Ozempic na gestação é seguro? Médico responde
Recentemente, foi publicado um caso na mídia sobre uma mulher que, sem saber que estava grávida, usou a semaglutida (substância para o tratamento do diabetes e da obesidade que tem dado o que falar) durante dois meses. Tudo correu bem, e o bebê nasceu completamente saudável. Mas o acontecimento gerou a dúvida: o medicamento, de nome comercial Ozempic, é seguro na gestação?
O que é o Ozempic?
Trata-se do nome comercial para o remédio cujo princípio ativo é a semaglutida. Inicialmente, destinava-se ao tratamento do diabetes tipo 2. Mas hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também libera a sua prescrição para tratar sobrepeso e obesidade.
O Ozempic parece ser bastante eficaz, mas é preciso entender que seu uso exige a indicação e o acompanhamento de um médico. Isso porque pode apresentar efeitos colaterais como “náuseas, vômitos, diarreia, constipação e piora de doença do refluxo gastroesofágico”, explica o médico endocrinologista Dr André Camara de Oliveira, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Regional São Paulo).
Ozempic na gestação
De acordo com o especialista, gestantes e lactantes não devem usar o medicamento. Isso porque “não sabemos se há algum potencial malefício para a gestante e para o bebê nessas situações, já que elas não foram estudadas.”
Ou seja, como até agora a ciência ainda não descobriu se a semaglutida aumenta o risco de aborto, parto prematuro, malformação fetal ou outras complicações, a comunidade médica, por cautela, não indica a sua utilização.
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Quais cuidados quem inicia o tratamento deve ter?
O Dr André Camara de Oliveira afirma que como qualquer outro tratamento medicamentoso para a obesidade, deve-se associar a semaglutida com mudanças de hábitos. Por exemplo, reeducação alimentar, atividade física, sono adequado e controle de estresse e ansiedade.
Além disso, o Ozempic deve ser prescrito e acompanhado por um médico que conheça a história clínica e outras medicações em uso do paciente. “A ideia do tratamento medicamentoso da obesidade, quando necessário, é de ser por período prolongado (como diabetes e hipertensão), e não por curto espaço de tempo”, ele finaliza.
Fonte: Dr André Camara de Oliveira, médico endocrinologista e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Regional São Paulo).