Como evitar a prisão de ventre nas festas de fim de ano?

Alimentação Bem-estar Saúde
14 de Dezembro, 2022
Livia Yume Tanizaki
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 45492
Como evitar a prisão de ventre nas festas de fim de ano?

Panetone, rabanada, farofa, salada de batata, peru, lombo… Não podemos negar que as comidas natalinas são deliciosas. Mas o aumento no consumo dessas receitas típicas e a diminuição das fibras no prato podem trazer uma nada agradável prisão de ventre no fim do ano.

“Existem alguns hábitos bem típicos do fim do ano que contribuem para aumentar as chances de uma pessoa ter problemas de prisão de ventre. Por exemplo, é comum viajarmos nessa época do ano, e isso afeta diretamente a nossa rotina. Significa, por exemplo, uma alimentação mais desregrada e a falta de exercícios físicos — fatores que comprometem o funcionamento regular do intestino”, explica o médico coloproctologista Dr Danilo Munhóz, de Brasília.

De acordo com o especialista, a alimentação em viagens geralmente é mais pobre em fibras e rica em farinha de trigo refinada (por exemplo, pão branco, biscoitos salgados e bolos). Todos esses fatores aumentam as chances de constipação. Além disso, “se os horários das refeições forem alterados e a pessoa ingerir pouco líquido, também estará mais propensa a desenvolver esse quadro.”

É por isso que vale a pena não abrir mão de alguns hábitos, mesmo no fim do ano. Saiba mais sobre o assunto:

O que é a prisão de ventre?

A constipação intestinal, também conhecida popularmente como prisão de ventre ou intestino preso, é um distúrbio comum que consiste na alteração do funcionamento do intestino, com duração mínima de três meses e na qual o paciente pode evacuar menos de três vezes por semana — com alterações, inclusive, na qualidade das fezes.

“Esse é um transtorno mais comum nas crianças, nos idosos e nas mulheres, principalmente durante a gravidez, e impacta a qualidade de vida de quem o possui. Além disso, o intestino preso pode estar associado também a doenças do cólon e do reto, como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e câncer colorretal”, afirma o médico.

Leia também: Prisão de ventre (constipação): causas, tratamento e dicas

Quais os sintomas?

Os sintomas mais característicos podem variar de uma pessoa para outra ou na mesma pessoa em diferentes crises. Assim, os mais comuns são número menor de evacuações, dificuldade para eliminar as fezes (que se apresentam ressecadas, muito duras e pouco volumosas) e uma sensação de esvaziamento incompleto do intestino.

Outros sintomas como gases, mal-estar, desconforto, distensão e inchaço abdominal também podem estar relacionados à prisão de ventre.

Leia também: Prisão de ventre na gravidez: dicas para lidar com o problema

Causas da prisão de ventre

A ingestão insuficiente de fibras, a falta de atividade física regular e o excesso de consumo de proteína animal e de alimentos industrializados são as principais causas da constipação intestinal.

Outros fatores que também estão relacionados são mudanças na vida ou na rotina, como gravidez, envelhecimento, viagens, uso excessivo de laxantes e beber pouco líquido.

Quando surge a vontade de evacuar, é importante que o ato seja realizado na mesma hora. Isso porque o adiamento também pode comprometer o funcionamento regular do intestino.

Algumas doenças ou condições, como AVC (acidente vascular cerebral), síndrome do intestino irritável (SII), depressão, doença de Parkinson e diabetes podem prejudicar a maneira como o intestino funciona.

Por fim, existem algumas medicações que também podem levar à constipação, como diuréticos, analgésicos, anti-histamínicos, antidepressivos, antiespasmódicos, anticonvulsivos e antiácidos de alumínio.

Leia também: Novo tratamento para incontinência urinária e prisão de ventre

Como prevenir a prisão de ventre no fim do ano?

A melhor forma de prevenção é por meio da ingestão de água e de fibras presentes nos alimentos. Um adulto precisa ingerir diariamente, em média, 25g de fibra e dois litros de água. Quando isso não acontece, há alteração do funcionamento intestinal, aumentando as chances do desenvolvimento de constipação.

“A fibra é importante porque nós, humanos, não somos capazes de digerir a maioria das fibras presentes nas frutas, verduras e cereais integrais (celulose). Assim, elas permanecem no interior do nosso intestino até o momento da eliminação, retendo água no nosso bolo fecal e tornando-o mais pastoso, o que facilita o transporte até o reto e a sua posterior eliminação”, explica Danilo.

Outras dicas para evitar a constipação:

  • Ir ao banheiro sempre que tiver vontade;
  • Ingerir álcool com moderação, porque ele estimula a diurese e desidrata as fezes;
  • Lembrar que a ingestão de farelos pode aumentar a produção de gases;
  • Comer frutas, se possível, com casca, nos intervalos entre as refeições;
  • Tentar administrar as situações de estresse e as crises de ansiedade, pois as emoções têm influência sobre o funcionamento do intestino.

Fonte: Danilo Munhoz, especialista pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Pós-graduado em Cirurgia Minimamente Invasiva (CMI) pelo Instituto Jacques Perissat (IJP), em Curitiba-PR, e Fellow em Cirurgia Laparoscópica Avançada no Instituto Lubeck – Salto-SP.

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