Mamalgesia: o que é e como colocar a técnica em prática?

Gravidez e maternidade Saúde
29 de Março, 2022
Mamalgesia: o que é e como colocar a técnica em prática?

A mamalgesia consiste na orientação do aleitamento antes, durante e após a vacinação, cujo efeito é reduzir a dor e acalmar os bebês. Dessa maneira, a recomendação é feita pela OMS (Organização Mundial de Saúde),  pela Sociedade Brasileira e pelo Ministério da Saúde.

Qual o passo a passo da mamalgesia?

Apesar de ser uma prática já conhecida por algumas mães e profissionais, ainda não é todo mundo que possui conhecimento sobre a mamalgesia. 

De acordo com a Dra. Ana Luiza Velloso da Paz Matos, especialista em Pediatria, Neonatologia e Aleitamento Materno,, é importante que tanto o profissional quanto a mãe estejam seguros para o procedimento, mesmo que envolva poucas mudanças no momento da vacinação. 

Assim, a especialista indica o passo a passo dessa prática. Confira a seguir:

  1. A mãe deve segurar firme o bebê;
  2. Em seguida, é preciso verificar se o neném está bem próximo do corpo da mãe, em contato pele a pele, e sugando efetivamente;
  3. Para ter maiores efeitos, a amamentação pode ser iniciada 2 a 5 minutos antes da aplicação da injeção;
  4. A mãe deve continuar amamentando enquanto a injeção é aplicada e, se possível, manter o bebê no peito após a aplicação da vacina até ele ficar tranquilo.

Sendo assim, a nossa médica consultada confirma que a mamalgesia pode ser realizada antes, durante o procedimento e após, mantendo o bebê durante alguns minutos após a última injeção estar completa.

Recomendações e cuidados sobre a mamalgesia

A especialista em aleitamento materno recomenda alguns cuidados que devem ser tomados antes, durante e após essa prática. Veja abaixo: 

  • Os profissionais de saúde que aplicam as vacinas devem estar informados sobre a mamalgesia e ter uma atitude cooperativa em relação à amamentação no momento da vacinação, permitindo e incentivando a prática.
  • É preciso considerar a idade do lactente para colocar a mãe e o bebê em uma posição confortável, preferencialmente no colo de suas mães.
  • No caso de múltiplas vacinas, deve-se aplicar sempre primeiro a que causa menos dor e por último a mais dolorosa.
  • É um direito da mãe/pai e bebê, ter a pessoa mais próxima sempre presente durante e depois da vacinação.
  • Ainda existem alguns lugares que ainda não permitem a prática, por desconhecerem os benefícios, porém é direito da mãe e dos bebês. Portanto, avise sobre seu direito à mamalgesia.

“A mamãe pode exigir realizar a mamalgesia na hora de vacinar seu filho”, afirma a Dra. Ana Luiza Velloso.

Benefícios de amamentar no momento da vacinação

Segundo a especialista consultada, a amamentação aumenta a segurança da mãe e diminui a sua ansiedade

“No leite materno há uma substância química chamada endorfina, que ajuda a diminuir a dor. A sucção ainda tem efeito analgésico e reforça a eficiência das vacinas”, esclarece a médica membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP.

Podemos citar ainda outros benefícios que comprovam a eficácia da amamentação durante as injeções nos bebês. Assim, são eles: 

  • Não faz a dor desaparecer, mas ameniza o desconforto para o bebê;
  • A saciedade reduz a angústia do recém-nascido;
  • O contato pele-a-pele diminui a percepção de dor nos nenéns;
  • A endorfina presente no leite materno é liberada durante a amamentação e ajuda a suprimir a dor do bebê;
  • O cheiro e o gosto do leite materno acalmam e confortam os recém-nascidos;
  • O ato da sucção transmite uma satisfação neural com sensação de prazer e tranquilidade.

Cuidados com a vacinação dos bebês e aleitamento

Para realizar a mamalgesia, as mamães precisam prestar alguns cuidados com a vacinação dos seus filhos. 

A especialista lembra que não é possível adiar as datas do calendário de vacinação, a não ser por recomendação médica. 

Portanto, procure seguir o calendário de vacinações para os recém-nascidos tomar todas as injeções recomendadas pela OMS. 

Além disso, as mães também precisam prestar atenção ao aleitamento materno. Segundo a Dra. Ana Luiza Velloso da Paz Matos, é preciso manter o aleitamento exclusivo sob livre demanda até o 6º mês de vida e complementado após introdução de novos alimentos até os 2 anos ou mais. 

“O leite materno ‘funciona’ reforçando o efeito das vacinas. Não devemos nos preocupar apenas com a Covid-19 e ‘relaxar’ a vacinação para outras doenças infecciosas”, lembra a médica. 

Existe alguma contraindicação?

A médica especialista lembra que a recomendação da ​​mamalgesia é para vacinas injetáveis e orais: “o paladar, a sucção e o contato pele-a-pele tem ação confortável e analgésica para os bebês”, complementa. 

Por isso, ainda não existem contraindicações, então as mamães podem amamentar seus bebês antes, durante e após as injeções, sempre que desejar.

No entanto, a realização dessa prática não deve ser tratada como regra, mas como opção de cada mãe, que se sinta confortável e decida amamentar enquanto vacina o seu filho. 

Fonte: Dra. Ana Luiza Velloso da Paz Matos, especialista em Pediatria, Neonatologia e Aleitamento Materno, além de membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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