Será que eu estou com canelite? Médico destaca principais sinais

Bem-estar Movimento Saúde
11 de Abril, 2024
Será que eu estou com canelite? Médico destaca principais sinais

Saber identificar os principais sintomas da canelite faz toda a diferença na hora de procurar ajuda e realizar o tratamento rapidamente, evitando complicações. Afinal, essa é uma das lesões mais comuns entre os corredores, e pode evoluir para quadros mais graves se o atleta ignorar os sinais do corpo de que algo não está certo.

De acordo com Wander Ama, médico ortopedista e especialista em medicina do esporte, a condição é conhecida no meio científico como síndrome do estresse tibial medial. Ela gera dor na borda interna da tíbia (o ossinho da canela) por conta de uma inflamação dos tecidos moles que ficam ao redor dela. “Trata-se de uma dor que ecoa a cada passo dado, mas que pode ser evitada e, sobretudo, tratada.”

O especialista conta que, normalmente, a canelite acontece em corredores, dançarinos e outros atletas que praticam esportes com impactos repetitivos nos membros inferiores. Esse processo acaba gerando uma sobrecarga na região, o que inflama estruturas como a membrana que circunda o osso da canela. Se não tratado adequadamente, o problema pode evoluir para uma fratura.

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Sintomas da canelite: como identificar?

Segundo Wander Ama, os sintomas típicos da canelite incluem dor e sensibilidade na canela, especialmente durante a atividade física. No entanto, o médico também destaca que esses sinais podem variar de intensidade e até de pessoa para pessoa – o que revela a importância da confirmação do diagnóstico por um profissional de saúde qualificado, como um médico ou um fisioterapeuta.

“A dor pode ser leve no início, mas se tornar mais intensa com o tempo e interferir nas atividades diárias”. Fatores como músculos da perna fracos, desalinhamento biomecânico, calçados inadequados e aumento repentino na intensidade ou duração da atividade física contribuem para o aparecimento e/ou a piora do quadro.

Confira, a seguir, outros “pontos de alerta” elencados pelo ortopedista:

  • Sensibilidade ou dor ao toque: “a área afetada pela canelite pode ser sensível ao toque. E a pressão direta sobre a tíbia (osso da canela) pode causar desconforto”;
  • Inchaço: “pode haver inchaço ao longo da borda interna da canela onde a perna encontra o tornozelo”;
  • Vermelhidão: “em casos mais avançados, a área afetada pode ficar avermelhada devido à inflamação”;
  • Dor durante a atividade física: “a dor da canelite geralmente piora durante as atividades físicas, especialmente aquelas que envolvem correr, pular ou caminhar por longas distâncias”;
  • Dor noturna: “alguns indivíduos podem experimentar dor na canela mesmo em repouso, à noite”;
  • Rigidez muscular: “a musculatura da perna pode ficar rígida e tensa, principalmente ao redor da região afetada.”

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Como é a dor da canelite?

A resposta para essa pergunta varia, já que cada um pode experimentar o incômodo de forma única.

“Alguns indivíduos com canelite descrevem a dor como sendo fisgada, penetrante ou como pontadas, enquanto outros podem descrevê-la como uma dor surda, latejante ou constante”, reforça Wander Ama. “É importante notar que a natureza específica da dor depende de vários fatores, incluindo a gravidade da lesão, a causa subjacente da canelite, a atividade física realizada e a sensibilidade individual à dor.”

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Como tratar e prevenir a condição?

O tratamento da canelite envolve diferentes estratégias, como: repouso, aplicação de gelo, uso de anti-inflamatórios não esteróides para reduzir o desconforto e a inflamação, adaptações no treinamento esportivo, fisioterapia para fortalecimento muscular, alongamento, uso de palmilhas ou calçados adequados, e em casos mais graves, imobilização temporária e avaliação por um profissional de saúde.

O médico também enfatiza a necessidade de uma recuperação adequada entre os treinos, o que inclui descanso suficiente, nutrição balanceada e hidratação adequada como forma de evitar lesões.

Ele sugere que os corredores realizem avaliações periódicas com profissionais de saúde para monitorar seu progresso e adaptar o treinamento conforme necessário. “Desta forma, é possível não apenas melhorar o desempenho, mas também minimizar o risco de lesões, garantindo uma prática esportiva segura e sustentável”, explica.

“O acompanhamento médico regular, aliado a um programa de treinamento bem estruturado e o uso de equipamentos adequados, são fundamentais para prevenir lesões como a canelite”, conclui Ama.

Fonte: Dr Wander Ama, Cirurgião Ortopedista e Médico do Esporte. Instagram: @drwanderama; site: www.drwanderama.com.br.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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