Reduzir carne vermelha emagrece? Nutricionista aponta benefícios

Alimentação Bem-estar
04 de Abril, 2022
Reduzir carne vermelha emagrece? Nutricionista aponta benefícios

Amada por muitos, a carne vermelha é uma excelente fonte proteica. Apesar de ser bastante consumida pelos brasileiros, ela é a causa de uma série de polêmicas, já que, mesmo tendo um alto valor nutricional, quando ingerida em excesso, não faz bem à saúde. Além disso, é comum ver pessoas associarem o consumo de carne a uma dificuldade de perder peso. Afinal, reduzir carne vermelha emagrece?

De acordo com Maria Eugênia Cappelli, nutricionista clínica funcional, a carne tem um alto teor de gordura saturada e, por isso, quando consumida em excesso, ela aumenta o consumo calórico. “Quando diminuímos o consumo da carne e substituímos por alimentos de origem vegetal, a densidade de alimentos aumenta enquanto a de calorias diminui, resultando em um consumo calórico menor. Isso pode auxiliar no processo de emagrecimento”, explica.

Não é necessário abolir a carne vermelha da sua dieta. A ideia é diminuir o consumo e buscar outros alimentos que sejam mais interessantes para a perda de peso.

Por que reduzir carne vermelha?

Além da questão relacionada ao emagrecimento, reduzir a carne vermelha também traz outros benefícios para a saúde. A especialista destaca a diminuição da inflamação do corpo causada pelo alimento.

“A maior vantagem é diminuir o teor inflamatório da dieta. Isso porque diminuir o consumo de gordura saturada também reduz o risco do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis — por exemplo, doenças cardiovasculares”, diz.

Um estudo, publicado na revista BMC Medicine, revelou que limitar a quantidade de carne na alimentação também ajuda a reduzir as chances do surgimento de um câncer. Os pesquisadores perceberam que as pessoas que adotavam uma ingestão pequena de carne tiveram um risco 9% menor de ter câncer de cólon quando comparadas àquelas que consumiam com uma frequência maior.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o ideal é que você coma, no máximo, 500 gramas de carne vermelha cozida por semana. Além disso, a instituição pontua: “As temperaturas muito elevadas utilizadas para preparar as carnes de forma frita ou grelhada, assim como a fumaça do churrasco, formam compostos químicos que são cancerígenos e aderem à superfície das carnes.”

Perigos do consumo excessivo de carne

Maria ressalta que consumir carne vermelha em excesso pode trazer malefícios complicados para a saúde. “O consumo exagerado de carne pode resultar no aumento de doenças crônicas não transmissíveis, além de atrapalhar o funcionamento mitocondrial nas células”, destaca.

Além disso, a carne vermelha é associada à obesidade e ao ganho de peso com frequência (principalmente as processadas). 

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Como reduzir carne vermelha na prática?

As dietas vegetarianas e veganas ganham cada vez mais adeptos ao longo dos anos. De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope em 2018, cerca de 30 milhões de brasileiros se autodeclaram vegetarianos. Entretanto, não é preciso ser adepto ao movimento para reduzir o consumo de carne vermelha.

Ainda assim, algumas pessoas entendem que a carne é insubstituível e, se for retirada do prato, acaba por ocasionar um déficit nutricional no organismo. Maria indica que um profissional seja procurado, mas desmistifica essa crença. Afinal, existem outros alimentos que conseguem fornecer todos os nutrientes necessários.

“No reino vegetal, os alimentos que possuem mais proteínas são as leguminosas e os cereais, que nos fornecem todos os aminoácidos essenciais. O grupo das leguminosas é composto por feijões, soja, grão-de-bico, lentilha, ervilha, tofu, amendoim e tempeh”, afirma.

Além disso, ela destaca a importância de optar por alimentos naturais e evitar os industrializados: “Lembre que a base da sua alimentação são vegetais, frutas, leguminosas e cereais, e não alimentos industrializados, massa e doces em excesso”.

Por fim, a nutricionista pontua que, para além da redução do consumo de carne vermelha, o processo de emagrecimento precisa contar com o déficit calórico. Isto é: “consumir menos calorias do que gastamos”. Desse modo, o ideal é ter uma alimentação balanceada, realizar exercícios físicos com frequência e ter boas noites de sono.

Fonte: Maria Eugênia Cappelli, nutricionista clínica funcional.

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