Peitolé: o que os especialistas dizem sobre o picolé de leite materno

Gravidez e maternidade Saúde
19 de Outubro, 2022
Peitolé: o que os especialistas dizem sobre o picolé de leite materno

O picolé de leite materno, que recebe o nome carinhoso de “peitolé” bem como de “tetolé”, serve tanto para refrescar o bebê quanto para amenizar o incômodo causado pelo nascimento dos primeiros dentes do pequeno, de acordo com Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Além disso, o leite materno oferecido em outra consistência e temperatura pode ser útil para a estimulação sensorial através dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato)”, completa Rossiclei Pinheiro, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP.

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Quando o peitolé pode ser oferecido ao bebê?

Já a respeito de quando o peitolé pode ser oferecido ao bebê, a resposta divide a opinião entre os especialistas. De acordo com Cinthia Calsinski, consultora internacional de lactação, o picolé de leite materno pode ser oferecido ao pequeno a partir do momento que os pais julgarem necessário.

Para Dra. Rossiclei, por exemplo, a indicação do tetolé pode ser a partir dos três meses, quando os bebês têm maior necessidade de levarem as mãos à boca, ou seja, há uma intensificação da fase oral. “Logo, a mãe pode oferecer o peitolé como opção aos mordedores”, completa a especialista.

Já para Dr. Paulo, não se deve oferecer o picolé de leite materno antes dos seis meses de vida, período em que o pequeno começa a introdução alimentar e, assim, apresenta os sinais de prontidão alimentar.

Dessa forma, com a pluralidade de opiniões que se formam diante das orientações em relação ao peitolé, é importante que os pais não deixem de consultar o pediatra dos filhos para que, assim, ouçam a recomendação adequada daquele especialista para o binômio mãe-bebê conforme a sua necessidade.

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Os cuidados que se deve ter com o picolé de leite materno

O principal ponto de atenção em relação ao peitolé é diante da possível contaminação do leite materno durante a extração feita incorretamente. Portanto, os especialistas reforçam que é preciso que a lactante tenha os mesmos cuidados que se mostram necessários durante a retirada do alimento para a doação, por exemplo. De acordo com a Rede Global de Bancos de Leite Humano, os principais são:

  • Lavar as mãos e antebraços com água e sabão bem como secá-los em uma toalha limpa;
  • Prender e cobrir os cabelos em uma touca ou lenço;
  • Utilizar uma máscara ou fralda cobrindo o nariz e a boca.

Além disso, os utensílios utilizados para fazer o peitolé devem ser livres de Bisfenol A, composto químico presente na fabricação de plásticos.

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Atenção ao armazenamento!

Cinthia também alerta sobre os pais ficarem atentos ao modo que guardam o picolé. “Por exemplo, a validade do leite materno congelado é de 15 dias no freezer”, orienta a consultora de amamentação. Depois desse período, o alimento deve ser descartado, portanto, é imprescindível colocar uma etiqueta na embalagem para que se tenha o controle da data.

Uma vez que o peitolé foi descongelado, é importante que a lactante não volte a colocá-lo no congelador. O alimento deve ser ofertado ao pequeno e, a partir do momento que o bebê não o comeu, o ideal é que se descarte o restante. Caso contrário, a contaminação do leite materno pode levar a infecções perigosas.

Você sabia que o peitolé não substitui a amamentação?

Por fim, mas não menos importante, os especialistas reforçam que o picolé de leite materno não substitui a amamentação. Logo, o bebê pode acabar pedindo para mamar mesmo após consumir o peitolé e a recomendação é que aleitamento materno aconteça normalmente.

Além disso, principalmente durante os seis primeiros meses do bebê, os pais não devem misturar o leite materno com nenhum outro alimento para preparar o tetolé. Isso inclui nem mesmo frutas, que são saudáveis e poderão entrar em cena apenas na introdução alimentar do pequeno.

Fontes:

  • Dr. Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);
  • Dra. Rossiclei Pinheiro, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP;
  • Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação.

Referências:

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