Redinha de alimentação é recomendada e segura para bebês?
Pais e mães começam a enfrentar as delícias e os desafios da introdução alimentar a partir do sexto mês de vida do bebê. Esta época costuma ser regada a muitas pesquisas pela internet e diálogos com o pediatra, já que é esperado os diversos questionamentos sobre o assunto. Por exemplo, será que a redinha de alimentação é recomendada neste período?
A neonatologista Rossiclei de Souza Pinheiro defende que o acessório não é a melhor forma de trilhar o início da nutrição do bebê, já que é uma jornada que demanda mais do que o desenvolvimento do paladar do pequeno.
“Todo sensorial da criança deve ser estimulado na introdução alimentar. Ela deve poder tocar, sentir o cheiro e o gosto do alimento in natura. Assim, usar qualquer artifício vai interferir no processo. Além disso, algumas redinhas têm materiais que podem ser tóxicos”, completa a especialista.
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A rendinha de alimentação evita engasgos?
Há também o questionamento sobre a redinha ser uma das formas mais efetivas para evitar o engasgo. Isso porque acredita-se que ela delimita pedaços das frutas e dos legumes que o bebê conseguirá comer de uma vez só.
Só que não é isso o que acontece na prática. “É apenas mastigando os alimentos que a criança vai treinar a coordenação motora para deglutir e desenvolver mecanismos de defesa, como o de colocar para fora os alimentos que ela não dá conta de engolir (reflexo Gag)”, explica a neonatologista.
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Prejuízos aos bebês devido a redinha de alimentação
Além da parte motora ser afetada pela falta de estímulo quando as redinhas de alimentação são usadas, Rayane Ferreira, nutricionista clínica da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, mostra-se contra ao acessório por o alimento ser sempre apresentado da mesma forma por meio dele.
“É importante entender que o bebê não tem aversão somente aos sabores dos alimentos: às texturas também. Assim, a criança deve conhecê-los de diferentes formas, aumentando sua aceitação alimentar e estimulando seus sentidos”, informa Rayane.
A especialista também explica que fica mais fácil incluir novos sabores no cardápio do pequeno quando ele manuseia o alimento da maneira que prefere. Além disso incentivar a confiança de levá-lo até a boca e brincar com sua textura enquanto o mastiga.
Isso fará com que ele treine a musculatura bucal e desenvolva reflexos necessários para saber colocar para fora o alimento que não estiver dentro do que ele gosta e como evitar o engasgo sozinho.
De acordo com Rossiclei, há também o risco de infecções secundárias pela dificuldade de higienização das redinhas de alimentação e também os prejuízos na arcada dentária, já que muitos dos acessórios acompanham o formato de chupeta.
Fontes: Rossiclei de Souza Pinheiro, neonatologista e secretária do Departamento Científico de Amamentação da SBP e Rayane Ferreira, nutricionista clínica da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo