Intolerância alimentar: o que é, tipos e como identificar

Alimentação Bem-estar
31 de Outubro, 2022
Intolerância alimentar: o que é, tipos e como identificar

A intolerância alimentar é mais comum do que imaginamos. Existem diversas manifestações que podem surgir em qualquer idade e, dessa forma, os cuidados são essenciais para se evitar desconfortos. A seguir, saiba mais sobre a condição, tipos e outras informações relevantes.

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O que é intolerância alimentar?

Ela é uma resposta inflamatória do organismo à ingestão de determinados alimentos, em função de uma dificuldade no processo digestivo. 

Quais são as causas?

A princípio, a intolerância alimentar ocorre devido à carência de uma enzima responsável por processar certo nutriente.

No entanto, no caso da intolerância em relação a algum alimento, os sintomas podem aparecer em apenas algumas horas ou levar até mesmo uma semana para se manifestar. Assim, não é facilmente identificada e, por isso, o diagnóstico da intolerância torna-se mais difícil. 

Sintomas da intolerância alimentar

Geralmente logo após o consumo, é comum que a pessoa sinta incômodos que representam a indigestão da enzima presente no alimento. Principalmente:

  • Diarreia: pode ser leve ou intensa, que surge depois de alguns minutos e horas da ingestão. 
  • Constipação: a situação inversa também pode acontecer e desequilibrar a atividade intestinal.
  • Inchaço abdominal: muita gente se queixa da distensão do abdômen, que traz a sensação de estufamento. 
  • Coceira generalizada: embora não seja regra, a irritação da pele em diversas partes pode acontecer.
  • Dor de cabeça.
  • Náusea e refluxo.
  • Excesso de gases: um sintoma típico da intolerância, assim como o inchaço.

Principais tipos de intolerância alimentar

Lactose

Ocorre quando há pouca ou nenhuma produção da enzima lactas, presente no intestino delgado. Como função, ela digere a lactose, um tipo de açúcar presente no leite. Então, dependendo da quantidade de lactose ingerida, o indivíduo sente um ou mais tipos dos sintomas listados, além de dor de cabeça e náusea.

Além disso, a intolerância à lactose possui três tipos: congênita, primária e secundária. A primeira é genética e impede o bebê de se alimentar do leite materno. Já a segunda, também genética, é mais comum.

Estima-se que 40% da população mundial adulta apresente a condição primária. Contudo, a diferença é que ela possui graus diferentes — então cada pessoa sente os sintomas de forma distinta, pois varia conforme o nível de produção de lactase de cada um. Por fim, a secundária está relacionada a lesões no intestino delgado, que tem como um dos sintomas a deficiência da produção da lactase.

Ao contrário dos demais tipos, a intolerância secundária pode amenizar ou até mesmo desaparecer. Afinal, está ligada a doenças e inflamações tratáveis e controláveis. Por exemplo, doença de Crohn, giardíase e doença celíaca.

Além disso, existe outro fator responsável pela intolerância secundária: o estresse. Portanto, é fundamental manter a saúde emocional para evitar desconfortos, mesmo que sejam passageiros.

Glúten

O glúten é a proteína presente em alguns cereais, como o trigo. A doença celíaca é autoimune — ou seja, o organismo cria uma reação exagerada, pois considera aquela substância nociva.

Além dos sintomas citados, a intolerância ao glúten pode causar anemia e perda de peso. Sem falar que a falta de diagnóstico ou tratamento prejudica a saúde do intestino. 

Entretanto, não são apenas os celíacos que possuem intolerância ao glúten. É possível ser alérgico ao glúten, sem ser necessariamente celíaco (paciente da doença celíaca). Nesse caso, há um diagnóstico de “sensitividade à glúten”.

Alguns alimentos que contêm glúten e que devem ser evitados no caso de intolerância ou alergia são: massas, cereais, cerveja e molho de soja. 

Cafeína

A cafeína pode ser encontrada em algumas bebidas, sobretudo no café e chás. Trata-se de uma substância estimulante. Chamada de “hiperssensitividade à cafeína”, as reações podem ser sentidas até mesmo ao consumir pequenas quantidades.

Mas, por que há quem sofra com esse problema? A explicação para isso é genética, de acordo com pesquisadores da Fundação Científica Nacional da Suíça. Devido à presença de um genótipo específico, o organismo de algumas pessoas possui dificuldade de metabolizar e excretar essa substância. 

A princípio, possíveis efeitos da cafeína no organismo desses indivíduos são batimentos acelerados, ansiedade, insônia e irritabilidade.

FODMAPs

“Os FODMAPs são um conjunto de carboidratos que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas (monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e poliois). Esses alimentos, apesar de nutritivos, têm uma característica osmótica (absorvem água) e fermentativa, piorando sintomas de gases e estufamento”, explica a nutricionista funcional Fernanda Scheer.

No corpo, alguns dos efeitos desses alimentos podem ser inchaço, constipação e dores abdominais. Contudo, muitos dos alimentos que consumimos mais frequentemente são considerados “FODMAPs”, como: 

Afinal, qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?

Talvez esta seja uma das principais dúvidas quando o assunto é restrição alimentar. Embora os sintomas sejam bem parecidos, intolerância e alergia requerem tratamentos diferentes. Em síntese, a intolerância é a indigestão de certos alimentos, causada pela ausência de enzimas específicas.

Em contrapartida, a alergia provoca reações mais agressivas no organismo em horas, dias ou imediatamente após a ingestão do alimento. Trata-se, portanto, de uma resposta inflamatória do organismo, que reconhece o ingrediente ou alimento como prejudicial.

Como resultado, os sintomas variam de urticária na pele até a complicações mais graves, como anafilaxia, que pode causar inchaço em algumas partes do corpo, inclusive obstruir o trato respiratório. 

Como descobrir se tenho intolerância alimentar?

Antes de mais nada, é importante procurar ajuda médica, como um clínico geral, gastroenterologista, nutricionista ou alergista. Todas as especialidades podem auxiliar a identificar o quadro, que envolve a avaliação dos sintomas. Ou seja, o profissional fará uma análise detalhada do seu estilo de vida.

Por exemplo, alimentação, uso contínuo ou pontual de medicamentos, se sofreu alguma crise recente de estresse, histórico de doenças, sintomas, entre outros.

Ainda existem testes diversos que podem confirmar o diagnóstico, aplicados de acordo com a suspeita. 

Tratamento da intolerância alimentar

Na avaliação do Ministério da Saúde, “a intolerância alimentar não é uma doença, mas uma condição do organismo”. Assim, a recomendação é prevenir o problema ao evitar alimentos e produtos que causam os sintomas.

No caso de intolerância à lactose, a dica é não consumir produtos com leite e derivados. Entretanto, se a situação for inevitável, é possível recorrer a suplementos com lactase, que ajudam a repor a enzima em determinadas ocasiões. 

“A intolerância alimentar é mais comum em adultos e há uma tendência natural ao seu desenvolvimento com o passar da idade. Há instruções alimentares que possibilitam uma vida tranquila e sem o risco de deficiências nutricionais em decorrência da restrição de alimentos”, afirma um trecho da nota oficial do ministério.

Portanto, vale relembrar que o autodiagnóstico e a automedicação são desaconselháveis — busque sempre ajuda profissional!

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