Como estimular o bebê? Segurar objetos deve ser incentivado desde o nascimento, diz estudo

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28 de Julho, 2021
Como estimular o bebê? Segurar objetos deve ser incentivado desde o nascimento, diz estudo

O nascimento de uma criança traz muita alegria para a família, mas também algumas dúvidas. Como estimular o bebê da forma correta e qual a melhor idade para começar os incentivos são alguns exemplos. E agora, um artigo publicado na revista científica Infant Behavior & Development afirma que recém-nascidos e bebês de até três meses de idade já devem receber estímulos para manusear objetos e observar adultos desenvolvendo tarefas do dia a dia. Isso porque o hábito ajuda nos desenvolvimentos social, motor e cognitivo do pequeno.

O estudo propõe que, desde o nascimento, os bebês assistam cotidianamente os adultos em suas atividades diárias, como na manipulação de utensílios domésticos. Além disso, também devem ter contato frequente com objetos para que desenvolvam as habilidades de segurá-los e de estender os braços para alcançá-los.

Por meio dessas interações sociais, os bebês conseguem, desde os primeiros dias de vida, aprender a usar o próprio corpo de maneira funcional. Além disso, eles começam a perceber as relações entre seus movimentos e as consequências no ambiente.

“Apresentamos evidências de que as atividades de imitação e manipulação neonatal estão conectadas. Desse modo, propomos práticas de estimulação baseadas em desenhos experimentais, nas quais os bebês devem ser posicionados de maneira favorável a observar as ações das pessoas. Isso terá impacto na forma como entendem o mundo social e a cadeia de ações possíveis nesse ambiente”, escrevem os pesquisadores, que contaram com o apoio da Fapesp.

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Como estimular o bebê?

“As pesquisas têm demonstrado, desde os anos 1970, que os bebês conseguem copiar expressões faciais logo que nascem. Sugerimos que eles imitam tudo, tanto as expressões como as ações motoras de manipular objetos. Ao ver o adulto usando as mãos, eles copiam e aprendem a usá-las”, explica a pesquisadora Priscilla Ferronato, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (Unip).

Ela afirma que, nos primeiros três meses de vida, os bebês, em geral, não conseguem fazer sozinhos movimentos para alcançar objetos. “Os cuidadores normalmente estimulam o uso das mãos a partir do momento em que os bebês aprendem o movimento de alcançar objetos. Nossa proposta é a contrária: incentivar no período em que eles ainda não conseguem”, disse. Mas como estimular o bebê?

Um dos exercícios propostos é o de colocar nas mãos da criança um objeto com textura lisa. Em seguida, acrescentar rugosidade à superfície para que ela sinta a diferença na forma de agarrar. Outra sugestão é oferecer um dedo para o bebê segurar e, quando ele conseguir, sorrir para que haja a associação do toque com o estímulo visual.

Mais uma atividade proposta é, em um ambiente com baixa luminosidade, colocar um feixe de luz (com uma lanterna ou o celular) atravessando horizontalmente o bebê na altura do peito para que ele tente controlar os braços ao buscar o feixe de luz.
“O nosso objetivo final é levar essas informações não só a professores de creche para aplicação prática, mas também aos pais, já que, geralmente, os bebês estão em casa nesse período. A maioria dos pais não tem ideia de que os bebês são capazes de aprender logo nos primeiros meses de vida”, disse Ferronato.

Desenvolvendo habilidades

No Brasil, a Lei 13.257/2016 define a primeira infância como o período que abrange os primeiros seis anos completos da criança. Mas pesquisadores e entidades já utilizam o que chamam de “primeiríssima infância”, até os três anos. Nessa faixa etária estão cerca de 10 milhões de crianças no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2019.

Ainda antes desse período, os primeiros mil dias de um bebê (da gravidez até os dois anos) são considerados os mais importantes para o desenvolvimento físico e mental, podendo determinar inúmeros fatores da vida adulta. Conhecido como “intervalo de ouro”, é também marcado pela grande plasticidade cerebral, sendo muito favorável para situações de aprendizagem.

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(Fonte: Agência Fapesp)

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