Muita gente ainda acredita que o nutricionista é um profissional a quem recorremos apenas quando temos algum objetivo estético — como emagrecer ou ganhar massa muscular. Contudo, a atividade possui diversas especialidades, e uma delas pode ser uma grande aliada no tratamento de inúmeras condições, incluindo o diabetes: trata-se da nutrição especializada.
A nutricionista Elaine Moreira explica que certas doenças têm relação direta com o que comemos. Isso porque elas podem ser provocadas, pioradas e até tratadas com certos hábitos nutricionais.
Todos esses funcionamentos são bem complexos, e demandam um conhecimento profundo sobre alguns assuntos, por exemplo: reação do corpo a determinados itens, funcionamento dos órgãos, composição e digestão dos alimentos… “Por isso o termo nutrição especializada, porque esse profissional é alguém que estuda a área com afinco e conhece nutrientes, receitas, produtos e suplementos que podem ser indicados em cada situação”, complementa.
No caso específico do diabetes, todas essas informações são extremamente importantes, uma vez que até aqueles alimentos tidos como saudáveis (frutas, por exemplo) podem alterar a glicemia (nível de glicose em nosso sangue).
Dessa forma, o profissional é capaz de indicar para o paciente as quantidades, a forma e os momentos ideais de cada refeição. “Os cálculos são feitos baseados na idade, no peso e na prática (ou não) de atividades físicas. E seguem as diretrizes das sociedades científicas nacionais e internacionais, como Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), American Diabetes Association e Diabetes Care Advisory Comittee of DM (UK)”, explica Elaine Moreira.
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É claro que as recomendações variam para cada pessoa — afinal, um dos pilares da nutrição especializada é justamente o acompanhamento individualizado. Mas alguns conselhos são mais universais para pacientes com diabetes. A nutricionista elenca:
“Para pessoas com diabetes tipo 2 e acima do peso, é indicada a perda de 5 a 10% do peso corporal para a melhora do perfil metabólico”. A orientação é, inclusive, reforçada por um estudo publicado na revista The Lancet¹.
De acordo com a pesquisa do periódico científico internacional, pacientes portadores de diabetes associado à obesidade devem priorizar, sobretudo, o emagrecimento para o controle da glicemia e para evitar a progressão da doença e de suas complicações — insuficiência renal e eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e AVC (acidente vascular cerebral).
Segundo os autores, os benefícios aparecem já no começo do processo, mas o ideal é perder entre 10 e 15% do peso inicial.
Geralmente, a dieta do paciente é dividida em cinco ou seis refeições diárias, com porções menores justamente para evitar picos na glicemia.
A própria SBD afirma² que as fibras podem contribuir tanto para a prevenção, quanto para o controle do diabetes, já que reduzem as altas de glicose na corrente sanguínea, equilibram o colesterol e os triglicerídeos, melhoram o funcionamento do intestino e promovem a saciedade.
As fibras são partes indigestíveis dos vegetais — ou seja, não são digeridas pelo nosso corpo. Elas são divididas em dois tipos principais: de um lado, as solúveis, que se dissolvem facilmente na água e produzem uma espécie de gel no intestino (facilitando o funcionamento do órgão); por outro lado, as insolúveis, que não se dissolvem na água e passam intactas pelo trato gastrointestinal.
Consumir ambas as formas de fibras é essencial para a manutenção da nossa saúde. Dessa forma, elas geralmente são encontradas em vegetais e carboidratos complexos (como os grãos integrais), que carregam os dois grupos (em menores ou maiores quantidades, dependendo do caso).
A ciência já provou³ que a gordura saturada, quando em exagero no cardápio, aumenta os riscos não somente de problemas cardiovasculares, mas também de diabetes tipo 2 — e pode, inclusive, afetar a concentração de insulina no organismo, hormônio que ajuda a equilibrar a glicemia.
Por isso, o paciente com diabetes geralmente precisa moderar o consumo de itens como carnes vermelhas, frios, embutidos e queijos amarelos, além de trocar os laticínios integrais por desnatados, e as preparações fritas por assadas ou grelhadas.
“Por outro lado, vale aumentar a ingestão das gorduras mono e poli-insaturadas, presentes em óleos vegetais, azeitonas, castanhas, peixes, abacate e sementes como linhaça”, complementa a especialista.
“Já que ela trabalha a capacidade cardiorrespiratória, aumenta o volume muscular e, consequentemente, reduz a glicemia e a resistência à insulina”, explica.
Isso acontece porque ao nos exercitarmos, estimulamos processos biológicos que melhoram a nossa sensibilidade à insulina — isto é, com menores quantidades da substância, o corpo consegue captar mais glicose excedente no sangue. Isso sem falar na diminuição dos fatores de risco (hipertensão e outras doenças cardiovasculares, por exemplo) e no controle do peso.
O açúcar presente nos carboidratos simples (bolos, doces, mel) eleva a glicemia de modo muito rápido e contém pouco valor nutricional. Ou seja, quantidades mínimas podem gerar picos de açúcar no sangue e provavelmente não irão saciar a fome.
Por isso, o ideal é tentar trocar esse item por carboidratos vindos dos cereais integrais, das frutas, das verduras e dos legumes.
Uma boa alternativa para manter as receitas adocicadas sem ter os prejuízos gerados pelo açúcar é apostar nos edulcorantes, popularmente conhecidos como adoçantes. Os adoçantes podem substituir o açúcar nos alimentos, auxiliando na redução do seu consumo.
Diversas entidades⁴ de saúde ao redor do mundo falam nos adoçantes (em quantidades adequadas e em conjunto com uma alimentação balanceada) como estratégias válidas para diminuir o consumo do açúcar.
Contar com a ajuda da suplementação!
Os produtos disponíveis no mercado que podem ser aliados do paciente com diabetes são inúmeros. Isso porque a dieta muitas vezes exige a restrição de alguns alimentos, podendo dificultar, desse modo, o consumo diário de nutrientes essenciais para o corpo humano.
Hoje, por exemplo, já existem suplementos alimentares que auxiliam no controle dietético de quem possui dificuldade em metabolizar o açúcar. Eles entregam boas quantidades de proteínas, carboidratos de lenta absorção, fibras e muitos minerais e vitaminas. Ou seja, são alternativas práticas, completas e que facilitam a rotina de pessoas com a condição.
Converse com o seu médico para entender como adicioná-los ao seu cardápio!
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Ingredientes:
Modo de preparo:
Primeiramente, em um liquidificador, bata todos os ingredientes até obter uma mistura homogênea. Sirva gelado em seguida.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Em um liquidificador bata a banana, o cacau em pó e a água até obter uma mistura homogênea. Em uma panela, adicione a mistura e mexa bem por cerca de 7 minutos ou até que a mistura engrosse. Retire do fogo, adicione o NUTREN Control mexa bem com o auxílio de um fuê e despeje a mistura em um recipiente refratário. Leve à geladeira por cerca de 4 horas. Sirva.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Em um liquidificador ou processador de alimentos, bata todos os ingredientes até obter uma mistura homogênea. Leve ao congelador por cerca de 3 horas. Boleie e sirva.
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[⁴] – International Sweeteners Association. Adoçantes de baixas calorias na diabetes: relatórios atualizados da associação Diabetes UK, da Associação Latino-Americana de Diabetes (ALAD) e da Associação Americana de Diabetes (ADA). Disponível em: https://www.sweeteners.org/pt/latest-science-post/adocantes-de-baixas-calorias-na-diabetes-relatorios-atualizados-da-associacao-diabetes-uk-da-associacao-latino-americana-de-diabetes-alad-e-da-associacao-americana-de-diabetes-ada/. Acesso em: 11/10/2022.