Lesões da corrida: veja as principais e como ficar longe delas

Lesões da corrida: veja as principais e como ficar longe delas

Não importa se você é iniciante ou experiente: a corrida é um esporte desafiador para todas as faixas de evolução, e traz inúmeros benefícios para quem a pratica. Melhoria do condicionamento físico, perda de peso, mais disposição e disciplina são algumas benesses oferecidas pela corrida. Por ser uma modalidade que instiga as pessoas a ir mais longe, a maioria extrapola os limites e acaba se machucando. A seguir, veja as principais lesões da corrida, por que elas acontecem e como preveni-las para percorrer muitos quilômetros.

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As 4 lesões da corrida mais comuns e suas causas

De acordo com Marcel Faraco Sobrado, ortopedista da Care Club, os problemas mais recorrentes entre os corredores são fascite plantar, tendinites, canelite e lesões musculares variadas. Veja as características de cada uma:

Fascite plantar

A fascite plantar é uma inflamação da fáscia, um tecido conjuntivo que sustenta e recobre a musculatura, inclusive a dos pés. Por ser um tecido mais duro e com pouca elasticidade, está mais sujeita a estiramentos repetitivos que levam a inflamações da região. Como resultado, a pessoa sente bastante dor na sola de um ou dos dois pés, sobretudo ao caminhar ou ao se levantar.

A pisada pode ser uma das responsáveis pelo problema, principalmente se os pés forem cavos. Essa característica provoca um estiramento além do comum. Além disso, as chances de lesão aumentam com a sobrecarga do impacto, seja por excesso de peso ou volume de treinos muito alto.

Canelite

A canelite é uma das lesões da corrida mais frequentes entre os amantes da modalidade. Como o próprio nome sugere, trata-se de uma inflamação na região tibial, ou da canela, que causa dores na região. Em geral, o excesso de treino é o que mais causa esse tipo de incômodo.

Quando treinamos além da conta, sem a devida adaptação dos músculos e articulações do corpo, a “linha de frente” da corrida acaba padecendo. Nesse caso, os membros inferiores, especialmente a tíbia. As dores na canela também podem surgir por causa da pisada ao correr, da fraqueza muscular e do sobrepeso. No entanto, muitas pessoas ignoram a situação, não buscam tratamento e tampouco param de treinar. Se isso acontecer, a canelite pode evoluir para uma fratura por estresse, que requer cuidados mais complexos e muitos meses longe das pistas.

Tendinites

Os tendões são estruturas com pouquíssima flexibilidade. Eles servem para unir os músculos aos ossos, e quando se submetem a situações muito exigentes, se inflamam. Na corrida, há uma série de tendinites, mas as mais corriqueiras são a patelar, que conecta o joelho à tíbia, e a do Aquiles, que liga a panturrilha ao calcanhar.

Contudo, além do overtraining, sobrepeso e da falta de movimentos corretos durante a corrida, essas tendinites estão relacionadas à própria anatomia do indivíduo. Por exemplo, a patelar é mais comum em homens do que nas mulheres, pois eles têm maior predisposição à alterações nos joelhos (valgo e varo) e encurtamento dos músculos posteriores. Já na tendinite de Aquiles, um fator determinante para a inflamação é a fraqueza muscular dos membros inferiores que castiga o tendão.

Lesões musculares

Embora sejam mais flexíveis do que os tendões, os músculos também são vítimas de lesões da corrida, que vão de leves estiramentos a rupturas que necessitam de meses de recuperação. Os motivos são os mesmos, mas se destacam a falta de fortalecimento e o excesso de treino sem descanso suficiente.

Como tratar as lesões da corrida?

Talvez o maior sacrifício para um corredor é se afastar dos treinos e provas que tanto almejou. Então, para driblar esse destino, Sobral explica que muitos adotam a automedicação. “Isso é um erro, pois como a maioria dessas lesões ocorrem por sobrecarga, o medicamento proporciona apenas um alívio inicial. Portanto, não tratam o problema em questão, podendo piorar a lesão no curto ou médio prazo”, alerta o ortopedista.

“Cada lesão requer um tratamento específico, mas felizmente é raro que elas necessitem de cirurgia para sua resolução. O tratamento deve ser orientado por um ortopedista ou médico do esporte, conforme a gravidade e objetivos do paciente”, continua Sobral. Geralmente os cuidados envolvem uma pausa temporária dos treinos, que variam de acordo com a lesão, e sessões de fisioterapia, liberação miofascial e uso de medicamentos para frear o desenvolvimento da inflamação.

Exames importantes para o diagnóstico

A anamnese, que consiste em uma boa avaliação do paciente, sintomas, histórico de lesões e estado de saúde geral são o ponto de partida para identificar a origem da lesão. Todavia, exames como ressonância magnética, raio-X e tomografia computadorizada ajudam a mapear o nível da inflamação e se atingiu camadas mais profundas do tecido.

Como evitar as lesões da corrida?

Boa parte dos corredores amadores iniciam sua jornada esportiva por conta própria, sem a orientação de um profissional para elaborar um plano de treino personalizado. Baixam planilhas da internet, saem treinando sem uma estratégia específica e são pegos pelas temidas lesões. Antes de mais nada, é fundamental realizar um check-up e ter o aval de um médico para praticar corrida ou qualquer outro esporte.

Com o sinal verde, o próximo passo é buscar suporte com uma assessoria esportiva, que treina corredores de todos os níveis. Aliado à corrida, os treinos de fortalecimento e mobilidade preparam o corpo de forma sustentável. Outro pilar muito negligenciado é biomecânica — por isso, treinar os movimentos para correr melhor previnem lesões e ajudam a economizar energia.

Fonte: Marcel Faraco Sobrado, médico ortopedista especialista em joelho da Care Club, unidades Itaim e Parque do Povo, em São Paulo/SP – CRM 161684.

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