Por quanto tempo devo tomar glutamina?
Vez ou outra, surge um suplemento novo que ganha popularidade no meio fitness. Depois do sucesso da creatina e do BCAA, a glutamina surge como mais uma opção para melhorar a forma física. Suas principais promessas são: melhorar a saúde intestinal e contribuir com a recuperação muscular. Com isso, muitas pessoas tendem a se perguntar se o suplemento vale a pena. E mais: “por quanto tempo tomar glutamina?”. Veja o que dizem os especialistas ouvidos pela Vitat.
Glutamina: como e quando suplementar?
Embora a popularidade seja atribuída ao suplemento – em pó –, na verdade, a glutamina é um aminoácido produzido pelo próprio corpo humano e desempenha funções importantes para o bom funcionamento do organismo, especialmente no sistema imunológico e no intestino.
Assim, segundo a médica nutróloga, Dra Marcella Garcez, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, é possível encontrar glutamina em carnes bovina, frango, peru e porco, peixes como salmão, atum e tilápia, frutos do mar, ovos e lácteos como queijo, iogurte e leite. Outras fontes ricas no aminoácido são os feijões, lentilhas, além de outros vegetais, como espinafre, repolho e beterraba.
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Quem deve suplementar glutamina?
A suplementação (via cápsula ou em pó) é indicada quando a alimentação não supre as necessidades do organismo. Dessa forma, a glutamina costuma ser indicada para os seguintes públicos:
- Atletas e praticantes de exercícios intensos;
- Pessoas em condições de estresse físico ou emocional;
- Problemas intestinais;
- Alterações do sistema imunológico;
- Por fim, cirurgias ou traumas.
Mas a suplementação não é indicada para todos os casos. Isso porque, para aderir ao suplemento, o ideal é considerar a recomendação personalizada, indicada por um médico. Além disso, ao incorporar qualquer suplemento à rotina, monitore, de perto, os efeitos e quaisquer mudanças na saúde ou bem-estar. Assim, vale lembrar que a suplementação não substitui a alimentação adequada.
Vale a pena investir na glutamina?
A glutamina oferece vários benefícios à saúde, entre os principais é um componente importante na síntese de proteínas musculares e no processo de recuperação muscular após o exercício.
Dessa forma, o aminoácido pode ajudar a preservar a massa muscular, fornecendo uma fonte adicional desse aminoácido para o corpo utilizar como combustível, em vez de quebrar o tecido muscular. “Além disso, a glutamina desempenha um papel crucial na função imunológica, especialmente nos tecidos intestinais, pois é essencial para a saúde do intestino, ajudando a manter a integridade da mucosa intestinal e promovendo o reparo de tecidos”, complementa a médica.
Assim, quando indicada por um profissional, a glutamina pode trazer benefícios a saúde, complementando a dieta equilibrada.
Por quanto tempo tomar glutamina?
A duração da suplementação de glutamina pode variar dependendo dos objetivos individuais, das necessidades de saúde e das circunstâncias específicas de cada pessoa. Porém, de maneira geral, a duração segue os seguintes critérios:
- Objetivos de curto prazo como recuperação muscular após um período de exercício intenso, trauma ou cirurgia, pode ser apropriado tomar glutamina por algumas semanas até que a recuperação seja completa e os sintomas diminuam.
- Objetivos de médio prazo como apoiar a saúde intestinal, fortalecer o sistema imunológico ou para um programa de condicionamento físico de longo prazo. Assim, pode ser necessário tomar glutamina por várias semanas ou meses para obter os benefícios.
- Manutenção a longo prazo para algumas pessoas com condições crônicas de saúde que afetam o sistema imunológico ou intestinal, pode ser benéfico continuar tomando a longo prazo como parte de um plano de tratamento contínuo.
Quantidade ideal por dia?
“A quantidade ideal de glutamina a ser consumida por dia pode variar dependendo de fatores como idade, peso, nível de atividade física e necessidades individuais”, diz Marcella. Contudo, apesar de não ter uma dose padrão, existem algumas diretrizes gerais. Veja a seguir:
- Atletas e pessoas ativas: doses de 0,1 a 0,3 gramas de glutamina por quilograma de peso corporal por dia. Isso significa que uma pessoa que pesa 70 kg pode consumir entre 7 e 21 gramas diárias.
- Para suporte imunológico e intestinal: doses entre 20 a 30 gramas por dia. Porém, nos casos de estresse físico ou emocional, doenças ou problemas intestinais, doses mais elevadas podem ser necessárias.
- Para manutenção geral da saúde: para a maioria das pessoas que não estão sob estresse físico extremo, doses de glutamina da dieta são suficientes para atender as necessidades. Ou seja, nesses casos, não é necessário realizar a suplementação.
Contraindicações e riscos
Embora a glutamina seja geralmente considerada segura para a maioria das pessoas, algumas contraindicações e riscos a serem considerados, como alergia ou sensibilidade à glutamina. Dessa forma, pessoas com insuficiência renal ou problemas renais devem evitar a suplementação para não sobrecarregar os rins e piorar a função renal.
Outro risco está relacionado à capacidade da glutamina de atrair água para o intestino, o que pode causar inchaço ou desconforto abdominal.
Por fim, o suplemento pode interagir com certos medicamentos, como anti epilépticos ou medicamentos para o tratamento de úlceras gástricas. “Pessoas com determinadas condições de saúde, como câncer, doenças hepáticas ou distúrbios metabólicos, devem evitar a auto suplementação de glutamina ou usar com precaução, pois pode haver riscos adicionais associados”, finaliza a médica.
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Fonte:
– Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN.