemia urina e sorologias.

  • Por volta da 35ª semana, a gestante deve realizar o conhecido “exame do cotonete” para detecção do Streptococcus B, uma bactéria comum no trato reprodutivo da mulher. Em caso de resultado positivo, a gestante deve tomar antibióticos pois, em caso de contato com o bebê durante o parto, pode causar infecções graves no recém-nascido.

  • Os ultrassons no terceiro trimestre auxiliam a avaliar o bem-estar fetal, as condições de líquido amniótico entre outros parâmetros que auxiliam a evitar o sofrimento fetal e mesmo um parto prematuro.

  • Também é solicitado o ecocardiograma fetal, exame que avalia a anatomia e a função do coração e realiza o diagnóstico precoce de doenças cardíacas congênitas.

  • A gestante e o pai do bebê devem fazer o teste de sífilis no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez.

  • Teste de HIV: as gestantes devem realizar o teste rápido de HIV no início  da gravidez (primeiro trimestre) e no final (terceiro trimestre). Ele também poderá ser feito no momento do parto.

Como se preparar para o parto?

Perto da data do parto, a gestante poderá sentir sua barriga endurecer, como contrações que não duram muito tempo. Antes de pensar em sair para o hospital, o ideal é tomar um banho, repousar e ver se
essas contrações continuam fortes e regulares. Isso porque pode ser que ainda não seja o trabalho de parto, mas só um treino. Dias antes do parto, poderá sair um muco grosso amarelado da vagina, como clara de ovo, com rajas de sangue, o tampão mucoso. Este é um sinal de que o parto pode estar próximo.

Como identificar o trabalho de parto?

Geralmente, o trabalho de parto dura de 8 a 12 horas, mas pode durar mais, dependendo de cada mulher. Inclusive, o medo e o estresse podem prolongar esse período. Assim, sentir-se
tranquila e confiante pode ajudar a diminuí-lo. Portanto, não se apavore quando surgirem os primeiros sinais; você terá tempo suficiente para se organizar e chegar ao local do parto.

Nesse sentido, veja os sinais que indicam o início do trabalho de parto:

  • A barriga endurece a cada 5 minutos, por 30 segundos ou mais, permanecendo assim por mais de 1 hora;
  • Você pode perder líquido pela vagina, que pode escorrer por suas pernas, molhar a roupa ou a cama (rompimento da bolsa das águas). Neste caso, mesmo que não sinta as contrações, você deve ir à maternidade, pois precisa ser avaliada por um profissional.

Fonte: Dr. Gabriel Monteiro, ginecologista e obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (UNISA)

Referências:

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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